O guitarrista Marcos de
Ros dispensa apresentações. Um dos mais talentosos do instrumento no Brasil, De
Ros sempre foi criativo e tem uma enorme contribuição dentro do Rock/Metal
nacional. Seja como Marcos De Ros, Akashic (sua ex-banda) ou com o De Ros, o
gaúcho sempre lançou trabalhos memoráveis. Em 2013, o guitarrista soltou
“Sociedade das Aventuras Fantásticas”, um álbum duplo baseado nas histórias
clássicas da literatura e do cinema, onde o músico criou trilhas para as mesmas.
Talvez o trabalho mais ousado da carreira de De Ros que, muito simpático e bem
humorado, nos concedeu essa entrevista para falar sobre o novo álbum.
Como
surgiu a ideia de gravar composições baseadas em histórias clássicas?
Marcos
De Ros: Eu acho que a cultura pode realmente mudar vidas,
então, cheguei nessa fórmula - Usar a minha música para ajudar a difundir
livros que me tocaram na infância, adolescência e por que não, até os dias de
hoje. Tirando fora o Superman e o Jack Sparrow, todas as outras músicas não
baseadas em literatura.
Em
algum momento você chegou a cogitar em regravar temas originais das histórias?
De
Ros:
Não, nem me passou pela cabeça. A ideia era justamente apresentar minha visão
daquelas obras.
Qual
foi o processo de escolha das histórias? Há alguma que o inspirou de imediato a
compor e que não poderia ficar de fora de jeito nenhum?
De
Ros:
Quando eu escolhi as histórias que queria musicar, eu tinha mais de 50 títulos.
Quando fiz a lista do que seria completamente essencial, me dei conta que teria
que fazer um CD duplo (risos)!
Impressiona
como as músicas captaram o clima exato das histórias. Isso soou natural pelo
fato de você conhecer todas as histórias ou você teve que estudá-las
intensamente para chegar até esse resultado?
De
Ros:
Conhecia todas as histórias, são de livros que marcaram a minha vida. Muitas eu
reli para ter certeza do que estava fazendo. Uma, em especial, foi a Pinóquio.
Confesso que só conhecia a história através do filme da Disney. Quando li a
história original, vi que a coisa era muita mais pesada do que o desenho
mostrava, por isso a música é bem mais Heavy do que o pessoal espera.
Um
fator importantíssimo que colaborou com isso foram os arranjos e a participação
maciça da sua banda. Enfim, apesar de ser um trabalho focado na sua guitarra,
há espaço para os outros instrumentos. Como foi trabalhar com Éder Bergozza
(teclados), Thiago Caurio (bateria) e Marcel Van Der Zwan (baixo)?
De
Ros:
São todos amigos que conheço a longa data, e músicos de muita experiência! O
segredo de produzir um disco assim, não é ficar no estúdio dando o
direcionamento todo o tempo, mas sim escolher os músicos certos, que falam a
mesma linguagem que você e são capazes de tocar aquilo que você pede para eles
sem grandes dificuldades.
Geralmente
discos de guitarristas primam pela técnica e virtuose. Em “Sociedade das
Aventuras Fantásticas” isso fica em segundo plano, deixando a música fluir.
De
Ros:
Esse é um dos maiores elogios que alguém poderia me dar!
Aliás,
o disco apresenta as nuances Rock e Metal. Você procurou manter essa essência
ou isso aconteceu naturalmente?
De
Ros:
Às vezes eu trabalho fazendo trilhas sonoras. Para compor uma trilha, tu tem que
primeiramente, entender a visão do diretor. Depois, interpretar aquilo na forma
de música para encaixar na cena. Nesse caso, eu era o diretor, então, o que
você ouve no disco, é exatamente o meu gosto musical. Como eu toquei Rock e Metal
a vida inteira, bom, daí já viu, né?
A
produção do trabalho ficou por conta de Juliano Boz e você. Como foi trabalhar
com Juliano?
De
Ros:
O Juliano é um grande amigo, e um guitarrista excepcional! É fácil trabalhar
com ele, ainda mais porque ele é um cara que realmente saca de sonoridades. Tem
muitos arranjos no CD que são bem complexos, as vezes uma grande orquestra é
substituída por uma banda de rock no próximo compasso, então, é necessário
muita sensibilidade e conhecimento técnico para que a transição soe natural. O
Juliano sabe como fazer esse tipo de coisa sem o menor problema.
Hoje
em dia, devido aos downloads na internet, a venda de CDs caiu abruptamente.
Mesmo assim você acaba de lançar um álbum duplo. Isso não é muita ousadia?
De
Ros:
Concordo contigo e, realmente acho que fui muito ousado. Mas tenho certeza que
o cara que está lendo essa entrevista, sentado em frente ao computador, está
pensando agora: “E se eu comprasse esse CD? Será que é caro, ou é bem barato?
Acho que se eu comprar esse CD e levar na escola, a galera vai curtir! E se eu
mostrar para a professora, ela vai adorar, e bobeou, vai sugerir da gente fazer
uma audição do CD e comentar o que achamos das músicas! Putz, no CD tem uns
textos legais que falam sobre as músicas, vai ser legal! E vou ganhar uma
carteirinha de sócio da SAF! Cadê o e-mail do De Ros, vou comprar essa parada
agora!!!”
Como
tem sido a repercussão de “Sociedade das Aventuras Fantásticas”?
De
Ros:
Cara, tem sido muito legal! O que me deixa mega contente é que tem uma
galerinha muito mais nova que está adorando! E as criticas tem sido bem
positivas, justamente pelo fato do CD não ser tão voltado à guitarra, e sim,
para as melodias e arranjos orquestrados e pesados.
Você
tem apresentado as músicas ao vivo? Tem algum plano de fazer apresentações
temáticas utilizando as músicas como trilha? Talvez um teatro?
De
Ros: A ideia seria legal, mas não conheço pessoas que
comprariam a ideia de encenar algo mais teatral, sem contar que a produção
seria caríssima. Eu tenho tocado muito com trilha, o que me possibilita viajar
com baixo custo. Mas uma banda está nos plano sim.
Muito
obrigado pela entrevista e parabéns pelo trabalho! Este espaço é para deixar
uma mensagem aos leitores.
De
Ros: Agradeço demais pelo espaço e por ajudara divulgar a
“SAF” (Sociedade das Aventuras Fantásticas). Para quem quiser conhecer mais
sobre o meu trabalho, acesse:
E aqui, muitos vídeos
(mais de 400):
E se você quiser
adquirir o CD da "SAF", me manda um e-mail:
Obrigado pelos elogios, Capitan De Ros!!!
ResponderExcluirValeu Capitan De Ros, obrigado pelos elogios!!!
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