Quase 20 anos na ativa
e 6 full-lenghts lançados, além de 1 demo, 2 EP’s, 1 álbum ao vivo, 1 split (ao
lado da banda paraense Necroskinner) e 1 box que totalizam 12 lançamentos.
Turnês pelo exterior e por todo Brasil, além de um nome forte e consolidado no
cenário nacional. Talvez o Drowned seja um dos nossos principais representantes
dentro do Metal extremo, mais especificamente o Death e o Thrash Metal, já que
o som da banda alia muito bem esses dois estilos com muita técnica e pegada.
Herdeira de grandes nomes da incomparável cena mineira, o grupo de Belo
Horizonte é incansável e sempre se manteve com os pés no chão evoluindo
gradativamente. É com estes guerreiros que damos início a nossa mais nova seção
no Arte Metal que tem como objetivo mostrar uma autocrítica ('Killing Yourself' - se matando em uma tradução livre, ou seja, se matando para julgar os próprios discos) feita sempre por um
membro ou mais da banda. E foi com muita honra que entramos em contato com o
vocalista Fernando Lima que prontamente nos respondeu sobre os seus 6 álbuns
oficiais de estúdio. Espero que gostem da nova seção do blog!
Bonegrinder
(2001):
Eu penso que o “Bonegrinder”
foi um marco não só para o Drowned como também para o Metal no Brasil. No fim
da década de noventa e início dos anos 2000 o Metal aqui estava começando a dar
sinais de vida novamente. Muitas bandas estavam retomando atividades depois de
uma década e outras foram surgindo e tomando lugar das famigeradas bandas ‘covers’
que tomavam conta até aquele momento. Este álbum surpreendeu muita gente tanto
pela gravação que era muito acima da média para a época, principalmente para
bandas nacionais, quanto pelo tipo de som. É um álbum agressivo e melódico ao
mesmo tempo. Ao contrário do que muitas pessoas falaram anos depois do seu
lançamento, nós não fomos influenciados pelo Death Metal de Gotemburgo. Fomos
conhecer In Flames e Soilwork um ou dois anos depois. Somos uma banda
influenciada por vários tipos de Metal e não foi diferente naquela época.
Sempre ouvimos Iron Maiden, Judas Priest, Mercyful Fate entre outras bandas de
Heavy Metal. E nossa parte melódica veio destas influências. Quando gravamos o
Bonegrinder, ouvíamos muito o Dissection “Storm of the Lights Bane” (1995),
Night in Gales “Thunder Beast” (1998), Death “Symbolic” (1995) e um monte de
banda de Death e Thrash Metal.
Butchery
Age (2003):
Este álbum não é tão
surpreendente quanto o “Bonegrinder”, mas tem um monte de boas ideias e bons
riffs. Eu acho este o nosso álbum mais caótico. O pau come do início ao fim. Queríamos
soar rápidos e muito agressivos. Eu estava ouvindo muito Black Metal e meus
vocais sofreram certa influência de Marduk e outras bandas do estilo. Desta vez
gravamos tudo no Estúdio do Marcos Amorim (guitarrista do Drowned), o DR.
Com este álbum, fizemos
muitos shows pelo país e um tour pelo Norte e Nordeste do Brasil. Foi um grande
passo para a banda e conseguimos muitos fãs nesta época. Registramos um show
desta turnê e lançamos um álbum exclusivo para internet que pode ser baixado
grátis no site: www.drowned.com.br
By the Grace of Evil (2004):
Muitos acham que o “By the
Grace of Evil” é o nosso melhor álbum. Eu acho q está entre os 3 melhores. Nosso
som começa a definir uma identidade... É um álbum Metal/Death Metal, mas temos
até algumas partes de Rock Progressivo como nas músicas The Hell March, Godless Field
e All Will Be Fine... (...If
We All Are Dead!). As músicas deste disco tem um clima
denso, mas as composições melhoraram muito em relação aos anteriores. A banda
mudou de formação: o guitarrista Rafael Porto deixou a banda antes de gravar
este álbum e o Kerley Ribeiro entrou em seu lugar.
A temática gira em
torno dos dogmas humanos e todas as consequências do fanatismo religioso que
influenciam na política com guerras, perseguições, exploração das pessoas pela
fé, manipulação econômica e censura.
Foi a partir do “By the
Grace of Evil” que comecei a trabalhar as artes dos álbuns do Drowned. Criei a
capa e toda arte baseado no exorcista e outros filmes do gênero. Eu queria uma
arte que complementasse o clima pesado em torno dos temas e esta era a referência
perfeita para isso.
Bio-Violence
(2006)
Foi com este álbum que
conseguimos fazer o primeiro tour pela Europa. Isto foi um grande passo para o
Drowned. Fizemos também muitos shows pelo Brasil para divulgar este álbum.
