sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Uganga – “Opressor” – 2014 – Sapólio Rádio (Nacional)

“Opressor”, quarto disco do Uganga, um projeto que teve início despretensioso há mais de 20 anos por Manu Joker (ex-baterista do Sarcófago), marca de vez o território da banda. Tudo isso pelo trabalho ser resultado incessante de uma sonoridade moldada aos poucos, uma busca incessante por uma identidade que, enfim, está definida.

O trabalho resume muito bem o que a banda fez em seus três primeiros discos e ainda adiciona novos elementos. Talvez seja o álbum mais Hardcore do Uganga, ao mesmo tempo em que é o mais técnico e menos ‘grooviado’ da discografia. Mas o ponto crucial fica por conta do ápice individual de cada músico, afinal, desde Manu que está cantando melhor que em qualquer momento, até os guitarristas Christian Franco e Thiago Soraggi, passando pela cozinha de Rafael ‘Ras’ Franco (baixo) e Marco Henriques (bateria), a banda está tinindo.

Um aumento na dose de melodia também foi muito considerável, mostrando que a banda também soube variar. As temáticas bem desenvolvidas surgiram após o título do álbum e aborda, de uma forma geral, a degradação, o regresso do valor humano. Isto faz com que a banda soe ainda mais ácida.

Ao mesmo tempo em que “Opressor” mostra um clima tenso e uma musicalidade agressiva, pela primeira vez o Uganga soa mais acessível com as devidas proporções. Isso fica evidente nas ótimas faixas Modus Vivendi e Guerreiro, mostrando uma faceta diferente, influência do Rock Nacional dos anos 80.

Guerra, O Campo, Opressor e Moleque de Pedra (que traz Juarez Távora do Scourge urrando em participação especial) são os destaques, e ainda há espaço para um cover do Vulcano para Who Are the True que conta com as participações de Murilo Leitte (Genocídio) e Ralf Klein (guitarrista do Macbeth, da Alemanha).

“Opressor” foi gravado no Estúdio Rocklab em Goiânia/GO sob produção de Gustavo Vazquez (Black Drawning Chalks, Macaco Bong, Krow, Hellbenders) e traz uma sonoridade totalmente condizente com a música proposta pela banda. Basta ouvir uma única vez pra concluir que o objetivo da banda foi atingido.


9,0

Vitor Franceschini


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