Praticamente
trabalhando em família, já que o baixista Daniel Dias é pai de Leandro Dias
(guitarra) e Gabriel Dias (vocal), o Devachan soltou sua primeira demo
“Andarilho” (2013) mostrando uma sonoridade diferente baseada no Rock/Heavy
Metal e inspirada em letras criadas há mais de 30 anos. Ao lado de Bruno
Caresia (bateria) e Michael Santos Verissimo (teclado), a banda agora busca
mais espaço e está trabalhando em seu primeiro álbum. Falamos com Daniel e
Leandro, que muito atenciosos, discorreram mais sobre a carreira e projetos do
quinteto.
Como
foi o processo de composição de “Andarilho”?
Daniel
Dias - Em relação ao processo de composição, pode-se dizer
que “Andarilho” foi o momento em que a união entre os integrantes definiu-se.
Quando eu e Leandro
Dias apresentamos o esboço do que seria o “Andarilho”, todos trabalharam a
finco para transformá-lo na sonoridade atual. Já o processo de gravação foram
seis meses de trabalho no estúdio Ponto Sonnoro em Sorocaba/ SP. Foi um
trabalho árduo e ao mesmo tempo recompensador. Foi como um filho que nascia,
naquele momento estávamos para registrar o primeiro trabalho.
Apesar
da proposta em tocar Heavy Metal, a banda apresenta uma sonoridade mais
abrangente. Como definiriam a sonoridade do Devachan?
Daniel
–
Interessante esta pergunta. Nunca pensamos em seguir um único estilo e manter
rótulos para nossa arte. Aproveitamos um pouco de todas as influencias dos
músicos da banda e tentamos incorporar em nossas músicas. Acho que para nos
enquadrar mercadologicamente, podemos dizer que tocamos Rock. Simplesmente.
Aliás,
um aspecto importante a se destacar na música da banda são os arranjos de
teclado, que de certa forma torna o som até mais sutil. O que podem falar a
respeito?
Daniel
–
O som do teclado é essencial para o Devachan. Graças ao Michael Veríssimo
conseguimos abusar das harmonias serenas e timbres diferenciados, sem perder o peso da guitarra e a pegada da cozinha.
A
inclusão de coros em alguns refrãos também soa diferenciada.
Daniel
- As
ideias dos coros foram surgindo ao decorrer da gravação do EP. Optamos por
agregar o Latim em algumas músicas, como no caso da Mente em Sonhos, por ser nosso português derivado deste idioma.
Resumindo, fomos sentindo as músicas e incorporando as frases em seus devidos
lugares.
Vocês
cantam em português e fazem questão de ressaltar este aspecto. Por que
decidiram cantar em nossa língua pátria?
Leandro Dias - Estas letras foram escritas há mais de 30 anos pelo meu pai Daniel Dias. Eram poemas, na verdade. Aos poucos ele mesmo foi criando harmonias no violão, mais voltadas ao Blues/Country com um toque da MPB.Eu e meu
irmão, quando crianças, ficávamos escutando e prestando atenção, principalmente
nas letras, pois achávamos aquilo uma lição de vida. Ao criarmos o Devachan,
queríamos expor o mesmo sentimento que tínhamos ao escutar as composições,
aquela vontade de procurar o caminho, sem tristezas. Nada melhor do que passar
estas mensagens em nossa língua para um melhor entendimento, já que no Brasil o
Heavy Metal ainda é mal interpretado.
Leandro Dias - Estas letras foram escritas há mais de 30 anos pelo meu pai Daniel Dias. Eram poemas, na verdade. Aos poucos ele mesmo foi criando harmonias no violão, mais voltadas ao Blues/Country com um toque da MPB.
Nota-se
mensagens positivas nas letras, o que a banda tenta passar nelas?
Leandro – Essas composições são reflexo de um processo de reforma interior que meu pai passou nos anos 70. Quando eu me irmãoGabriel Dias (vocal)
decidimos trabalhar nestas letras, foi pela essência da sua mensagem que,
resumindo, seria: não adianta reclamarmos de sistemas políticos, religiosos,
econômicos, etc, é preciso nos conhecer interiormente, realizar a mudança de
dentro pra fora, para que então tudo trabalhe em perfeita harmonia.
Leandro – Essas composições são reflexo de um processo de reforma interior que meu pai passou nos anos 70. Quando eu me irmão
“Andarilho”
foi lançado no ano passado. Como a banda o vê atualmente e como tem sido a
repercussão do trabalho até então?
Leandro
-
“Andarilho” foi nosso ponto de partida. Temos muito carinho por esta demo. Em
relação à repercussão, ficamos um pouco surpresos e felizes com a resposta
positiva que “Andarilho” teve. Nos deu aquele “gás” para trabalharmos com
afinco no nosso primeiro álbum que, podemos afirmar, estará soando muito mais
maduro.
E
como está a agenda de shows da banda?
Leandro
- Em
termos de shows, a turnê de divulgação do “Andarilho” já incluiu apresentações
ao lado do Dr. Sin em
Sorocaba/ SP; também participamos do festival “Loucos por
Vinil” em Embu das Artes/SP, fomos a principal atração do Encontro de Motociclistas
em Boituva/SP, entre outros shows. No segundo semestre de 2014 estaremos um
pouco longe dos palcos e focados exclusivamente no processo de pré-produção e
início das gravações do nosso álbum debute.
Uma
pergunta em particular para Daniel Dias. Daniel, para você, como é poder ter
seus filhos na banda e como é o trabalho?
Daniel
– Ter
meus filhos tocando comigo e querendo mostrar minhas composições reflete, na
íntegra, tudo aquilo que os ensinei através de palavras e ações
durante essa jornada da vida. O mais importante é que não existem “pais e filhos”,
mas sim uma união de ideais que ultrapassa a barreira da idade. Todos têm seu
próprio pensamento e sempre aprendi muito com eles também. Essa felicidade de
estarmos juntos é única, incomparável e eterna. Isso me faz sentir sempre com o
espírito jovem, preparado para o que vier.
Quais
são os planos para um debut? Há algo que possam adiantar?
Leandro
-
Estamos em processo de pré-produção do álbum. Pretendemos entrar em estúdio logo agora no
segundo semestre de 2014. Podemos adiantar que as músicas irão mostrar uma nova
face da Devachan. Estamos com muita mais maturidade
que na época do “Andarilho” e sabemos atualmente qual caminho percorrer. Não
podemos divulgar ainda, mas estarão pessoas de peso do mercado nacional e
internacional trabalhando conosco nesse novo trabalho. Aguardem novidades de
arrepiar.
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