Com
certeza os porto-alegrenses do Eu Acuso! vieram pra chutar a bunda de muita
gente. Afinal, seu som agressivo se mistura a letras inteligentemente
politizadas, além de obter influências de vários estilos protestantes como o
Hip Hop, Punk e Funk (o verdadeiro, não aquela inhaca que chamam de funk por
aqui). Formado por músicos experientes como Carlos Lots (guitarra), Sandré
Sarreta (Vocal), Ale Mendes (bateria), e Marcelo Cougo de Sá (Baixo) – que
passaram por bandas como Sacrário, Leviaethan, Panic, Distraught, Alchemist e
Kaus – o grupo inova na sonoridade e enfatiza ainda mais a insatisfação social
que incomoda muita gente. Falamos com o guitarrista Carlos Lots que, apesar de
breve e direto, não deixou dúvidas sobre a proposta da banda.
Quando surgiu a
ideia de se formar a banda?
Carlos Lots: Surgiu da combinação dos desejos
de produzir um Rock que soasse diferente, e o de tocar com amigos.
Faço essa pergunta,
pois os integrantes passaram por nomes como Sacrário, Leviaethan, Panic,
Distraught, Alchemist e Kaus, ou seja, bandas com propostas totalmente diferentes
do Eu Acuso!
Carlos Lots: A música do Eu Acuso! é o
resultado das experiências musicais dos seus membros. Na banda há basicamente
duas vertentes musicais que se misturam, o Metal dos anos 80 e 90 por parte de
Carlos Lots e Marcelo Cougo e o Grunge por parte de Sandre Sarreta e Ale
Mendes.
E como foi o
processo de composição de “Liberdade Presumida” (2012)?
Carlos Lots: Foi um processo bem prolixo e
racional. A ideia inicial das músicas surgia na guitarra, que eram gravadas e
enviadas por e-mail ao Marcelo que produzia as letras, depois discutíamos os
arranjos de bateria e vozes em grupo. Feito isso, fizemos uma pré-produção pra
definir todos os detalhes e finalmente a gravação do álbum. É interessante
comentar que esse disco foi gravado, mixado e masterizado em 50 horas de
trabalho aproximadamente, e isso aconteceu graças ao planejamento e a boa
performance dos músicos no estúdio.
É interessante
notar que o Eu Acuso! não se limita nas influências, afinal na música da banda
o Metal é mesclado com influências que vão desde o Funk americano passando pelo
Hip Hop e Rock em si. Essa sempre foi a proposta da banda?
Carlos Lots: Essa mistura de influências foi
uma coisa natural na sonoridade do Eu Acuso!, é produto das coisas que ouvimos
e sintetizamos.
Tudo isso sem
perder a pegada Metal e soando diferenciado. Concordam?
Carlos Lots: Concordamos sim! O Metal é a
base da nossa música, mas a ideia é justamente soar diferente do que já foi
feito.
Aliás, não só na
sonoridade agressiva, a banda investe em letras politizadas e inteligentes.
Como surgiu a ideia de focar essa proposta na temática das letras?
Carlos Lots: Quanto a temática, o Rock, nas
suas variadas vertentes é essencialmente uma música de contestação, e o Rock
pesado e agressivo é sonoridade perfeita pra gritar contra as injustiças
sociais.
E como vocês
procuram fazer esse tipo de abordagem sem soar panfletários?
Carlos Lots: Por causa da forma. Existe uma
preocupação com a estética poética das letras, que faz com que não soe dessa
maneira.
O fato de vocês
focarem neste tipo de letras foi o motivo que os fizeram optar por cantar em
português?
Carlos Lots: A escolha pelo português veio da
vontade de que as pessoas do nosso país entendessem o que cantamos e da ligação
forte que o Marcelo tem com a “palavra”. Fazer Rock pesado em português não é
tão simples, há que se ter um cuidado com a forma, além do conteúdo, senão não
agrada.
Voltando a
musicalidade do Eu Acuso!, como vocês definiriam o som da banda?
Carlos Lots: Gostamos de dizer que tocamos Rock!
Eu Acuso! é uma banda de Rock.
Como tem sido a
repercussão de “Liberdade Presumida” até então?
Carlos Lots: Tem sido ótima, foram 30 shows
em 2013, praticamente nosso primeiro ano de banda, já que optamos por tocar ao
vivo só depois de lançar o álbum, que foi em abril. A aceitação do público nos surpreendeu, tem
sido muito legal.
Sei que vocês já
estão trabalhando em um novo álbum, podem adiantar algo a respeito? As
características do primeiro disco serão mantidas?
Carlos Lots: Sim, as características serão
mantidas, mas novos elementos serão acrescentados. Ainda estamos em processo de
composição, então também estamos bastante curiosos com o resultado.
Como anda a agenda
da banda? Muitos shows para 2014?
Carlos Lots: Ao longo de 2013 conhecemos
muita gente e começamos a criar uma rede de contatos, que certamente
viabilizará muitos shows. Todos sabem como funciona o esquema de shows no
underground, ainda falta muito pra se conseguir programar uma turnê com uma
banda independente no Brasil, de maneira que a única forma é as bandas se
ajudarem, e a gente tem tido sorte com as pessoas com quem cruzamos.
Obrigado mais uma vez, Vitor, pelo apoio e trabalho! Um abraço a todos que curtem o Arte Metal!
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