sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Entrevista



São 13 anos de estrada focados em um Death Metal descompromissado e letras sarcásticas. A Pile of Corpses, também conhecida como POC não se deixa levar por aspectos visuais e leva apenas sua musicalidade à sério. E isso fica evidente no debut “For Sex, for Violence, for Alcohol” lançado este ano. Conversamos com Alexandre ‘Chefe’ (baixo) que, ao lado de Alba (vocal), JP (guitarra) e Dentão (bateria), busca mais espaço na cena.

Não tem como não iniciar a entrevista com essa pergunta (risos). A banda existe desde 2001, porque o primeiro disco “For Sex, For Violence, For Alcohol” foi lançado somente em 2014?
Alexandre ‘Chefe’: O álbum é o nosso terceiro registro, antes temos os EPs “Hail War” (2003) e “Santa Claus is Cumming” (2007), mais o primeiro full length. Além dos problemas (principalmente financeiros) normais de uma banda underground para lançar o álbum, nosso principal empecilho foi a troca de baterista em 2008, após o lançamento do EP “Santa Claus Is Cumming”. Demoramos pouco mais de 2 anos para substituí-lo e mais algum tempo até que o novo tirasse todas as músicas e nós fecharmos todas as composições, pois no meio dessa transição nós demos uma desanimada - ficar sem tocar é muito chato (risos). Com a entrada do Pinguim retomamos a agenda de shows ainda antes de entrar no estúdio para a gravação e isso acabou nos atrasando nesse processo. Importante dizer que o Pinguim, responsável pela gravação do álbum se mudou para Campo Grande/MS e assim saindo do POC (atualmente está no Hellmotz), mas felizmente dessa vez encontramos o substituto, o Dentão, que atualmente está totalmente entrosado com o POC e nosso estilo alcoólico de banda.

E as músicas que o compõe foram feitas durante todo este tempo ou banda optou por compô-las recentemente?
Alexandre: O álbum é composto por todas as fases da banda, tem músicas como Hail War e Devouring the Pork que estão no nosso primeiro EP até músicas como Hymen Collector e Masturation of the Wicked que foram praticamente compostas para esse CD. É um bom apanhado da vida do POC.

Aliás, a proposta da banda sempre foi o Death Metal? Até porque há nuances de Thrash/Crossover bem de leve na música de vocês...
Alexandre: A proposta sempre foi tocar um som agressivo, que a galera ouvisse e sentisse vontade de quebrar tudo na roda (risos). Como nós já tínhamos o nome, Pile of Corpses, antes de qualquer música, a ideia sempre foi uma banda que seguisse as temáticas e sons mais brutais... Lembro que na época que montamos o POC ouvíamos (e ainda ouvimos) muito Mayhem, Marduk, Deicide, Cannibal Corpse, Sodom, Kreator, RDP, e isso moldou um pouco a ideia inicial...

A banda aposta em uma sonoridade mais ‘old school’. O que podem falar a respeito?
Alexandre: Nada premeditado também. Acredito vir muito da influencia que temos, do que sempre ouvimos, daí essa veia ‘old school’ no nosso som.



Outra coisa que chama a atenção no álbum é a produção humilde, mas que casa perfeitamente com a sonoridade da banda. Isso foi proposital?
Alexandre: Vou ser bem sincero nessa resposta, a produção foi a que coube no bolso (risos). Ouvimos algumas críticas quanto à produção, mas acho que nessa hora ninguém pensa o quanto custa a gravação. Além de grana (chegamos a ouvir proposta de R$ 15 mil) muitos estúdios não dão a devida atenção às bandas que estão no começo de suas vidas. Dado o cenário, vimos diversos orçamentos para a gravação e escolhemos o melhor custo benefício. Para nós não valeria a pena realizar uma gravação excelente com um preço exorbitante que nos deixaria sem condições de gastos com divulgação e viagens para shows depois. Por isso tentamos equilibrar essa balança.

O Pile Of Corpses segue a cartilha do Death Metal, mas quando o negócio é a temática a banda se diferencia. Afinal, vocês não falam de temas comuns no estilo e são sarcásticos na maior parte do tempo. Fale um pouco do conceito lírico de “For Sex, For Violence, For Alcohol” e o que vocês pretendem passar com isso?
Alexandre: Esse estilo mais debochado é o reflexo de todos os integrantes do POC, não existe uma pretensão com isso. As pessoas que nos conhecem sabem que somos aqueles caras que curtem sair pra beber sem moderação e falar merda (risos) então ficou muito natural passarmos isso para as músicas. No início da banda fizemos músicas mais “sérias” como a Hail War, que também compõe esse álbum, mas ao longo dos anos fomos amadurecendo e encontrando a nossa personalidade. Chegamos a ter um pouco de receio por termos uma temática mais sarcástica, causando nos shows e etc, e não tanto brutal como é comum no Metal mais extremo, mas sempre fomos muito bem recebidos pelo público e ficamos muito satisfeitos com isso, pois pra nós não seria legal posar de uma coisa que não somos. Tanto quando somos público ou quando somos banda somos assim, bêbados e tarados (risos).

Como está a repercussão do disco e o trabalho de divulgação do mesmo? Chegaram a lançá-lo no exterior ou obter resposta de fora?
Alexandre: Muito boa, tanto pela mídia (resenhas) quanto pelo público, não temos o que reclamar. Quanto ao exterior, sim estamos enviando o ‘trampo’ para todo mundo, inclusive antes de responder a essa entrevista estávamos fazendo uma com um zine português e temos uma da Suécia na fila. A resposta tem sido muito boa, felizmente!

E quais são os planos para o restante do ano? Enfim, como está a agenda da banda?
Alexandre: No restante do ano manteremos o foco na realização dos shows já agendados e de alguns em negociação. Além disso, ainda lançaremos um lyric video de uma das músicas do CD. Mas já estamos com a cabeça em 2015, acredito que será um grande ano para o POC!!

Muito obrigado, deixem uma mensagem aos leitores.

Alexandre: Nós que agradecemos a oportunidade de vocês do Arte Metal! Convidamos a todos que se interessaram a conhecer o Pile of Corpses: em nosso facebook (fb.com/bandpoc) é possível ouvir nossos dois primeiros EP’s na íntegra e também pelo soundcloud (https://soundcloud.com/metalmedia/pile-of-corpses-the-hymen) ouvir a música Hymen Collector do novo álbum. E claro quem quiser pode entrar em contato pelo nosso e-mail (pileofcorpses@gmail.com) que enviamos o novo álbum!

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