quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Entrevista



“Eternal Rise” (2013), primeiro EP da banda Hazy, chegou sem muito alarde e aos poucos foi ganhando destaque no underground. Juntando características do Death Metal com melodia e ‘groove’, o trabalho vem chamando atenção até hoje. Atualmente formada por Diego Sachi (vocal), Eduardo Gochi (baixo), Marcio Lucca (bateria) e Vinicius Marcel (guitarra), a banda agora prepara o debut. Falamos com Sachi sobre o EP, além de outros assuntos como a própria preparação do álbum de estreia.

No seu primeiro EP “Eternal Rise” o Hazy mostra uma sonoridade focada no Death Metal, mas que não se restringe a isso já que há melodia e ‘groove’ nas composições. Essa foi a intenção da banda desde o início?

Diego Sachi: Bom, primeiro eu gostaria de te agradecer mais uma vez pela oportunidade e pelo apoio que você tem dado a HAZY. É sempre bom saber que temos ótimos profissionais com quem podemos contar. Não. Nossa única intenção foi fazer um som honesto, que nós ouviríamos nas nossas casas e compraríamos CDs. O direcionamento que o som foi tomando é o reflexo de todas as nossas influências. Todos nós na banda temos influências diferentes, alguns mais extremos e outros nem tanto, então isso se refletiu no nosso som. Foi algo que fluiu naturalmente e não programado, sabe?

E como você definiria a sonoridade da banda?

Diego: Nós nunca tentamos definir o nosso som. Nós simplesmente fazemos Metal. O legal é que essa “definição” muda de acordo com a pessoa que ouve.
Normalmente quando você se define você automaticamente não se permite caminhar por outros lugares, sabe? Então você cria um estilo e fica difícil por agregar novos elementos a música. O bom disso é que a definição vem das pessoas. Muitas pessoas quando nos ouvem falam que fazemos Thrash Metal outras que nós fazemos Death... e eu já li resenhas que falavam que nós fazíamos um “Groove Metal” (risos). Então, simplesmente fazemos Metal.


Essa inclusão de elementos melódicos e ‘groove’ pode ser arriscada pra uma banda que aposta no Death Metal. Vocês procuraram equilibrar isso ou tiveram esse cuidado na hora de compor/executar as composições de “Eternal Rise”?

Diego: O “groove” já se tornou uma característica da nossa música, mas nós procuramos nunca exagerar em nada que fazemos. Nem muito nem pouco. O suficiente para dar outras nuances na música. Gostamos de algo mais pesado, mais direto, mas ao mesmo tempo sentimos falta disso em algumas músicas que ouvimos de outras bandas.  É arriscado sim, mas é algo que acabou se tornando natural no nosso som, saca? Não planejamos isso quando começamos a compor a música isso simplesmente aparece naturalmente.


Apesar de ser o primeiro trabalho e a banda ser relativamente nova, “Eternal Rise” mostra uma banda madura. Como foi compor este trabalho e a que você acha que deve este fato?
Diego: Quando começamos a compor o “Eternal Rise” eu era praticamente um estranho na banda. Os outros membros já se conheciam há mais de 10 anos. Eles tinham mais entrosamento e conheciam cada um seus limites e seus instrumentos e comigo foi diferente. Eles não me conheciam, tão pouco minha voz e tudo que eu poderia dar. Então, a medida em que as músicas iam saindo nós íamos nos conhecendo e automaticamente sabendo o que poderíamos “extrair” um do outro. Mas foi um processo trabalhoso, porém prazeroso. Era praticamente a primeira vez que eu via uma composição minha tomar forma e ser tocada por outras pessoas. Acredito que a maturidade da banda se dá muito à maneira como encaramos o nosso trabalho. Nós não vemos a HAZY como uma brincadeira de garagem e embora isso não nos de rios de dinheiro, nós acreditamos no que fazemos e fazemos tudo com muita seriedade.  Se as pessoas percebem que isto pra você é apenas uma brincadeira, elas passam a não dar o respeito que a banda merece e isso é muito ruim.


