terça-feira, 28 de maio de 2013

Killing Yourself:


Quase 20 anos na ativa e 6 full-lenghts lançados, além de 1 demo, 2 EP’s, 1 álbum ao vivo, 1 split (ao lado da banda paraense Necroskinner) e 1 box que totalizam 12 lançamentos. Turnês pelo exterior e por todo Brasil, além de um nome forte e consolidado no cenário nacional. Talvez o Drowned seja um dos nossos principais representantes dentro do Metal extremo, mais especificamente o Death e o Thrash Metal, já que o som da banda alia muito bem esses dois estilos com muita técnica e pegada. Herdeira de grandes nomes da incomparável cena mineira, o grupo de Belo Horizonte é incansável e sempre se manteve com os pés no chão evoluindo gradativamente. É com estes guerreiros que damos início a nossa mais nova seção no Arte Metal que tem como objetivo mostrar uma autocrítica ('Killing Yourself' - se matando em uma tradução livre, ou seja, se matando para julgar os próprios discos) feita sempre por um membro ou mais da banda. E foi com muita honra que entramos em contato com o vocalista Fernando Lima que prontamente nos respondeu sobre os seus 6 álbuns oficiais de estúdio. Espero que gostem da nova seção do blog!


Bonegrinder (2001):
Eu penso que o “Bonegrinder” foi um marco não só para o Drowned como também para o Metal no Brasil. No fim da década de noventa e início dos anos 2000 o Metal aqui estava começando a dar sinais de vida novamente. Muitas bandas estavam retomando atividades depois de uma década e outras foram surgindo e tomando lugar das famigeradas bandas ‘covers’ que tomavam conta até aquele momento. Este álbum surpreendeu muita gente tanto pela gravação que era muito acima da média para a época, principalmente para bandas nacionais, quanto pelo tipo de som. É um álbum agressivo e melódico ao mesmo tempo. Ao contrário do que muitas pessoas falaram anos depois do seu lançamento, nós não fomos influenciados pelo Death Metal de Gotemburgo. Fomos conhecer In Flames e Soilwork um ou dois anos depois. Somos uma banda influenciada por vários tipos de Metal e não foi diferente naquela época. Sempre ouvimos Iron Maiden, Judas Priest, Mercyful Fate entre outras bandas de Heavy Metal. E nossa parte melódica veio destas influências. Quando gravamos o Bonegrinder, ouvíamos muito o Dissection “Storm of the Lights Bane” (1995), Night in Gales “Thunder Beast” (1998), Death “Symbolic” (1995) e um monte de banda de Death e Thrash Metal.

Butchery Age (2003):
Este álbum não é tão surpreendente quanto o “Bonegrinder”, mas tem um monte de boas ideias e bons riffs. Eu acho este o nosso álbum mais caótico. O pau come do início ao fim. Queríamos soar rápidos e muito agressivos. Eu estava ouvindo muito Black Metal e meus vocais sofreram certa influência de Marduk e outras bandas do estilo. Desta vez gravamos tudo no Estúdio do Marcos Amorim (guitarrista do Drowned), o DR.
Com este álbum, fizemos muitos shows pelo país e um tour pelo Norte e Nordeste do Brasil. Foi um grande passo para a banda e conseguimos muitos fãs nesta época. Registramos um show desta turnê e lançamos um álbum exclusivo para internet que pode ser baixado grátis no site: www.drowned.com.br

By the Grace of Evil (2004):
Muitos acham que o “By the Grace of Evil” é o nosso melhor álbum. Eu acho q está entre os 3 melhores. Nosso som começa a definir uma identidade... É um álbum Metal/Death Metal, mas temos até algumas partes de Rock Progressivo como nas músicas The Hell March, Godless Field e All Will Be Fine... (...If We All Are Dead!). As músicas deste disco tem um clima denso, mas as composições melhoraram muito em relação aos anteriores. A banda mudou de formação: o guitarrista Rafael Porto deixou a banda antes de gravar este álbum e o Kerley Ribeiro entrou em seu lugar.
A temática gira em torno dos dogmas humanos e todas as consequências do fanatismo religioso que influenciam na política com guerras, perseguições, exploração das pessoas pela fé, manipulação econômica e censura.
Foi a partir do “By the Grace of Evil” que comecei a trabalhar as artes dos álbuns do Drowned. Criei a capa e toda arte baseado no exorcista e outros filmes do gênero. Eu queria uma arte que complementasse o clima pesado em torno dos temas e esta era a referência perfeita para isso.

