Os
cariocas da banda Deus Castiga gostam mesmo de serem rápidos. Afinal, seu mais
novo trabalho, “When Paranoia Comes” passa voando, mesmo mostrando uma
sonoridade bem destrinchada. Conversamos com o guitarrista Rafael Parra, sobre
esse novo disco, essa velocidade toda (que inclusive culminou no rápido retorno
desta entrevista) e muito mais. Ao lado de Parra estão Anderson Ferracini
(vocal), Fabiano Klotz (baixo) e Thiago Paiva (bateria).
Acredito que “When Paranoia Comes”
soa mais Grindcore e menos Death Metal que o lançamento anterior, mas há
divergências sobre isso. O que vocês podem dizer?
Rafael Parra: Acho
que por ter 5 músicas de 30 segundos, não só você, mas outras pessoas também
tem essa percepção e em contra partida por ter 5 sons com mais de 2 minutos e
com bastante riffs, outras tem a impressão que é mais Death Metal, mas na
verdade a pegada é parecida com o disco anterior, eu acho, só desmembramos um
pouco os sons.
Aliás, qual foi o objetivo da banda
em relação ao novo EP? Como foi compô-lo?
Rafael Parra:
A ideia era ter sons novos pra tocar nos shows! (risos) Estávamos desde 2011
tocando os mesmos sons, sempre que rola esse clima de enjoar do show a gente
entra em modo composição... E pra gente compor é sempre legal, a gente curte
muito fazer coisas novas, é sempre bem tranquilo e criativo.
O que impressiona nas composições é
o fato de vocês conseguirem explorar sua musicalidade em músicas muito curtas.
Falem-nos um pouco a respeito.
Rafael Parra:
Sempre pensamos em fazer o máximo de riffs possível sem repeti-los ou se
repetir, só numa parte bem rápida! Todos na banda também vêm da escola do Hardcore,
eu e o Klotz tocamos no Ataque Periférico, todos na banda curtem DFC pra cacete
e isso acaba refletindo nos sons, embora somente na velocidade fique mais
evidente essa faceta, o resto é ‘metaleragem’ pura!
Aliás, o trabalho é meteórico. Se
ouvinte bobear ele é atropelado... (risos) Essa foi a intenção da banda desde o
início?
Rafael Parra:
Sim, e acho que a gente não consegue mais agir de outro jeito!! (risos)
“When Paranoia Comes” é um título
bem emblemático. Por que escolheram esse título e o que a banda procura passar
em suas letras?
Rafael Parra:
O titulo é esse porque falamos de comportamentos paranoicos nesse disco, numa
abordagem pessoal de quem viu de perto alguns comportamentos desse tipo... No
geral as letras do Deus Castiga são sempre bem pessoais, o Anderson sempre
procura escrever sob a sua ótica os assuntos mais diversos.
A produção do trabalho é muito boa,
o que não é comum no Grindcore... Além disso foi produzido pela própria banda.
Por que decidiram trabalhar desta forma?
Rafael Parra: É
bicho, a ideia era ter uma produção boa mesmo pra vir diferente da maioria, eu
vi que isso seria uma coisa perceptível dentro desse estilo e resolvi
experimentar! (risos) E tem dado certo, as pessoas tem percebido o que é muito
bom! Sobre trabalhar dessa forma foi meio que o único jeito de conseguir fazer
o que está na nossa cabeça por enquanto, acho que nos próximos a gente vai
trabalhar com outras pessoas porque já temos uma ideia legal de quem somos e o
que queremos.
O EP anterior “I’m Alive Fucking
Dead” (2011) foi incluído no disco como bônus. Por que resolveram colocá-lo
inteiro como extra?
Rafael Parra:
Porque muita gente pedia o disco pra gente nos shows e como não tínhamos mais e
dava um trabalho do cacete fazer ele (cortar encarte, imprimir rótulo de CD e
etc..) a gente resolveu colocar de bônus e resolver esse problema.
Outra preocupação que a banda teve
foi com a embalagem e arte gráfica do EP.
Rafael Parra:
Sim, achamos isso importante num disco e aproveitamos que temos o Thiago (bateria)
que manda bem nos desenhos e curte fazer os lances bem feitos. É legal pegar um
CD que foi feito com um cuidado nessa parte, já dá a vontade de escutar o disco
só nessa interação visual.
A banda tem se apresentado ao vivo?
Com está a receptividade às novas composições assim como ao próprio EP?
Rafael Parra:
Tem rolado shows bem legais pra gente, mês passado fomos para o Sul, passamos
por 4 cidades (Porto Alegre, Campo Bom, São Leopoldo e Alvorada), temos tocado
bastante pelo Rio de Janeiro, interior do Rio e temos tocado bastante. A
recepção é a melhor possível, depois dos shows temos vendido bastante o EP, o
que é bem relevante já que muita gente não compra mais disco por aí...
Muito obrigado. Podem deixar uma
mensagem.
Rafael Parra: Valeu Vitor pela moral, teu blog e o programa
lá com o KODA já são referência pra galera do underground DIY e quem quiser
conhecer mais a banda pode acessar HTTP://deuscastiga.com e no facebook http://www.facebook.com/deuscastiga
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