quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Entrevista



Por Leandro Fernandes e Vitor Franceschini

São quase 20 anos de carreira, três álbuns lançados e turnê internacional. Isso resume um pouco da história de um dos maiores nomes do Thrash Metal de Brasília/DF. A banda atualmente formada por Itazil Junior (guitarra/vocal), Fernando Cezar (guitarra/vocal), Tiago Teobaldo (baixo) e Josefer (bateria) voltou recentemente de uma turnê no Paraguai e agora planeja um novo trabalho, além de uma nova turnê sul-americana e um festival com o nome da banda. Quem nos contou tudo isso foi Itazil Junior!

Desejando bastante sucesso a banda já logo de início. Gostaria que vocês se apresentassem e dissessem de onde surgiu o nome FLASHOVER e o motivo para o qual.
Itazil Junior: Saudações família Arte Metal, bom, a banda esta na ativa desde 1996 e no inicio se chamava TORMENT, porém descobrimos que já existia algumas bandas com esse nome espalhada pelo mundo e um dia conversando com um amigo que havia assistido um documentário sobre tipos de  incêndios, descobrimos o Flashover, que é um fenômeno bastante comum em grandes incêndios, forte, pesado e incontrolável... Quando ele falou isso mudei o nome da banda (risos).

“Infamous Country “ foi o primeiro registro da banda, por qual motivo o mesmo foi lançado em um formato ao vivo?
Itazil: Este álbum foi nosso primeiro material gravado depois da demo-tape de 98. As condições eram outras nesta época, estúdios eram caros, e não havia tanta facilidade para gravações por aqui. Gravar separadamente esta fora da nossa realidade, então, vendemos tudo que tínhamos - vídeo game, bicicletas, relógios, CDs, vinis (risos) - e pagamos quatro horas cravadas para gravar,mixar e masterizar. Foi um álbum verdadeiro, particularmente eu gosto muito, não há cortes, edições... Ensaiamos por dias e fomos gravar, tem músicas muito boas nele, e a ideia é regravar algumas nos próximos CDs, assim como fizemos com a Flesh And Blood no CD “Superior” (2008). 

Bandas quando estão em processo de “garagem” ainda, começando a soltar algumas demos têm o costume de mudar bastante os integrantes, com vocês foram assim também e por qual motivo se dá a essa mudança constante?
Itazil: Primeiro, baterista é uma raça difícil né?!  (risos) Infelizmente tivemos algumas mudanças de batera no decorrer dos anos, mas sempre saídas tranquilas, normalmente alguns saiam para resolver problemas pessoais, outros buscavam outras opções de vida, etc... Mas por azar sempre foram bateristas, e isso realmente desgasta muito, pois é uma das partes fundamentas da cozinha de uma banda. Porém agora estamos há um bom tempo com essa formação que esta realmente confortável e confiável.

Vocês já estão com 17 anos de carreira, há pouco tempo que conseguiram se apresentar em um país vizinho ao nosso e bandas na Europa mais recentes conseguem, às vezes, fazer uma tour pelos países do continente. A que se dá a esse tipo de situação?
Itazil: Então, já recebemos varias propostas para shows na América Latina e Europa, principalmente entre 2001 e 2003 nos álbuns “Infamous Country” (2001) e “Land of Cannibals” (2003), acompanhamos de pertos os giros de grandes amigos por esses lugares como Torture Squad, Nervochaos, Krisiun, entre outros. Porém a logística e as condições na época ainda eram difíceis para nós. Hoje em dia é muito mais fácil, a facilidade de passagens, e lugares de shows estão maiores, tanto para bandas  do Brasil  ir para Europa, quanto para bandas de lá virem para o Brasil. Entendo que a comunicação e a economia ajudam bastante no processo. 

E como foi a turnê pelo Paraguai? Como é a cena por lá e como surgiu essa oportunidade?
Itazil: O giro lá foi ótimo, havia muitas pessoas com nossos materiais em mãos, estávamos devendo uma visita por lá há muitos anos, e conseguimos fazer datas por lá com nossos irmãos da banda Tumulto. O show foi muito foda, a galera é muito pilhada e já estamos com propostas para voltar em 2015 e estender para o Chile, Bolívia, Peru e Argentina.

