quinta-feira, 24 de abril de 2014

Entrevista



Para quem teve a oportunidade de ouvir “Born Of Suffering”, primeiro disco destes australianos, não restou dúvidas de estarmos diante de um dos melhores álbuns de Death Metal lançados em 2013. Distribuído pela Shinigami Records no Brasil, o trabalho traz uma sonoridade intensa e cheia de técnica que surpreende pelo fato de ser um debut. Conversamos com o guitarrista Mark Hillary (um dos membros fundadores do grupo) que nos falou mais a respeito do trabalho, além de abordar sua vontade de tocar por aqui e da mudança de vocalista que a banda passou. Completam a atual formação Nathan Evered (baixo), Fox (bateria) e a nova vocalista Mel Bulian.


O fato de “Born Of Suffering” ser o primeiro álbum fez com que a banda se sentisse pressionada na hora de compô-lo e gravá-lo?
Mark Hillary: Tivemos a sorte de fazer do Against The Grain Studios nossa casa durante poucos meses antes e depois do álbum finalizado. Durante o processo de composição e pré-produção do álbum, não houve restrição de tempo. Assim que finalizamos a pré-produção, demos um tempo durante algumas semanas e analisamos o que tínhamos feito. Durante os ‘takes’ de gravação tínhamos 2 dias para gravar a bateria e 9 dias para gravar guitarras, baixo e vocal. Desde o início das gravações até a o lançamento do disco se forma 2 anos.


As composições mostram um Death Metal intenso e brutal. Essa é a gana de se gravar um primeiro álbum ou a banda tinha a intenção de manter o pé fincado no acelerador?
Mark: Não foi algo originalmente focado; foi mais uma progressão natural. Nossas músicas foram compostas mais rápidas unicamente para atender nossos gostos. Quando compomos as faixas elas eram ainda mais rápidas. Tivemos que reduzir a velocidade de algumas músicas, pois as composições não soavam legal como prevíamos. Isso em relação ao Death Metal que sempre queríamos, como a maioria dos fãs do estilo.


Mesmo assim, a banda demonstra uma técnica apuradíssima!
Mark: A técnica refinada aconteceu tudo no estúdio, aprendemos muito sobre a escolha de precisão e ‘grid’, tudo que tinha que se fazer no ‘grid’ ou o mais próximo possível. Clareza foi um de nossos focos, onde compensaríamos o som brutal. Espero que tenha funcionado.


Aliás, a bateria de Fox é um dos pontos altos do disco, pois há impressionantes viradas, ‘blast beats’ e intensa utilização de dois bumbos...
Mark: Fox é um dos músicos mais dedicados que eu, pessoalmente, já trabalhei. Ele dedicou boa parte de seu tempo extra às suas ideias, batidas e bumbos. Ele é muito detalhista e mesmo depois de gravar suas partes está sempre tentando melhorá-las. Claro que fiz um pouco de edição, como você pode ouvir na produção, mas o que se ouve no álbum é basicamente o que você vai ouvir ao vivo.


A banda aposta em músicas velozes na maior parte do tempo, mas o som não soa cansativo. Como isso é possível?
Mark: Nós apenas colocamos diversidade em nossa música, pois apenas encaixar ‘blasts’ (beats) e velocidade nas composições podem deixá-las cansativas e monótonas (não me interpretem mal, pois gostamos muito de ‘blasts’). Todos nós da banda temos um amplo gosto musical e influências. Quando você tem a liberdade de trazer ideias em conjunto traz um pouco de diferença para cada parte da música que você escreve.


O fato dos vocais de Andy ser versáteis pode ser um dos fatores das composições não caírem nessa mesmice?
Mark: A versatilidade pode ser resultado da contribuição dos diversos vocalistas convidados que participam do álbum. Andy também é um vocalista muito talentoso e sua produção e encaixe dos vocais contribuiu muito para essa versatilidade. Infelizmente ele deixou a banda e foi substituído por uma das vocalistas convidadas: Mel Bulian (Art In Exile), que aparece no clipe de Born Of Suffering e em mais 3 faixas, além de participar da faixa In Death... Absolution.


“Born Of Suffering” está sendo distribuído no Brasil pela Shinigami Records. Como se sentem tendo seu trabalho de estreia lançado por aqui?
Mark: Estamos muito animados com o fato de “Born Of Suffering” ter sido lançado no Brasil. Quando iniciamos isso tudo, não sabíamos o que esperar, agora está sendo uma experiência incrível. Maior parte do nosso sucesso se deve ao apoio da PRC Music por acreditar em nós. Estamos muito orgulhosos de nosso trabalho, mas ainda nos surpreendemos com as pessoas gostarem muito dele também.


E como tem sido a repercussão do debut? De onde a banda tem obtido maior retorno?
Mark: Temos tido uma boa resposta ao álbum. Estávamos totalmente alheios ao que as pessoas dedicariam ao nosso álbum. Quando montamos a banda tínhamos em mente tocar aquilo que queríamos ouvir e não seguir nenhuma tendência ou qualquer outra coisa que estava acontecendo no momento. O fato de saber que as pessoas estão gostando é muito gratificante, que em si é o nosso retorno.


Como está a agenda de shows? Há alguma possibilidade de tocarem por aqui?
Mark: Fizemos uma pequena turnê local e antes de lançarmos também havíamos feito este tipo de turnê para aumentar a popularidade da banda. Como tivemos mudança na formação perdemos um pouco do tempo livre. Mas agora, tudo voltou ao normal e começamos a escrever para um novo álbum. Gostaríamos muito de ter a oportunidade de tocar no Brasil e no continente americano. Façam acontecer! Se quiserem que toquemos no Brasil, contatem os promotores e entrem em contato conosco.


Muito obrigado. Deixem uma mensagem ao público brasileiro.
Mark: Muito obrigado à PRC e Shinigami por nos apoiar e distribuir nossa música, isso significa mais do que podem imaginar. Esperamos ver vocês muito em breve, queremos tocar no Brasil!



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