segunda-feira, 15 de julho de 2013

Entrevista


São mais de 20 anos de carreira, tempo suficiente para quebrar barreiras e pregar a união entre povos historicamente e religiosamente rivais. Maior banda israelense de todos os tempos, o Orphaned Land nunca temeu ousar e sempre carregou junto ao seu diversificado Metal, elementos de sua música de origem, além da música árabe e oriental. Após uma fase mais progressiva em seus dois últimos lançamentos, a banda mostrou uma sonoridade ainda diversificada, porém mais direta em seu mais novo álbum “All Is One”. Formado atualmente por Kobi Farhi (vocal), Chen Balbus (guitarra, piano, bouzouki, xilofone), Yossi Sassi (guitarra, alaúde, saz, chumbush, bouzouki), Uri Zelcha (baixo) e Matan Shmuely (bateria), o grupo vive sua melhor fase e expandi sua música mundo afora. Falamos com o simpático e pronto guitarrista Chen que nos contou sobre o novo trabalho, a mensagem da banda, além da passagem do Orphaned Land pelo Brasil recentemente.


Sendo direto. Este é o melhor momento da carreira do Orphaned Land?
Chen Balbus: Eu diria que este é o melhor momento do Orphaned Land, definitivamente. O lançamento de “All Is One” nos abriu muitas portas e angariou um bom número de fãs que apoiam nossa música e nossa mensagem. Estamos em nossa melhor fase, com nosso novo line-up e nosso novo álbum.


O novo álbum “All Is One”, apesar dos elementos típicos da sonoridade da banda, é um dos mais diretos que vocês lançaram. Você concorda com isso?
Chen: Sim. O objetivo era que “All Is One” fosse um álbum mais simples, mais pegajoso e fácil de ouvir. Sentimos que já havíamos feito algo mais progressivo e complexo no álbum “Mabool - The Story of the Three Sons of Seven” (2004) e no álbum anterior (N.E.: “The Never Ending Way of ORwarriOR” – 2010) e queríamos fazer algo mais fluente. Nenhuns dos nossos álbuns soarão da mesma forma, mas todos soarão como Orphaned Land. Queríamos que “All Is One” refletisse nossa mensagem mais na cara.


A partir de “Mabool - The Story of the Three Sons of Seven” (2004) a banda começou a investir em algo mais progressivo e o mesmo ocorreu em “The Never Ending Way of ORwarriOR” (2010). O fato de “All Is One” ser mais direto é o principal diferencial para esses trabalhos anteriores?
Chen: Correto! Por que fazer outro 'Mabool' ou outro 'ORwarriOR? Se as pessoas querem algo complexo e progressivo podem ouvir esses álbuns. Em “All Is One” quisemos fazer algo diferente.

Outro fator preponderante no novo álbum são as fortes influências de música oriental, até mais presentes que em outros trabalhos. Fale-nos um pouco sobre isso.
Chen: Lembro-me de quando enviamos os primeiros esboços de “All Is One” para a gravadora, eles foram a favor. Eles acreditaram em nós e nos disponibilizaram um orçamento descente para gravarmos o álbum, que nos deu a oportunidade de incluir todos aqueles músicos incríveis no trabalho. Uma orquestra com 8 músicos turcos de cordas, um coro de 20 cantores, além de muito mais elementos que pudemos usar em “All Is One”, sendo que o álbum é menos complexo no trabalho de guitarra e bateria, e nos deu mais foco no trabalho com os elementos do Oriente Médio e mais ênfase aos vocais incríveis de Kobi (Farhi, vocalista).



A banda voltou a utilizar em suas temáticas a união dos povos das três maiores religiões monoteístas. Fale-nos um pouco sobre a temática de “All Is One”.
Chen: Acreditamos que a música é o mais forte de todos os poderes e provamos isso através de todos os eventos que passamos durante os anos. Uma banda israelense com uma enorme quantidade de fãs árabes. Somos supostamente inimigos de acordo com a mídia e os políticos, mas as pessoas ainda têm vontade de lutar pela paz através da música. Penso que esta é a melhor maneira de, no mínimo, fazer uma pequena mudança na mente das pessoas. Através da música, o mundo inteiro pode ouvir sua mensagem e encontrar razões nisso. A mensagem de “All Is One” é simples – é a paz e unidade de nós todos. Este é o nosso disco mais trágico, apesar do título. A mensagem toda mostra como não enxergamos que todos somos um só.


Uma coisa que tem sumido cada vez mais dos trabalhos do Orphaned Land e se faz pouco presente em “All Is One” são os vocais guturais. Isso é natural ou a banda optou por deixá-los mais de lado?
Chen: Em “All Is One” decidimos abandonar os vocais guturais, mas não porque não curtimos mais esse tipo de vocal, ainda temos até partes rasgadas, mas os guturais não se encaixariam bem neste álbum. Portanto, os vocais limpos tomaram conta das novas composições e Kobi fez um trabalho magnífico. Estamos muito orgulhosos do resultado final. A única faixa que conta com vocais rasgados é Fail. Kobi ouviu a música e escreveu a letra, acho que essa é a música mais raivosa do disco, por isso os vocais mais agressivos. Procuramos seguir onde Kobi se sente mais à vontade, mas o álbum foi concebido com a intenção de não ter vocais mais agressivos, apenas mudamos de ideia nessa faixa.

Em 2011 vocês lançaram o primeiro DVD da banda “The Road to OR-Shalem” que obteve ótimas críticas. Como foi lançar pela primeira vez o trabalho neste formato e como vocês viram o resultado final?
Chen: O DVD é, definitivamente, um produto incrível. Como costumamos dizer: ‘um show do Orphaned Land não é algo que você costuma ver todos os dias’. Portanto agora tivemos a chance de mostrar ao mundo como são nossos shows e como os fãs se divertem conosco. Os comentários foram surpreendentes.


Este trabalho foi lançado no Brasil pelo selo Shinigami Records. Como vocês se sentem tendo o trabalho lançado por aqui?
Chen: É maravilhoso ter nosso trabalho espalhado por todo o mundo e ver que ele tem atingido novos lugares. Isso abre a porta para que as pessoas que nos seguem possam nos ver sempre e novamente, e que a gente possa retornar por onde passamos.


Aliás, vocês se apresentaram recentemente no Brasil. O que vocês acharam do show aqui, puderam conhecer nosso país?
Chen: Nós nos apaixonamos pelo Brasil e pela América do Sul. Foi realmente uma experiência marcante e um dos melhores passeios que fizemos. Uma pena não podermos visitar mais lugares por aí, mas quem sabe da próxima vez (risos).


Muito obrigado pela entrevista, pode deixar uma mensagem aos fãs brasileiros.
Chen: Lembre-se sempre de que não importa qual é a nossa religião ou de onde somos ou o que somos, todos nós somos um. All Is One!


Um comentário:

  1. Excelente entrevista, Orphaned é uma das minhas bandas favoritas!
    Abraços!

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