Qual foi a recepção do público paraguaio?
Itazil: A melhor possível! Infelizmente havia outro evento no mesmo dia, o que separou um pouco o público, mas a galera curtiu bastante, empolgaram muito e tivemos um ótimo trabalho de  divulgação dos materiais que levamos.

Irá ser lançado um festival que leva o nome da banda, qual é o intuito do evento e por que decidiram batizar com o nome do grupo?
Itazil: A gente realmente está pensando em fazer e convidar algumas bandas de amigos para participar de um evento, porem é algum que nem esta no papel ainda, em comemoração aos 18,19 ou 20 anos de banda, mas isso requer um trabalho grande e no momento estamos focados em entrar no estúdio e gravar um novo álbum para 2015.

O projeto Distrito Metálico do Felipe CDC (produtor do Distrito Federal), será enfatizado um tributo de bandas locais que já não existem mais. Esse projeto conta com a participação dos músicos das bandas já extintas? Conte um pouco como será esse trabalho.
Itazil: Esse será mais um dos milhares de projetos do meu irmão CDC, e digo que é um dos mais importantes, pois a ideia é excelente, resgatar bandas que faziam a alegria de muitos que viveram aquela época é maravilhoso, sem contar que eram excelentes bandas. Quantas vezes curti shows de bandas como Abhorrent, PUS, Restless em Brasília, curtia como fã em vários shows, e depois que formei o Flashover tive o prazer de dividir palco com algumas, então será realmente fantástico. E nós ficamos com a difícil e honrada missão de representar a banda Restless do qual particularmente sou fã e esperamos honrar com qualidade esta missão.

No disco “Superior” existe um cover de “Balls to the Wall” (Accept). Como foi trazer essa música de uma pegada mais técnica do Heavy Metal para o lado “sujo” do Thrash.
Itazil: Pô, uma experiência muito boa, até fomos convidados para participar de um tributo não oficial ao Accept, organizado por um produtor alemão. A música é um clássico e é muito delicado tentar trabalhar em algo tão respeitado assim. O resultado ficou melhor do que esperávamos, mas se pudesse faria algumas coisas diferentes (risos).

O que vocês podem nos adiantar a respeito de um novo lançamento?
Itazil: Vamos cumprir mais algumas datas até o meio de Abril de 2015, e tentar fechar uma pré- produção para entrarmos em estúdio até o meio de Setembro. A ideia é lançar o álbum ainda em 2015, mas muita coisa pode acontecer, né?!

Como se encontra a agenda de vocês para o final deste ano e também para o ano de 2015.
Itazil: Faremos ainda algumas datas em Fortaleza, Belém, Recife, São Paulo, Santa Catarina, Teresina, isso até o mês de abril de 2015.

Já existe algum contato de produtores europeus interessados no trabalho da banda?
Itazil: Contatos sempre existiram, mas vamos primeiro nos concentrar para a gravação de um novo material, depois nos preocupamos com isso. São muitas informações para quando se começa a fechar parcerias com produtores externos e realmente pode atrapalhar o objetivo inicial que é um novo álbum.

Faça um “top 5” de discos, seja eles pessoais ou não, que de certa maneira acabaram influenciando no som da banda.
Itazil: Cara, ai você me pegou! A banda são quatro malucos com gostos totalmente diferentes... Vou tentar ser o mais justo e parcial possível, mas vamos lá:
Metallica – “Kill Em All”
Judas Priest – “Painkiller”
Slayer – “Raining Blood”
Pantera – “Cowboys From Hell”
Sepultura – “Arise”

Gostaria de agradecer a entrevista e deixo o espaço livre para deixarem sua mensagem.
Itazil: Muito obrigado pelo espaço, foi uma verdadeira honra estar em vosso material! Quem quiser conhecer mais nosso trampo, estamos no facebook  e nosso contato para maiores informações é flashoverthrash@gmail.com. Mantenham a fé e o espírito no underground!


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