Em apenas 1 ano, a
banda mineira Scibex lançou três trabalhos, sendo que o mais recente é o ótimo
debut “Path To Omors”, lançado em maio de 2013. Talvez o único representante do
Avant-Garde Black Metal no Brasil, o Scibex vem colhendo frutos deste trabalho
intenso com ótima repercussão de seu disco. Agora, o quarteto de Ituitaba busca
divulgar seu álbum de estreia nos palcos. Conversamos com o vocalista Diogo
Bald que se mostrou muito focado em seu trabalho e nos matou a curiosidade
falando mais sobre a banda. Completam o time Thales Valente (baixo), Lennon
Oliveira (guitarra) e João Paulo (bateria).
A
banda se formou em 2012 e no mesmo ano soltou o single “Error Bath” e o EP
“Matha's Prison”. Antes mesmo de formar o Scibex vocês já tinham material
composto?
Diogo
Bald: Na verdade o que ocorreu é que o Scibex tinha uma
proposta inicial diferente e diversas situações fizeram com que amadureçamos as
composições já no estúdio. As primeiras músicas que originaram o Single e o EP
foram compostas para integrar o full lenght, mas isso não ocorreu, pois novas
composições foram compostas nesse tempo e foram incorporados novos elementos
que diferem muito da estética dos primeiros materiais.
Além
disso, neste ano vocês soltaram o debut “Path to Omors”. Como foi o processo de
composição deste trabalho? Imagino que além de prolíficos, vocês são rápidos
(risos)?
Diogo
Bald: Exato, o que pegou muito pra gente foi o tempo!
Tínhamos um compromisso a cumprir e não podíamos falhar. Sabendo então dessa
necessidade, todos nós, inclusive o Rodrigo (produtor), nos desdobramos para
dar conta de todos os processos que envolvem a criação de um álbum sem perder
qualidade e incorporando o máximo de elementos que conseguíssemos. O Thales
(guitarrista) foi o principal mentor dessa parte das cordas e arranjos, o João
Paulo entrou quando já estávamos em estúdio, mas entendeu totalmente a proposta
e somou muito, o Rodrigo foi essencial na produção e criação conosco! Fomos
realmente um time!
O
som praticado por vocês está muito em voga na Europa com bandas como Enslaved,
Vargsheim e até Borknagar. Quais são as maiores influências do Scibex? Aliás,
apesar dessas bandas terem certo reconhecimento por aqui, só vejo o Scibex como
representante do Avantgard Black Metal.
Diogo
Bald:
Pessoalmente, eu sou muito influenciado pelo trabalho, tanto lírico quanto
musical, do Andreas Hedlund (Borknagar, Cronian, Vintersorg, Havayoth, etc...)
e no momento de fazer o encaixe das letras nas músicas eu incorporei coisas que
acho interessantes nos trabalhos dele. Além disso, acredito que todo o
sedimento que se acumula à medida que vamos conhecendo coisas novas,
relembrando as antigas, é parte indispensável no processo de criação.
Vocês
incluem ainda elementos de Progressivo no som da banda, e a diferença para as
bandas citadas acima é que o Scibex soa mais pesado e orgânico. Vocês
concordam? A que acham que deve este fato
Diogo
Bald: A gente teve a intenção de “marcar” as partes de
transição nas músicas e fazendo um paralelo agora com algumas citadas eu vejo
que soamos mais abruptos nessas passagens, o que confere ao som um aspecto
diferente! Mas cada processo de criação é único e deve ser apreciado e
respeitado em sua essência! Tivemos um tempo muito bom em estúdio e isso nos
levou a fazer um álbum que todos nós gostamos, isso é muito importante.
A
produção ficou a cargo de vocês juntamente com Rodrigo Nepomuceno e mostrou um
ótimo resultado. Por que decidiram também participar da produção de “Path to
Omors”?
Diogo
Bald: Muito obrigado pelo elogio! O fato é que a gente
não saía do estúdio, cara! Deve ter sido um momento difícil para o Rodrigo nos
aguentar tanto (risos)! Brincadeiras a parte, sempre estivemos presentes e
atentos a tudo que foi feito juntamente com o Rodrigo. A parte mais complicada
foi, com certeza, a composição das baterias em que cada virada, pode acreditar,
foi feita e refeita com o máximo de cuidado, bem como as ambientações, no
sentido de soar o mais orgânico possível! No final todo esforço e estresse é
recompensado!
Brendan
Duffey masterizou o trabalho no Norcal Studios. Mesmo sendo um produtor e
engenheiro de som renomado, Brendan costuma trabalhar com bandas que possuem
uma sonoridade mais voltada para o Metalcore. Como chegaram até ele e o que
acharam de seu trabalho?
Diogo
Bald: Bem, o Rodrigo já havia trabalhado com o Brendan em
trabalhos anteriores e nos indicou. O processo da master durou uma tarde e foi
bem interessante acompanhar de perto também mais essa etapa! Me lembro que ele
(Brendan) elogiou muito o trabalho de mix do Rodrigo!
Qual
tem sido a repercussão de “Path To Omors”? O álbum chegou a ser lançado no
exterior?
Diogo
Bald: Cara, melhor impossível! Absolutamente todas as
resenhas que li destacam positivamente as composições do Scibex. Isso mostra
que estamos nos livrando daquela restrição e aversão quase dogmática aos sons
que incorporam elementos diferentes em seu som, e isso é muito positivo! E
quando digo que “estamos nos livrando” é porque eu também um dia já fui muito intolerante
a outros tipos de sons “não extremos”. Hoje em dia não vejo limitações para meu
som, posso incorporar elementos de várias vertentes musicais e ainda soar
metal, logicamente com suas devidas proporções! Ainda não lançamos no exterior,
mas se surgir a oportunidade temos muito interesse!
Acredito
que deva ser complexo a execução das composições do Scibex ao vivo, como tem
sido nos shows e como anda a agenda de vocês?
Diogo
Bald: Realmente é complicado pra gente. Estamos ainda sem
um baterista, mas não deixamos os ensaios de lado, pretendemos tocar logo,
assim que tivermos pelo menos cinco músicas em condições de palco!
Pode
deixar uma mensagem.
Diogo
Bald: Gostaríamos de agradecer o espaço e parabenizar
vocês pelo trabalho! Forte abraço a quem admira nosso som, espero encontrar
vocês em breve nos palcos! Lembrem-se: não existem limites!
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