Para
quem teve a oportunidade de ouvir “Born Of Suffering”, primeiro disco destes
australianos, não restou dúvidas de estarmos diante de um dos melhores álbuns
de Death Metal lançados em 2013. Distribuído pela Shinigami
Records no Brasil, o trabalho traz uma sonoridade intensa e
cheia de técnica que surpreende pelo fato de ser um debut. Conversamos com o
guitarrista Mark Hillary (um dos membros fundadores do grupo) que nos falou
mais a respeito do trabalho, além de abordar sua vontade de tocar por aqui e da
mudança de vocalista que a banda passou. Completam a atual formação Nathan
Evered (baixo), Fox (bateria) e a nova vocalista Mel Bulian.
O fato de “Born Of Suffering” ser o
primeiro álbum fez com que a banda se sentisse pressionada na hora de compô-lo
e gravá-lo?
Mark Hillary:
Tivemos a sorte de fazer do Against The Grain Studios nossa casa durante poucos
meses antes e depois do álbum finalizado. Durante o processo de composição e
pré-produção do álbum, não houve restrição de tempo. Assim que finalizamos a
pré-produção, demos um tempo durante algumas semanas e analisamos o que
tínhamos feito. Durante os ‘takes’ de gravação tínhamos 2 dias para gravar a
bateria e 9 dias para gravar guitarras, baixo e vocal. Desde o início das
gravações até a o lançamento do disco se forma 2 anos.
As composições mostram um Death
Metal intenso e brutal. Essa é a gana de se gravar um primeiro álbum ou a banda
tinha a intenção de manter o pé fincado no acelerador?
Mark:
Não foi algo originalmente focado; foi mais uma progressão natural. Nossas
músicas foram compostas mais rápidas unicamente para atender nossos gostos.
Quando compomos as faixas elas eram ainda mais rápidas. Tivemos que reduzir a
velocidade de algumas músicas, pois as composições não soavam legal como
prevíamos. Isso em relação ao Death Metal que sempre queríamos, como a maioria
dos fãs do estilo.
Mesmo assim, a banda demonstra uma
técnica apuradíssima!
Mark:
A técnica refinada aconteceu tudo no estúdio, aprendemos muito sobre a escolha
de precisão e ‘grid’, tudo que tinha que se fazer no ‘grid’ ou o mais próximo
possível. Clareza foi um de nossos focos, onde compensaríamos o som brutal.
Espero que tenha funcionado.
Aliás, a bateria de Fox é um dos
pontos altos do disco, pois há impressionantes viradas, ‘blast beats’ e intensa
utilização de dois bumbos...
Mark:
Fox é um dos músicos mais dedicados que eu, pessoalmente, já trabalhei. Ele
dedicou boa parte de seu tempo extra às suas ideias, batidas e bumbos. Ele é
muito detalhista e mesmo depois de gravar suas partes está sempre tentando
melhorá-las. Claro que fiz um pouco de edição, como você pode ouvir na
produção, mas o que se ouve no álbum é basicamente o que você vai ouvir ao
vivo.
A banda aposta em músicas velozes
na maior parte do tempo, mas o som não soa cansativo. Como isso é possível?
Mark:
Nós apenas colocamos diversidade em nossa música, pois apenas encaixar ‘blasts’
(beats) e velocidade nas composições podem deixá-las cansativas e monótonas
(não me interpretem mal, pois gostamos muito de ‘blasts’). Todos nós da banda
temos um amplo gosto musical e influências. Quando você tem a liberdade de
trazer ideias em conjunto traz um pouco de diferença para cada parte da música
que você escreve.
O fato dos vocais de Andy ser
versáteis pode ser um dos fatores das composições não caírem nessa mesmice?
Mark:
A versatilidade pode ser resultado da contribuição dos diversos vocalistas
convidados que participam do álbum. Andy também é um vocalista muito talentoso
e sua produção e encaixe dos vocais contribuiu muito para essa versatilidade.
Infelizmente ele deixou a banda e foi substituído por uma das vocalistas convidadas:
Mel Bulian (Art In Exile), que aparece no clipe de Born Of Suffering e em mais 3 faixas, além de participar da faixa In Death... Absolution.
“Born Of Suffering” está sendo
distribuído no Brasil pela Shinigami Records. Como se sentem tendo seu trabalho
de estreia lançado por aqui?
Mark:
Estamos muito animados com o fato de “Born Of Suffering” ter sido lançado no
Brasil. Quando iniciamos isso tudo, não sabíamos o que esperar, agora está
sendo uma experiência incrível. Maior parte do nosso sucesso se deve ao apoio da
PRC Music por acreditar em nós. Estamos muito orgulhosos de nosso trabalho, mas
ainda nos surpreendemos com as pessoas gostarem muito dele também.
E como tem sido a repercussão do
debut? De onde a banda tem obtido maior retorno?
Mark:
Temos tido uma boa resposta ao álbum. Estávamos totalmente alheios ao que as
pessoas dedicariam ao nosso álbum. Quando montamos a banda tínhamos em mente
tocar aquilo que queríamos ouvir e não seguir nenhuma tendência ou qualquer
outra coisa que estava acontecendo no momento. O fato de saber que as pessoas
estão gostando é muito gratificante, que em si é o nosso retorno.
Mark:
Fizemos uma pequena turnê local e antes de lançarmos também havíamos feito este
tipo de turnê para aumentar a popularidade da banda. Como tivemos mudança na
formação perdemos um pouco do tempo livre. Mas agora, tudo voltou ao normal e
começamos a escrever para um novo álbum. Gostaríamos muito de ter a
oportunidade de tocar no Brasil e no continente americano. Façam acontecer! Se
quiserem que toquemos no Brasil, contatem os promotores e entrem em contato
conosco.
Muito obrigado. Deixem uma mensagem
ao público brasileiro.
Mark:
Muito obrigado à PRC e Shinigami por nos apoiar e distribuir nossa música, isso
significa mais do que podem imaginar. Esperamos ver vocês muito em breve,
queremos tocar no Brasil!
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