quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Entrevista



São dois álbuns de extrema qualidade: “Day After Day” (2012) e “The Enlightened One”, lançado este ano. Mostrando uma evolução natural de um trabalho para outro, a banda liderada por Felipe Loyola (guitarra/vocal) vem conquistando seu espaço com sua musicalidade que flerta com várias vertentes do Rock e Metal. O próprio Loyola falou ao Arte Metal e contou mais sobre todo o trabalho da banda, que hoje é completada por Felipe Mafra (baixo), Leandro Fonseca (bateria) e Rafael Grego (guitarra).

“Enlightened One” mostra uma evolução natural do Made of Stone em relação ao primeiro trabalho “Day After Day” (2012). Concorda?
Felipe Loyola: Com certeza! Com o passar dos anos a gente evolui musicalmente, apesar de que o álbum de estreia, o "Day After Day", seja um grande álbum com influencias mais focadas no Alternativo.

Aliás Felipe, apesar do Made of Stone ser uma banda, tem você como grande mentor do grupo. Somente você compõe na banda ou você conta com a ajuda dos outros membros?
Felipe: No primeiro álbum foi 99% Felipe Loyola (risos), os outros foram os arranjos de teclado e baixo do baixista Felipe Mafra. O lance é que era para ser um projeto solo meu e não uma banda. Mas como vimos que o CD tinha tudo para dar certo, nos resolvemos montar a equipe. Já no “Enlightened One” continua sendo eu como principal compositor porém, com a entrada do Rafael Greco, veio a dar mais ênfases nos solos e alguns arranjos, coisa que eu não poderia fazer com a formação antiga que era um trio. Basicamente eu componho o esqueleto das músicas, e os integrantes imprimem da forma deles os arranjos e a forma de tocar. Na banda é tudo muito livre, se tiver ideia boa é só trazer.

A sonoridade de vocês abrange diversos gêneros dentro do Metal, principalmente do Metal mais moderno. Isso sempre foi o foco do Made of Stone ou flui naturalmente?
Felipe: No primeiro disco foi algo mais Metal alternativo e alguma coisa até pop, mas claro, sem perder o peso! Bandas como Evanescence, Breaking Benjamin, Silver Chair, The Rasmus, Foo Fighters, Stone Sour e Avenged Sevenfold foram as principais influências, claro que não queríamos seguir o óbvio, por isso fiz uma mistura bem bacana que veio virar a Made Of Stone. Engraçado que nos reviews e resenhas a galera não consegue qualificar muito bem o estilo da banda e foi exatamente o que eu queria, ser diferente (risos). Já compararam ate com NOFX acredita? Eu nem ouço isso apesar de vir da escola do Hardcore. Já no novo álbum “The Enlightened One” com a chegada dos outros membros Rafael Greco (Guitarra) e Leandro Fonseca (Bateria) pude explorar o lado mais Metal da coisa sem perder o lado alternativo. Foi daí que comecei a beber das fontes mais modernas como o Stone Sour, Trivium, Papa Roach, Protest The Hero, CD solo do James Labrie e Bullet For My Valentine e até mesmo o próprio Maiden  e Metallica. Enfim são bandas que eu realmente amo.

“Enlightened One” também mostra um trabalho de guitarras mais desenvolvido. Fale-nos um pouco a respeito disso.
Felipe: Então, como disse com a chegada dos novos membros, comecei a trabalhar mais meu lado guitarrista junto com o Rafael, seja com duetos, sweeps, arpejos técnicas, até porque ele é um grande guitarrista e também queríamos dar uma nova cara para a banda. Estou muito feliz com o time atual, só tem camisa 10.

O disco também mostra composições tendo bons refrãos como marcas registradas.
Felipe: Sim, meu ponto forte como compositor são os refrãos, é bacana você ver nos shows da menininha com bandana na cabeça ao metaleirao ‘troo’ cantando suas músicas, creio que nosso som está sendo bem aceito em quase todas as tribos.

Você também está cantando melhor que no álbum anterior. Isso é parte dessa evolução natural?
Felipe: O primeiro disco foi intencional cantar com a voz mais limpa, digamos assim, foi nosso primeiro investimento e foi alto! Não podíamos arriscar muito, disco de estreia e tudo mais, queríamos alcançar o máximo de pessoas possíveis! O vídeo clipe da música Can You Feel tem mais de 16 mil views em pouco mais de 1 ano, isso foi incrível para uma banda que não tinha assessoria, empresário, gravadora nem fãs (risos). Fizemos 1000 cópias e vendemos 500 discos em 6 meses, foi fantástico! Vai de cada pessoa, muitos amam o meu jeito de cantar em “Day After Day” outros pedem ate gutural! (risos). Já no novo disco com as novas músicas, vi que precisava estudar técnica vocal para dar a  agressividade necessária para este disco, até porque comecei a ter problemas por cantar de forma errada, perdia a voz no show, tive problemas de refluxo, enfim... Foi aí que comecei ouvir meus ídolos, o vocalista do Bullet For My Valentine, Matt Tuck e o meu predileto Corey Taylor (Slipknot, Stone Sour). Comecei a ouvir muito Stone Sour e a forma como eles cantam, até mesmo James do Metallica, e comecei a estudar em cima disso. Estou muito feliz de ter evoluído! Na gravação do “Enlightened One” estava nesse processo, no próximo discos vocês vão ver um novo Felipe Loyola.

