O Nervochaos transpira
underground e nunca teve medo de dar a cara a bater. Tanto que desde 2010 a
banda vem lançando trabalhos (em diversos formatos) ininterruptamente e agora
com a formação estabilizada com Guiller (vocal/guitarr), Quinho (guitarra),
Felipe Freitas (baixo) e Edu Lane (bateria), o grupo acaba de lançar seu álbum
mais variado, “The Art Of Vegeance”. Conversamos com Edu sobre o novo trabalho
e o atual momento da banda, além de outros assuntos.
Você
concorda que “The Art Of Vegeance” vem a ser o álbum mais variado da banda?
Edu
Lane: Com certeza. Na verdade, sempre buscamos evoluir a
cada lançamento e também queremos obter a nossa própria sonoridade. Aliado a
isso, sempre procuramos superar o lançamento anterior e acredito que
conseguimos. Estamos extremamente satisfeitos com este novo trabalho. E é o
nosso melhor trabalho até o momento. Um disco com músicas fortes, com variações
de estilo e de andamento rítmico. Há momentos mais calcados no Death Metal,
outros mais para o Thrash Metal e ate pitadas de Black Metal e de Doom Metal.
Além do tempero Grind/Hardcore que sempre se fez presente. As letras também
estão mais inteligentes e elaboradas e isso tudo sem fugir da nossa proposta
inicial.
Essa
variação foi proposital ou isso fluiu naturalmente durante o processo de
composição do novo álbum?
Edu:
Flui
naturalmente. Se você ouvir os nossos CDs vai perceber como esta evolução flui
e tudo isso sempre foi um processo totalmente natural de composição. Acho que
com a formação estável e com a alta frequência de shows estamos bem entrosados
e isso facilita bastante também na hora de compor. A banda está mais madura e
creio que por isso conseguimos dar um passo à frente.
Aliás,
como foi esse processo de composição, já que a banda se mostra muito prolífica
nos últimos anos?
Edu:
Natural
como sempre fizemos. Riffs são compostos, levados ao ensaio, onde lapidamos até
termos as músicas e depois colocamos as letras. Sempre fizemos desta forma e
creio que a maior diferença nestes dois últimos CDs é que atualmente todos
integrantes colaboram com ideias e composições. Queremos manter essa frequência
de lançamentos, mas sempre nos preocupando com a qualidade deles também.
Qual a principal diferença
entre “The Art Of Vegeance” e “To The Death” (2012)?
Edu:
Obviamente há algumas diferenças básicas, mas vejo o novo CD como uma evolução
do anterior. Fora isso, a grande diferença foi no processo como um tudo, ou
seja, no novo CD tivemos (pela primeira vez na história da banda) a
participação de um produtor em todo o processo, desde composição, letras e
processo de gravação.
Mesmo
fazendo um som de qualidade, o Nervochaos nunca se preocupou em soar
extremamente técnico. Porém, a técnica é mais um elemento facilmente
identificado no novo disco, desde as guitarras entrosadas e com um trabalho bem
elaborado, passando pelas linhas de baixo e bateria. Pode falar um pouco a
respeito dessa latente evolução de vocês como músicos?
Edu:
Como
mencionei anteriormente, creio que devido à estabilidade na formação estamos
sendo capazes de evoluir mais rapidamente e consequentemente a técnica acaba
aflorando. Como você falou, a gente nunca se preocupou em soar mais técnico ou ficar
‘preso’ a um estilo específico, sempre fizemos aquilo que gostamos e certamente
continuaremos desta forma até o fim. A frequência de shows também colabora
bastante nesse processo todo que flui naturalmente pra gente.
A
produção ficou mais uma vez a cargo do italiano Alex Azzalli. Por que
resolveram continuar com ele?
Edu:
Gostamos muito do trabalho do Alex. Conhecemos ele durante a nossa turnê pela
Europa, em 2011, quando ele foi o nosso técnico de som. No “To The Death”
optamos por ter o material mixado e masterizado por ele. Percebemos que ele
entende bem a proposta da banda e resolvemos chamá-lo neste novo CD para
participar do processo todo como um produtor. Ele veio ao Brasil, ficou alguns
dias conosco, esteve durante toda a gravação conosco e depois levou o material
para Itália para ser novamente mixado e masterizado por lá. O resultado final
ficou excelente e acredito que fizemos a escolha certa.
A
arte de “The Art Of Vegeance” foge um pouco dos padrões do Nervochaos, mas é
muito interessante. Fale-nos sobre o processo de concepção deste trabalho feito
pelo artista Marco Donida.
Edu:
Queríamos
algo diferente de tudo que já havíamos feito e foi por isso que escolhemos
trabalhar com o Marco Donida. Ele captou muito bem as nossas ideias e o
conceito do álbum, chegando nesse resultado, que em nossa opinião, ficou
maravilhoso. Neste CD procuramos evoluir como banda e justamente optamos por
fazer coisas que nunca havíamos feito antes. Então o processo de composição,
gravação, letras e a arte; todos deviam seguir esse conceito, de evoluir, inovar,
mas sem deixar de ser fiel às nossas raízes e proposta inicial.
Desde
2010 a banda não deixou passar um ano sem lançar algo, incluindo aí o boxset
“17 Years of Chaos” (2013) comemorando 17 anos de carreira. Vocês andam bem
prolíficos hein? (risos)
Edu:
Sim,
essa é a ideia. Desde 2008 mudamos a mentalidade dentro da banda e procuramos
dar mais frequência de shows/turnês e lançamentos. Acabamos sofrendo algumas
mudanças de formação e finalmente em 2010 conseguimos colocar em prática a
nossa estratégia. Claro que sempre nos preocupamos em lançar material de
qualidade, mas com mais frequência, o que não é tarefa fácil, mas temos
conseguido ser bem sucedidos nisto.
Algo
mudou depois da repercussão do boxset (que conta com um documentário)?
Edu:
Na verdade sim. Sentimos a evolução da banda, não apenas na parte sonora ou de
frequência de shows/turnês ou de lançamentos, mas no quesito base de fãs,
frequência de público em shows e nas vendas também. Creio que isso tudo é fruto
de um árduo trabalho que foi iniciado há anos atrás. Sentíamos que a banda
merecia um registro a altura e resolvemos trabalhar no Box-set que vem rendendo
excelentes resenhas e criticas por parte do público e imprensa. Para gente foi
um marco este lançamento e estamos muito orgulhosos dele.
Aliás,
por que resolveram lançar a segunda parte do documentário como bônus do novo
álbum?
Edu:
Na verdade, quando finalizamos o Box-set percebemos que havia ficado de fora
muito material. Também queríamos fazer algo especial para os fãs na primeira
prensagem deste novo CD. Daí optamos por concluir o ciclo iniciado no 2º DVD do
Box-set e lançar a parte dois como bônus na primeira prensagem deste novo
material.
E como tem sido a
repercussão de “The Art Of Vegeance” até o momento?
Edu: Tem sido excelente
por parte do público e da imprensa. O que realmente importa para gente é o
público estar recebendo bem este material. Como banda, estamos muito contentes
com o novo material e nos motiva ainda mais quando o público recebe bem o CD.
Muito
obrigado por conversar mais uma vez com a gente. Pode deixar uma mensagem.
Edu:
Obrigado pela entrevista, pelo espaço cedido a banda e pelo apoio. Para saber
mais sobre a banda visite www.nervochaos.com.br
e vejo vocês na estrada!
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