Não há dúvidas que a
saída do vocalista Vitor Rodrigues (Voodoopriest) foi fortemente sentida pelo
Torture Squad, mas principalmente pelos fãs. Afinal, Vitinho – como é
carinhosamente chamado – é um baita vocalista e possui grande carisma. Porém,
toda banda está sujeita a esse tipo de baixa e o Torture Squad superou isso de
alguma forma.
Permanecendo como um
power trio, o grupo decidiu seguir com o guitarrista André Evaristo nos vocais
o que naturalmente fez com que sua sonoridade mudasse, mas mantendo a
característica e pegada da banda. Isto é sentido principalmente no fato de a
mescla de Thrash/Death Metal de outrora não se fazer presente, já que elementos
do Metal da morte são praticamente nulos no álbum.
“Esquadrão de Tortura”
mostra um Torture Squad extremamente técnico e caminhando firmemente pelas
trilhas do Thrash Metal. A sonoridade mostrada no trabalho lembra muito o de
ícones atuais que voltaram aos holofotes nos últimos anos tal como Destruction,
Exodus, porém com uma produção mais seca.
Outro fator
diferenciado, é que a banda usou uma temática conceitual baseada nos ‘anos de
chumbo’ da ditadura militar brasileira. O trio estudou muito os fatos, caprichou
nas letras (incluindo aí informações precisas com textos no encarte), além de
adaptar a sonoridade de cada canção conforme o tema.
Além de tudo,
“Esquadrão de Tortura” é o álbum mais variado da banda, com elementos
adicionados na medida certa aos arranjos e mostra uma banda extremamente segura
e coesa. Tudo isso com uma produção de primeira linha a cargo da banda, Brendan
Duffey e Adriano Daga, no Norcal Studios.
Mas sim, a falta de
Vitor é sentida, mesmo com a sonoridade diferente dos trabalhos anteriores.
Apesar do esforço, o timbre rasgado e agudo de André soa estranho e faz com que
o ouvinte demore para se acostumar, soando monocórdio na maioria das vezes e
chegando a cansar em certos momentos.
Porém, os pontos altos
de “Esquadrão de Tortura” (que conta com a participação de João Gordo, Fernanda
Lira, Sphaera Rock Orchestra e muito mais) são maioria massacrante e inclua a
isso a bela arte da capa (por João Duarte), a embalagem em slipcase, pôster com
as letras e tudo mais.
8,5
Vitor
Franceschini
Eu acho que esse tipo de album com temática dessa, tinha que ter o som totalmente português. Não faz sentido algum esse album com letras em inglês. Torture Squad perdeu uma grande oportunidade de ousar... e a temática ajudava muito... uma parte da história do nosso país.
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