terça-feira, 5 de agosto de 2014

Entrevista



Tendo o ‘guitar hero’ David T. Chastain como líder e mentor, a banda Chastain gravou discos memoráveis nos anos 80 e o auge do quarteto foi quando a emblemática vocalista Leather Leone esteve ao lado do ‘homem’. Em 2013, mais de 20 anos após o último registro com Leather no vocal, não só a cantora, como o baixista da formação clássica Mike Skimmerhorn retornaram à banda. Com o time completado por Stian Kristoffersen (bateria), o grupo gravou o álbum “Surrender To No One” (2013) e trouxe toda a aura tradicional do grupo de volta. Conversamos com a carismática Leather que aportou no Brasil exatamente esta semana para uma série de shows. Confira!


Leather, foram mais de 20 anos até o retorno com o Chastain. Quando surgiu a ideia e a vontade de retornar com a banda?
Leather Leone: Eu tive uma experiência de perder um mentor em 2010. Isso me fez refletir e querer fazer algo para me expressar através deste momento difícil. Sledge (N.E.: baterista do projeto Sledge Leather, outra banda da cantora) e eu estávamos passando por esta perda juntas e foi natural começar a compor e trabalhar com música novamente. Durante este tempo pedi vários conselhos a Chastain, o que obviamente me trouxe aqui e agora.


E como foi voltar a trabalhar com Mike Skimmerhorn e David T. Chastain?
Leather: Trabalhar com David e Mike foi com sempre foi, fácil, complicado, frustrante, emocionante, vale à pena. Mas a forma que fazemos música, seja em todas as partes do planeta, não é exatamente juntos na mesma sala. Mas sempre que vou gravar David está no comando. Eu apenas sorrio porque me divirto com isso. Talvez ele não tenha a mesma opinião.


Houve algum tipo de nostalgia ou sentimento diferente na hora de compor “Surrender To No One”?
Leather: A única diferença pra mim é que eu queria estar mais envolvida nas canções. Geralmente David tem o material gravado. Mas desta vez nós trabalhamos em conjunto em cada parte, tendo o nosso tempo, e devo dizer que em muitos casos nós voltávamos à ideia original (risos). Eu estava investindo muito neste CD. Tinha que ser proporcionalmente calibrado.


Você sentiu alguma mudança na forma de trabalho em relação aos anos anteriores?
Leather: Senti. Canto diferente agora. Cresci, como nós todo cresceu. Eu sinto que as gravações que escolho estão mais baixas e ricas. Agora eu sei onde minha voz deve ser encaixada. Eu adquiri minha paz de espírito.




Em que patamar você colocaria “Surrender To No One”?
Leather: É difícil avaliar seu próprio trabalho, pelo menos pra mim. “Surrender To No One” parece ser uma progressão orgânica do Chastain. Com isto feito, agora é sentar e esperar pela próxima produção. Deixá-la acontecer. David inerentemente tinha em mente meus vocais em cada riff criado. Sem dúvidas nós temos nosso próprio som.



Aliás, “Surrender To No One” mostra uma sonoridade com uma roupagem atual, mas com toda característica tradicional da música do Chastain. Você pode nos falar um pouco a respeito disso?
Leather: Como eu disse, todos nós temos crescido e evoluído, como o Metal também. Na minha opinião, este é um forte traço de composição de David. Ele pode ficar viável enquanto permanecer fiel à sua forma. Nós tínhamos gravado 25 músicas, muitas ficaram pra trás. A mente inconstante de um músico.


Evil Await Us e I Am Sin foram as músicas escolhidas para videoclipes. Por que escolheram essas composições e como foi desenvolver o trabalho desses vídeos?
Leather: David me deixou livre para escolher os vídeos. Ele riu constantemente, porque cada dia eu tinha uma canção preferida diferente. Então, naquele dia foi Evil Awaits Us. Eu me identifiquei com a mensagem, e eu tinha contato com a Cleusa (‘Lady Of Evil’, atriz brasileira do clipe) que junto com David teve a ideia do cemitério! Eu acredito piamente na linha tênue entre o branco e o preto, e I Am Sin obviamente cai nessa categoria. O catolicismo é um conceito interessante. Eu amo o processo de fazer vídeos! Eu fiz minha parte no norte da Califórnia com Marcel Leonard. Sua experiência tinha sido principalmente em filmes, então ele ficou emocionado de estar envolvido!


“Surrender To No One” também contou com uma versão ‘sem cortes’. Como surgiu a ideia e porque lançar o trabalho neste formato?
Leather: Essa ideia foi toda do selo Leviathan Records. Eu, é claro, concordei para que vocês pudessem ver o quanto uma música muda na produção. Prefiro um pouco mais a versão ‘uncut’ do que foi escolhido para a parte original de "Surrender to no One".


Falando a respeito de shows, você se apresentará no Brasil e você tem um público que aprecia bastante seu trabalho por aqui. Qual o sentimento de poder se apresentar por aqui?
Leather: São palavras difíceis de encontrar. Eufórica, eufórica, todo delírio vem à mente. O amor e lealdade que sinto vir dos meus amigos do Brasil são meus combustíveis. Me faz muito melhor em meu ofício. Obrigado! Estou pronta pra compartilhar toda esta alegria e suor com vocês, obrigado!


E como você a cena Metal atual?
Leather: A cena Metal no norte da Califórnia, onde eu moro, é inexistente. Os EUA são umas bestas diferentes do resto do mundo. Como o mestre Dio disse uma vez: se tornou uma American Idol. É uma lufada de ar fresco saber que a América do Sul e Central, além dos loucos europeus mantiveram a chama do Metal acesa. Vocês têm o sangue grosso do Metal em suas veias.


Quais os planos? Há algo que possa nos adiantar?
Leather: No momento não tenho planos concretos. Muitas ideias na minha cabeça, e estou tendo algumas conversas, mas só o tempo dirá. Fiquem atentos nos sites: www.leatherleone.com e www.chastainmetal.com.


Obrigado Leather, deixe uma mensagem aos fãs brasileiros.
Leather: Minha mensagem para meus amigos brasileiros: é melhor vocês levantarem suas bundas para qualquer direção e irem aos meus shows. Conto com vocês para compartilharem isso comigo! Com toda a lealdade e crença que vocês têm me mostrado, eu quero mostrar simplesmente minha gratidão com música! Eu amo vocês!


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