sexta-feira, 27 de junho de 2014

Entrevista


São 4 anos de carreira e três trabalhos matadores. O último deles, o álbum “Unholy Sacrifice” (2014), incorporou de vez entre as mais prestigiadas novas bandas do cenário nacional. Com integrantes jovens, o diferencial do Jackdevil é que não seguem tendências e apostam suas fichas no Metal influenciado pela década de 80. Falamos com o vocalista e guitarrista André Nadler sobre vários aspectos que envolvem a banda, que é completada por Renato Speedwolf (baixo), Ric Mukura (guitarra) e Filipe Stress (bateria).

Os EP’s “Under The Satan Command” (2012) e “Faster Than Evil” (2013) obtiveram ótima repercussão. Isso fez com que a banda se sentisse pressionada na hora de gravar o debut “Unholy Sacrifice”?
André Nadler: O “Unholy Sacrifice” é o estado líquido que surgiu dos sólidos que construímos com os trabalhos anteriores. O que havíamos feito antes foi bastante profícuo e nos ajudou a definir a sonoridade do nosso primeiro álbum que eclodiu em um momento imprescindível, pois temos lançado um material por ano desde que a banda foi formulada. É unânime entre a banda a convicção de que vivemos sob pressão e somos colocados à prova todos os dias, mas tentamos sobreviver da melhor forma dentro de toda a problemática que é ousar estruturar uma banda nova de Metal pesado num país onde somente os “antigos” ou “gringos” recebem as grandes condecorações. John Kennedy dizia que “coragem é manter a classe sob pressão” e o “Unholy Sacrifice” é a personificação dessa frase para o que seria o JACKDEVIL neste momento.

André Nadler
É latente a evolução gradativa da banda em cada trabalho, mas sempre mantendo as características. A que vocês acham que deve este fato?
André: Asseguro aqui que houve uma evolução facilmente perceptível, desde a técnica até o quesito maturidade tiveram seus devidos aprimoramentos. No “Under The Satan Command” tínhamos apenas um esboço do que seria verdadeiramente o nosso trabalho. O “Unholy Sacrifice” chega justamente para mostrar uma banda mais firme e preparada para encarar o que der e vier. Agora quanto ao fato do que nos levou ao estágio de constante evolução eu acredito que a cobrança que temos com nós mesmos, a vontade de fazer a banda crescer e o esforço interminável e diário de cada integrante fizeram o diferencial.

Voltando para o início da banda, logo no primeiro registro vocês gravaram um vídeo clipe para a música Under The Metal Command que se tornou o maior hit do JACKDEVIL. Como e por que a ideia de gravar um clipe logo no primeiro disco? Como foi trabalhar em cima disso?
André: Em nossa cidade não existia uma banda com um videoclipe e estávamos numa época onde poucas bandas se arriscavam a fazer algo do tipo. Corremos e fizemos bem ao estilo “faça você mesmo” e acabou funcionando. Hoje temos mais 200.000 views em menos de dois anos, vendo por esse lado acho que deu certo.

Renato Speedwolf
Voltando a “Unholy Sacrifice”, vocês mudaram a forma de compor ou mantiveram a mesma metodologia?
André: Sim! Foi mantida a mesma metodologia de composição e somente o que precisamos foi colocar como prioridade a necessidade de não fugirmos do contexto/base de “Unholy Sacrifice”.

O álbum é conceitual baseado em contos de Stephen King. Por que decidiram gravar um trabalho conceitual e por que escolheram este autor?
André: Tamanha ousadia uma banda criar algo conceitual logo no primeiro álbum, não acha? Pois é, foi exatamente isso que pensamos e não somos uma banda que costuma temer os obstáculos, portanto colocamos o projeto para ser realizado e como somos apreciadores das obras do mestre Stephen King, decidimos homenageá-lo logo em nosso primeiro debut.

Por que decidiram regravar Under The Metal Command em “Unholy Sacrifice”?
André: Essa música precisava ser regravada por dois motivos específicos: o carinho que temos por ela e pela necessidade de ter uma de nossas músicas mais conhecidas em nosso álbum oficial de estreia.