A musicalidade deste
trabalho está na linha do álbum anterior, porém estamos mais lentos e
melódicos. Reforçamos nosso lado Heavy Metal, mas é um disco muito variado, com
partes Thrash, Death, e até Hardcore. Muitas pessoas conheceram o Drowned por
este álbum e fizemos novos fãs a partir dele.
A temática desta vez
foi focada na necessidade do homem em destruir o planeta em nome do progresso e
a evolução científica para fins comerciais. O mundo hoje não gira em torno do
bem estar da população e sim em quanto uma pessoa pode ser lucrativa para a
sociedade, quanto mais você pode ganhar para consumir, mais valor você terá e
será mais respeitado por isso.
A arte deste álbum faz
referência à ciência e medicina, por isso, optamos pelo branco com detalhes alaranjados.
A figura central da capa, meio mutante e meio bizarra ilustra a temática do
álbum.
Belligerent - Part Two: Where
Death and Greed are United (2011):
Eu considero este o
nosso melhor trabalho até hoje. Estamos com a fúria do “Bonegrinder” e a
experiência de ter produzido quatro álbuns antes deste.
Este com certeza foi nosso
período mais produtivo. Fizemos muitas músicas e testamos muitas sonoridades
até chegar no “Belligerent...”. Começamos a compor músicas para o “Belligerent...”
pouco tempo depois do lançamento do “Bio-violence”. As músicas que fizemos
nesta época não estavam como queríamos que o álbum soasse e deixamo-las de
lado. Algum tempo depois elas entraram no Split com a banda Necroskinner de
Belém/PA, que saiu pela gravadora portuguesa Metal Soldiers Records e no álbum
“Box of Bones” (Cogumelo Rec.) que é um ajuntado de restos de estúdio de todas
as épocas.
Durante o processo de
composição, fomos acertando o nosso foco e criando músicas exatamente como
queríamos que a banda soasse daqui para frente. Este é um álbum mais focado no Death
Metal, com uma sonoridade mais mórbida e melodias mais graves.
Neste álbum nós falamos
de coisas que motivam as guerras e principalmente do instinto predador do ser
humano, que não mede esforços para conseguir dinheiro, poder, etc... É sobre
governantes que vendem suas nações para a violência, descaso das autoridades em
relação à guerra urbana que aterroriza a sociedade e a própria sociedade como
engrenagem deste terror.
Para a arte eu pensei
em algo fúnebre e mais macabro, que passasse a ideia sem parecer clichê. Foi aí
que surgiu a ideia de fazer um brasão militar em um caixão. Pois no fim das
guerras, a morte e o sofrimento sempre prevalecem... As fotos de zumbi surgiram
para mostrar o quanto podre e moribundo o ser humano é.
Foi bem complicado
selecionar as músicas que entrariam no “Belligerent...”, pois tínhamos mais de
20 músicas prontas e boas. Foram aparecendo várias ideias como fazer um álbum
duplo ou um álbum com mais de 1h de duração, mas ficamos com receio de que
pudesse ficar maçante e cansativo para o ouvinte. Aí surgiu a ideia de fazer
dois álbuns. Mas lançar dois álbuns ao mesmo tempo não seria bom comercialmente
e a gravadora não investiria em dois CDs simultâneos. Então como já temos
experiência em lançamentos virtuais em nosso site decidimos lançar a outra
parte para download grátis.
Optamos por lançar o
álbum físico com o nome de “Belligerent – Part Two: Where Death And Greed Are
United” pelos temas, pois fazia mais sentido desta forma e além de tudo geraria
certa curiosidade em procurar pela outra parte que foi para a internet, o
“Belligerent – Part One: The Killing State of the Art”.
Belligerent - Part One: The
Killing State of the Art (2012):
A princípio, seria
lançado apenas virtualmente, como complemento ao “Belligerent – Part Two”, mas
o interesse pelo álbum foi grande e a gravadora Metal Soldiers Records de
Portugal, nos fez uma proposta de lançamento deste álbum na Europa. Apesar de
já ter lançado o “Belligerent – Part Two” a menos de um ano, decidimos que
seria uma boa este lançamento, pois abriria mais portas para nós e certas
oportunidades não podem ser desperdiçadas.
Refiz a arte
especialmente para este lançamento, seguindo a ideia do “Belligerent – Part Two”,
como se fosse um complemento.
Musicalmente e
liricamente, segue a mesma fórmula. Desta vez temos composições do Rafael Porto
que retornou a banda, agora no baixo, nas gravações do “Belligerent – Part Two”.
Drowned line-up:
Fernando Lima - Vocal
Kerley Ribeiro -
Guitarra
Marcos Amorim -
Guitarra
Rafael Porto - Baixo
Beto Loureiro – Bateria
Vídeo:
Mais informações:
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