Bio-Violence (2006)
Foi com este álbum que conseguimos fazer o primeiro tour pela Europa. Isto foi um grande passo para o Drowned. Fizemos também muitos shows pelo Brasil para divulgar este álbum.
A musicalidade deste trabalho está na linha do álbum anterior, porém estamos mais lentos e melódicos. Reforçamos nosso lado Heavy Metal, mas é um disco muito variado, com partes Thrash, Death, e até Hardcore. Muitas pessoas conheceram o Drowned por este álbum e fizemos novos fãs a partir dele.
A temática desta vez foi focada na necessidade do homem em destruir o planeta em nome do progresso e a evolução científica para fins comerciais. O mundo hoje não gira em torno do bem estar da população e sim em quanto uma pessoa pode ser lucrativa para a sociedade, quanto mais você pode ganhar para consumir, mais valor você terá e será mais respeitado por isso.
A arte deste álbum faz referência à ciência e medicina, por isso, optamos pelo branco com detalhes alaranjados. A figura central da capa, meio mutante e meio bizarra ilustra a temática do álbum.

Belligerent - Part Two: Where Death and Greed are United (2011):
Eu considero este o nosso melhor trabalho até hoje. Estamos com a fúria do “Bonegrinder” e a experiência de ter produzido quatro álbuns antes deste.
Este com certeza foi nosso período mais produtivo. Fizemos muitas músicas e testamos muitas sonoridades até chegar no “Belligerent...”. Começamos a compor músicas para o “Belligerent...” pouco tempo depois do lançamento do “Bio-violence”. As músicas que fizemos nesta época não estavam como queríamos que o álbum soasse e deixamo-las de lado. Algum tempo depois elas entraram no Split com a banda Necroskinner de Belém/PA, que saiu pela gravadora portuguesa Metal Soldiers Records e no álbum “Box of Bones” (Cogumelo Rec.) que é um ajuntado de restos de estúdio de todas as épocas.
Durante o processo de composição, fomos acertando o nosso foco e criando músicas exatamente como queríamos que a banda soasse daqui para frente. Este é um álbum mais focado no Death Metal, com uma sonoridade mais mórbida e melodias mais graves.
Neste álbum nós falamos de coisas que motivam as guerras e principalmente do instinto predador do ser humano, que não mede esforços para conseguir dinheiro, poder, etc... É sobre governantes que vendem suas nações para a violência, descaso das autoridades em relação à guerra urbana que aterroriza a sociedade e a própria sociedade como engrenagem deste terror.
Para a arte eu pensei em algo fúnebre e mais macabro, que passasse a ideia sem parecer clichê. Foi aí que surgiu a ideia de fazer um brasão militar em um caixão. Pois no fim das guerras, a morte e o sofrimento sempre prevalecem... As fotos de zumbi surgiram para mostrar o quanto podre e moribundo o ser humano é.
Foi bem complicado selecionar as músicas que entrariam no “Belligerent...”, pois tínhamos mais de 20 músicas prontas e boas. Foram aparecendo várias ideias como fazer um álbum duplo ou um álbum com mais de 1h de duração, mas ficamos com receio de que pudesse ficar maçante e cansativo para o ouvinte. Aí surgiu a ideia de fazer dois álbuns. Mas lançar dois álbuns ao mesmo tempo não seria bom comercialmente e a gravadora não investiria em dois CDs simultâneos. Então como já temos experiência em lançamentos virtuais em nosso site decidimos lançar a outra parte para download grátis.
Optamos por lançar o álbum físico com o nome de “Belligerent – Part Two: Where Death And Greed Are United” pelos temas, pois fazia mais sentido desta forma e além de tudo geraria certa curiosidade em procurar pela outra parte que foi para a internet, o “Belligerent – Part One: The Killing State of the Art”.

Belligerent - Part One: The Killing State of the Art (2012):
A princípio, seria lançado apenas virtualmente, como complemento ao “Belligerent – Part Two”, mas o interesse pelo álbum foi grande e a gravadora Metal Soldiers Records de Portugal, nos fez uma proposta de lançamento deste álbum na Europa. Apesar de já ter lançado o “Belligerent – Part Two” a menos de um ano, decidimos que seria uma boa este lançamento, pois abriria mais portas para nós e certas oportunidades não podem ser desperdiçadas.
Refiz a arte especialmente para este lançamento, seguindo a ideia do “Belligerent – Part Two”, como se fosse um complemento.
Musicalmente e liricamente, segue a mesma fórmula. Desta vez temos composições do Rafael Porto que retornou a banda, agora no baixo, nas gravações do “Belligerent – Part Two”.

Drowned line-up:
Fernando Lima - Vocal
Kerley Ribeiro - Guitarra
Marcos Amorim - Guitarra
Rafael Porto - Baixo
Beto Loureiro – Bateria

Vídeo:

Mais informações:

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