Tendo o músico Zândhio
Aquino à frente, a banda brasiliense Arandu Arakuaa segue uma linha criativa de
extremo bom gosto onde mistura o Metal com música indígena. O resultado pode
ser definido como um autêntico Folk Metal brasileiro, se é que o leitor me
entende.
O primeiro EP,
auto-intitulado, já mostrava o direcionamento da banda, mas ainda merecia certa
lapidação. Essa aperfeiçoada veio neste debut, onde a proposta fica mais
evidente e o resultado final é mais que satisfatório.
O Metal que a banda
aposta é extremo, com nuances de Black Metal nas vocalizações rasgadas de NáJila
Cristina, que também possui um ótimo e belo timbre limpo que se alterna aos
momentos mais agressivos. Zândhio (vocais tribais) e o baixista Saulo Lucena
ainda colaboram com vocais adicionais, o que mostra essa parte do trabalho
muito bem elaborada.
No instrumental temos
uma música pesada, cheia de variações rítmicas e quebradas, com ótimas linhas
de guitarras, além de uma cozinha coesa e consistente. Os arranjos, como não
poderia ser diferente, é a identidade da banda, afinal a inclusão de viola
caipira ficou primorosa, além de ainda contar com outros instrumentos típicos
como maracá e apito.
Todas as letras são em
tupi-guarani o que ganha ainda mais pontos, devido à grande dificuldade em se
compor tais temas. Destaque para as composições T-atá îasy-pe, O-îeruré, Tupinambá e Kaapora. Um belíssimo trabalho e inovador que merece atenção de
quem aprecia não só a música pesada, mas a boa música em si.
8,5
Vitor
Franceschini
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