As músicas mostram um bom equilíbrio entre si dificultando destacar uma apenas.
Diego: Isto eu recebo como elogio. (risos) Nós tentamos fazer um som coerente e manter o mesmo nível entre todas as músicas. Não é legal quando você ouve um CD, ele começa maravilhoso e vai ficando sem graça durante as músicas e fica sem energia no final. Nós trabalhamos as nossas músicas de maneira mais “matemática” então tentamos nunca deixar com que elas fiquem desconexas e coisas do tipo.



O disco contou com a produção de Marcelo Pompu e Heros Trench. Como foi trabalhar com eles já no primeiro EP?
Diego: Cara, poder trabalhar com pessoas que são ícones do Metal Nacional é sempre um prazer. É acima de tudo, um grande aprendizado para nós que estamos começando agora. Imagina o que é receber conselhos de uma pessoa que tem 40 anos só de Metal. Foi sensacional. Eles nos deram total suporte e liberdade para regravarmos tudo aquilo que fosse necessário e eu acho que o resultado final foi muito positivo. Sem falar que, o Marcelo Pompeu é uma figura, engraçado pra caramba. Sem sombra de dúvidas é onde pretendemos gravar o nosso full.

E como você vê “Eternal Rise” hoje, já que o disco foi lançado em 2013?
Diego: Eu vejo como um conjunto bem feito. Tivemos a sorte de trabalhar com excelentes profissionais que nos ajudaram muito... Desde a arte da capa, o design até mesmo a gravação/mixagem/masterização, mas hoje eu sei que este trabalho representa o começo da banda. Nossas composições hoje são diferentes. Elas mantém a mesma essência porque isso é algo particular nosso, mas nós nos desenvolvemos como músicos e isso refletiu nas nossas novas músicas. Não tivemos uma mudança brusca mas ela é notável quando se ouve um material novo nosso.

Qual a repercussão do EP tanto por parte da crítica quanto por parte do público? Ele chegou a ser lançado e obter resposta do exterior?
Diego: Sempre foi muito boa. Quando lançamos o teaser, já recebemos algumas boas criticas pelo teaser e o mesmo aconteceu quando soltamos a capa. Quando de fato lançamos o EP, ai que tudo mudou. A galera começou a reconhecer mais nosso trabalho. Sempre recebemos boas criticas tanto de sites especializados como de fãs de Metal. Ele não foi oficialmente lançado no exterior, mas algumas cópias foram para lá e algumas outras vão para a Alemanha e para Nova York agora em Dezembro. Mas nós recebemos mensagens de fora do Brasil. Nossa primeira venda de EP digital foi de um comprador da Alemanha. Mas estamos em negociação para que ele possa ser relançado em outros a Países. Acredito que em menos de um mês tudo estará resolvido.

Provavelmente já estão trabalhando em um novo trabalho. Em que formato ele virá? Pode nos adiantar alguma coisa?
Diego: Sim, já estamos trabalhando em um material novo... Aliás, duas dessas músicas novas já foram tocadas ao vivo no lançamento do nosso EP. Já temos bastantes coisas pré-definidas sobre esse novo CD, um “conceito” estabelecido e o que virá por trás dele. Só estamos esperando oficializar o nosso novo baterista para poder dar continuidade ao trabalho que já começamos anteriormente com o Marcio. Vamos lançar esse novo CD em formato físico, com encarte e tudo e se tudo de certo, iremos relançar o “Eternal Rise” em um novo formato com algumas coisas diferentes.

Pode deixar uma mensagem.
Diego: Bom, gostaria de agradecer pelo espaço e oportunidade de mostrar um pouco mais o nosso trabalho. Também gostaria de agradecer a todas as pessoas envolvidas em cada passo que damos e as pessoas que nos acompanham dentro e fora de São Paulo, as bandas que já dividimos palco, produtores de evento que nos contratam e acreditam no nosso trabalho e aos nossos fãs que fazem com que a gente continue se empenhando para levar o melhor de nós para eles. Criar uma banda não é uma tarefa fácil, mas manter ela na ativa é uma tarefa muito mais difícil ainda. E gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho feito com o Blog. Hoje em dia é muito mais comum você ver pessoas criticando as outras bandas do que abrindo espaço para elas e pessoas como você, fazem total diferença na cena. Isto é sim a união headbanger! E quem quiser conhecer e saber mais sobre a HAZY, vou deixar aqui alguns links:

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