A produção sonora de “Enlightened One” mostra um trabalho primoroso. Como foi desenvolvido este trabalho?
Felipe: A produção ficou mais uma vez por minha conta, sinto que quando vem a inspiração você tem que ir lá e gravar! Pode demorar 1, 2 anos para ela vir, mas quando vem corra e grave. Não adianta ficar com as músicas guardadas por anos e ir melhorando ela, a cada ano você tem uma cabeça diferente, influências diferentes, pensamentos diferentes. Bom, eu tenho um home studio onde foi feito o primeiro álbum, assim que compus tudo, enviei as demos para os integrantes darem uma olha. Como eu e o baterista Leandro somos de Alfenas/MG já marcamos ensaios para definir as melodias e arranjos da bateria. O Rafael é de Campo Belo/MG, ele também tem home studio e gravava os arranjos e me mandava. Enfim, foram trocas de figurinha a distância. Assim que tudo estava pronto, gravamos a bateria em um estúdio de Poços de Caldas, onde vocês podem conferir os vídeos das gravações no nosso canal no Youtube. O resto foi feito no estúdio do nosso amigo Luiz Paulo, gravações de baixo, sintetizadores, teclados, mixagem e master foi tudo no home studio do baixista Felipe Mafra. Ele também mixou tudo. Ele tem muito talento para isso. O primeiro disco também foi mixado por ele.



Aliás, a arte gráfica também ficou belíssima, como foi a concepção da mesma?
Felipe: O problema dessa geração digital é que a galera não tem mais aquele costume de pegar a capinha, certo? (risos). Mas todas as nossas capas têm uma história, inclusive as bonus tracks, EP, etc. A história da capa do “Day After Day” fala de uma menina que presenciou a segunda guerra mundial e pensa que sobreviveu, mas não foi bem assim. Já  a capa do “The Enlightened One” é mais complexa! Esse disco tem um conceito com filosofia budista e conta a história dos sentimentos humanos, raiva, amor, tristeza e o principal o equilíbrio das coisas. O disco busca esse equilíbrio, a árvore meio florida e meio seca representa esse equilíbrio, a mão do robô segurando o coração de pedra simboliza que mesmo em um futuro distante pode haver salvação, amor no coração de pedra das pessoas.

Vocês tocaram no festival Roça ‘n’ Roll que é realizado em Varginha/MG e foram um dos grandes destaques deste evento que hoje é um dos maiores do Brasil no gênero. Como foi essa experiência?
Felipe: Tocar ao lado de Project 46, Angra e  Korzus, conhecê-los pessoalmente foi demais! Presenciar aquele momento no backstage com lendas do Metal nacional foi simplesmente foda! Fora toda estrutura, palco, iluminação, som, divulgação... Queria aproveitar o espaço para mandar um abraço para o Bruno Maia, abriu muitas portas e confiou no nosso trabalho.

E como está a repercussão do novo trabalho, tanto por parte da crítica quanto do público?
Felipe: No ramo da música do Rock você nunca esta no topo como antes, a vida tem disso, tem ciclos e vai melhorando a cada dia, estou feliz com o desenvolvimento do novo disco, não temos assessoria mais e por incrível que pareça, todos os blogs e amigos que fizeram resenhas do primeiro discos nos abraçaram e estão divulgando por conta deles, isso é incrível! E mostra como a união faz a força, inclusive vocês do Arte Metal e meu amigo Vitor, agradeço vocês de coração. Inclusive entramos para a gravadora/selo Wikimetal ao lado de grandes bandas como Viper, Project 46, Noturnall, Torture Squad entre outras. Estou feliz de verdade com tudo que vem acontecendo comigo e com a Made Of Stone, fruto do suor e esforço.

E quais os planos para este final de ano e 2015?
Felipe: Final do ano vem mais um show importante em dezembro dia 13, não posso confirmar ainda qual banda será, mas está fazendo sucesso no Metal de hoje. Além disso, acabamos de lançar um lyric video da música Ego e em dezembro vamos soltar dois clipes! Can You Fell Part II acústica e Angry vai ser uma mega produção! Em dezembro assim como o “Day After Day” teve uma bonus track fora do disco só disponivel para download (Lost), esse vai ter uma em português que não tem nome ainda, aguardem! 2015 muitos shows e um segundo DVD e talvez um novo álbum. Acho que está bom de novidades né? (risos)

Pode deixar uma mensagem.
Felipe: Quero agradecer a todos o carinho e o espaço que vocês vêm dando para  a Made Of Stone, isso é algo muito legal no Metal, a união! ‘É nois’! Segue os links para vocês conferirem tudo da banda!





Downloads dos dois álbuns:



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