“Opressor”, quarto
disco do Uganga, um projeto que teve início despretensioso há mais de 20 anos
por Manu Joker (ex-baterista do Sarcófago), marca de vez o território da banda.
Tudo isso pelo trabalho ser resultado incessante de uma sonoridade moldada aos
poucos, uma busca incessante por uma identidade que, enfim, está definida.
O trabalho resume muito
bem o que a banda fez em seus três primeiros discos e ainda adiciona novos
elementos. Talvez seja o álbum mais Hardcore do Uganga, ao mesmo tempo em que é
o mais técnico e menos ‘grooviado’ da discografia. Mas o ponto crucial fica por
conta do ápice individual de cada músico, afinal, desde Manu que está cantando
melhor que em qualquer momento, até os guitarristas Christian Franco e Thiago
Soraggi, passando pela cozinha de Rafael ‘Ras’ Franco (baixo) e Marco Henriques
(bateria), a banda está tinindo.
Um aumento na dose de
melodia também foi muito considerável, mostrando que a banda também soube
variar. As temáticas bem desenvolvidas surgiram após o título do álbum e
aborda, de uma forma geral, a degradação, o regresso do valor humano. Isto faz
com que a banda soe ainda mais ácida.
Ao mesmo tempo em que
“Opressor” mostra um clima tenso e uma musicalidade agressiva, pela primeira
vez o Uganga soa mais acessível com as devidas proporções. Isso fica evidente
nas ótimas faixas Modus Vivendi e Guerreiro, mostrando uma faceta diferente,
influência do Rock Nacional dos anos 80.
Guerra,
O Campo, Opressor e Moleque
de Pedra (que traz Juarez Távora do Scourge urrando em participação
especial) são os destaques, e ainda há espaço para um cover do Vulcano para Who Are the True que conta com as
participações de Murilo Leitte (Genocídio) e Ralf Klein (guitarrista do
Macbeth, da Alemanha).
“Opressor” foi gravado
no Estúdio Rocklab em Goiânia/GO sob produção de Gustavo Vazquez (Black
Drawning Chalks, Macaco Bong, Krow, Hellbenders) e traz uma sonoridade totalmente
condizente com a música proposta pela banda. Basta ouvir uma única vez pra concluir
que o objetivo da banda foi atingido.
9,0
Vitor Franceschini
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