São
mais de 20 anos de carreira, tempo suficiente para quebrar barreiras e pregar a
união entre povos historicamente e religiosamente rivais. Maior banda
israelense de todos os tempos, o Orphaned Land nunca temeu ousar e sempre
carregou junto ao seu diversificado Metal, elementos de sua música de origem,
além da música árabe e oriental. Após uma fase mais progressiva em seus dois
últimos lançamentos, a banda mostrou uma sonoridade ainda diversificada, porém
mais direta em seu mais novo álbum “All Is One”. Formado atualmente por Kobi
Farhi (vocal), Chen Balbus (guitarra, piano, bouzouki, xilofone), Yossi Sassi
(guitarra, alaúde, saz, chumbush, bouzouki), Uri Zelcha (baixo) e Matan Shmuely
(bateria), o grupo vive sua melhor fase e expandi sua música mundo afora.
Falamos com o simpático e pronto guitarrista Chen que nos contou sobre o novo
trabalho, a mensagem da banda, além da passagem do Orphaned Land pelo Brasil
recentemente.
Sendo direto. Este é o melhor
momento da carreira do Orphaned Land?
Chen Balbus:
Eu diria que este é o melhor momento do Orphaned Land, definitivamente. O
lançamento de “All Is One” nos abriu muitas portas e angariou um bom número de
fãs que apoiam nossa música e nossa mensagem. Estamos em nossa melhor fase, com
nosso novo line-up e nosso novo álbum.
O novo álbum “All Is One”, apesar
dos elementos típicos da sonoridade da banda, é um dos mais diretos que vocês
lançaram. Você concorda com isso?
Chen:
Sim. O objetivo era que “All Is One” fosse um álbum mais simples, mais pegajoso
e fácil de ouvir. Sentimos que já havíamos feito algo mais progressivo e
complexo no álbum “Mabool - The Story of the Three Sons of Seven” (2004) e no
álbum anterior (N.E.: “The Never Ending Way of ORwarriOR” – 2010) e queríamos
fazer algo mais fluente. Nenhuns dos nossos álbuns soarão da mesma forma, mas
todos soarão como Orphaned Land. Queríamos que “All Is One” refletisse nossa
mensagem mais na cara.
A partir de “Mabool - The Story of
the Three Sons of Seven” (2004) a banda começou a investir em algo mais
progressivo e o mesmo ocorreu em “The Never Ending Way of ORwarriOR” (2010). O
fato de “All Is One” ser mais direto é o principal diferencial para esses
trabalhos anteriores?
Chen:
Correto! Por que fazer outro 'Mabool' ou outro 'ORwarriOR? Se as pessoas querem
algo complexo e progressivo podem ouvir esses álbuns. Em “All Is One” quisemos
fazer algo diferente.
Outro fator preponderante no novo
álbum são as fortes influências de música oriental, até mais presentes que em
outros trabalhos. Fale-nos um pouco sobre isso.
Chen:
Lembro-me de quando enviamos os primeiros esboços de “All Is One” para a
gravadora, eles foram a favor. Eles acreditaram em nós e nos disponibilizaram
um orçamento descente para gravarmos o álbum, que nos deu a oportunidade de
incluir todos aqueles músicos incríveis no trabalho. Uma orquestra com 8
músicos turcos de cordas, um coro de 20 cantores, além de muito mais elementos
que pudemos usar em “All Is One”, sendo que o álbum é menos complexo no
trabalho de guitarra e bateria, e nos deu mais foco no trabalho com os
elementos do Oriente Médio e mais ênfase aos vocais incríveis de Kobi (Farhi,
vocalista).
A banda voltou a utilizar em suas
temáticas a união dos povos das três maiores religiões monoteístas. Fale-nos um
pouco sobre a temática de “All Is One”.
Chen:
Acreditamos que a música é o mais forte de todos os poderes e provamos isso
através de todos os eventos que passamos durante os anos. Uma banda israelense
com uma enorme quantidade de fãs árabes. Somos supostamente inimigos de acordo
com a mídia e os políticos, mas as pessoas ainda têm vontade de lutar pela paz
através da música. Penso que esta é a melhor maneira de, no mínimo, fazer uma
pequena mudança na mente das pessoas. Através da música, o mundo inteiro pode
ouvir sua mensagem e encontrar razões nisso. A mensagem de “All Is One” é
simples – é a paz e unidade de nós todos. Este é o nosso disco mais trágico,
apesar do título. A mensagem toda mostra como não enxergamos que todos somos um
só.
Uma coisa que tem sumido cada vez
mais dos trabalhos do Orphaned Land e se faz pouco presente em “All Is One” são
os vocais guturais. Isso é natural ou a banda optou por deixá-los mais de lado?
Chen: Em
“All Is One” decidimos abandonar os vocais guturais, mas não porque não
curtimos mais esse tipo de vocal, ainda temos até partes rasgadas, mas os
guturais não se encaixariam bem neste álbum. Portanto, os vocais limpos tomaram
conta das novas composições e Kobi fez um trabalho magnífico. Estamos muito
orgulhosos do resultado final. A única faixa que conta com vocais rasgados é Fail. Kobi ouviu a música e escreveu a
letra, acho que essa é a música mais raivosa do disco, por isso os vocais mais
agressivos. Procuramos seguir onde Kobi se sente mais à vontade, mas o álbum
foi concebido com a intenção de não ter vocais mais agressivos, apenas mudamos
de ideia nessa faixa.
Em 2011 vocês lançaram o primeiro
DVD da banda “The Road to OR-Shalem” que obteve ótimas críticas. Como foi
lançar pela primeira vez o trabalho neste formato e como vocês viram o
resultado final?
Chen:
O DVD é, definitivamente, um produto incrível. Como costumamos dizer: ‘um show
do Orphaned Land não é algo que você costuma ver todos os dias’. Portanto agora
tivemos a chance de mostrar ao mundo como são nossos shows e como os fãs se
divertem conosco. Os comentários foram surpreendentes.
Este trabalho foi lançado no Brasil
pelo selo Shinigami Records. Como vocês se sentem tendo o trabalho lançado por
aqui?
Chen:
É maravilhoso ter nosso trabalho espalhado por todo o mundo e ver que ele tem
atingido novos lugares. Isso abre a porta para que as pessoas que nos seguem
possam nos ver sempre e novamente, e que a gente possa retornar por onde
passamos.
Aliás, vocês se apresentaram
recentemente no Brasil. O que vocês acharam do show aqui, puderam conhecer
nosso país?
Chen:
Nós nos apaixonamos pelo Brasil e pela América do Sul. Foi realmente uma
experiência marcante e um dos melhores passeios que fizemos. Uma pena não
podermos visitar mais lugares por aí, mas quem sabe da próxima vez (risos).
Muito obrigado pela entrevista,
pode deixar uma mensagem aos fãs brasileiros.
Chen:
Lembre-se sempre de que não importa qual é a nossa religião ou de onde somos ou
o que somos, todos nós somos um. All
Is One!
Excelente entrevista, Orphaned é uma das minhas bandas favoritas!
ResponderExcluirAbraços!