“Blind Rage” fecha a
trinca de ferro iniciada por “Blood Of The Nations” (2010) e, posteriormente, “Stalingrad:
Brothers in Death” (2012). Álbuns que marcaram o retorno triunfal do Accept,
tendo como frontman o carismático Mark Tornillo, uma escolha mais do que
acertada.
Impressiona a qualidade
destes três trabalhos e como a banda conseguiu manter suas características
moldadas no início dos anos 80 quando lançou os clássicos “Restless and Wild”
(1982), “Balls To The Wall” (1983) e “Metal Heart” (1985). Aliás, única trinca
que talvez supere esta atual.
“Blind Rage” tem como
diferencial de seus antecessores a pegada mais agressiva e uma maior variação
de ritmos. A essência se mantém, mostrando uma banda tinindo e composições de
alto calibre, todas com a marca registrada do Accept: riffs a esmo e refrãos em
coro.
Como já ficou
comprovado nos dois álbuns anteriores, Mark Tornillo é um ótimo vocalista e,
apesar da semelhança com o timbre do saudoso Udo Dirkschneider, o
norte-americano parece mais ser versátil. Aliás, Tornillo é mais um caso de
vocalista que se encaixou perfeitamente e faz com que quase toda saudade do
baixinho Udo se vá.
Stampede,
Dying Breed, Fall of The Empire (um dos riffs mais
pesados da banda), 200 Years e seus
riffs cavalgados típicos do Accept, além de Final
Journey, podem ser os destaques de “Blind Rage” nessa tortuosa missão de
destacar algo em um álbum como este.
A versão nacional traz
ainda um DVD bônus gravado em Santiago, no Chile, durante a turnê de
“Stalingrad”. A apresentação é memorável, direta, sem muito papo com a galera.
O repertório mescla clássicos como Breaker,
Monsterman, Fast As Shark, Metal Heart, Balls to The Walls com sons mais
novos como Hellfire e a já clássica Stalingrad. Com uma captação
profissional o DVD acaba se tornando um bônus de luxo.
Se o Accept resolvesse
encerrar a carreira após “Blind Rage” teria sido no auge de sua capacidade de
compor e muito mais digno do que quando a banda encerrou as atividades da
última vez com o mediano “Predator” (1996). O melhor disso tudo é que a banda
não parece estar interessada nisso e vai muito bem, obrigado.
9,0
Vitor
Franceschini
Nenhum comentário:
Postar um comentário