A produção ficou por conta de Felipe Hyily e Cid Campelo no estúdio BASE17, em São Luís/MA. Como foi trabalhar com eles e por que decidiram gravar em sua terra natal?
André: Bem, não tínhamos como sair de São Luís, arriscar gravar em outra cidade e sempre confiamos e depositamos muitos créditos aos trabalhos feitos pelo BASE 17, daí só juntamos o útil ao agradável e colocamos a ideia em prática.

Ric Mukura
A arte gráfica do trabalho também ficou excelente com quadrinhos a cargo de Ronílson Freire. O trabalho contou com a supervisão da banda? Como foi trabalhar com Ronilson?
André: O Ronilson Freire é um mestre quando se trata de HQ’s e somos felizes por poder dizer que ele é nosso conterrâneo. Ele já havia feito a arte da capa do Fúria Louca, uma banda de nossa cidade, e seu irmão desenhou uma arte chamada “The Walking Devil” que também está contida no encarte do “Unholy Sacrifice”. Para que as artes fossem elaboradas tivemos que nos reunir com o Ronilson e passamos tudo que pensávamos para ele. Os quadrinhos de cada faixa, a capa, a contracapa, foram ideias nossas que somadas ao talento do Ronilson se transformaram em algo incrível.

A faixa título é baseada no conto “Sacrifício Maldito” escrito por você. Fale-nos um pouco mais a respeito dessa composição no seu contexto geral.
André: Todas as músicas ganharam contos de terror, uma história específica que foi inicialmente criada por todos nós e somente o que estou fazendo é dar vida para todas essas histórias macabras que inventamos. Fizemos isso para que cada faixa do “Unholy Sacrifice” adquirisse uma essência mais verdadeira e se transformasse em algo mais crível e congruente. Estou compilando todas as histórias e mais algumas que criei após o lançamento do álbum e, torço eu para que em breve, seja lançado um livreto com todos os contos juntos.

Na turnê pelo sudeste a banda viveu um de seus auges quando tocou em Belo Horizonte/MG e contou com a participação de Jairo Guedz (ex-Sepultura) em seu show. Como foi tocar na região e em especial neste show?
André: Admiramos o Jairo não somente pelo fato dele ter integrado o Sepultura, mas por sua postura e amor incondicional pelo Metal. Foi uma experiência que não há palavras aqui para descrever a sensação que tivemos quando olhamos o Jairo no palco com o JACKDEVIL e a ideia surgiu pelo fato de estarmos em Belo Horizonte e saber que o Jairo é um cara que sempre apoia bandas novas e tudo mais. Comunicamo-nos com ele e acabou rolando. Foi incrível

Filipe Stress
Age Of Antichrist foi a faixa escolhida para o novo clipe. Qual o motivo da escolha e como foi trabalhar no segundo vídeo?
André: Escolhemos Age of Antichrist para ser o primeiro clipe deste novo trabalho para que ficasse bem claro como a banda está soando neste álbum. Esta faixa mostra com impecabilidade a sonoridade do “Unholy Sacrifice”, pois foi uma das músicas onde mais tivemos a oportunidade de colocar tudo que queríamos de novo para o JACKDEVIL. Age of Antichrist é o nosso terceiro videoclipe, pois também temos o clipe de Flashlights (“Faster Than Evil”, 2013), porém esse novo videoclipe foi o primeiro que trabalhamos dentro dos parâmetros profissionais de gravação e o resultado foi surpreendente. Já assistimos umas mil vezes e ainda ficamos boquiabertos com a qualidade do trabalho, pois a equipe que trabalhou com a gente fez um trabalho magnífico.

Muito obrigado pela entrevista. Podem deixar uma mensagem aos leitores.
André: Agradecemos pelo espaço e pelas excelentes perguntas elaboradas aqui. O recado que deixamos vai em especial para os guerreiros do Metal que nos ajudam a carregar a bandeira do JACKDEVIL todos os dias. Que toda a honra e força seja dada para essa galera que nos ajuda a expandir ainda mais o nosso trabalho.


Um comentário:

  1. Pelo que pude ver, têm tudo pra ser uma das maiores bandas deste gênero no cenário nacional!

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