quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Spartacus – “Imperium Legis” – 2015 – Independente (Nacional)

Com quase 30 anos de carreira, o grupo porto-alegrense Spartacus é um dos pioneiros do Heavy Metal gaúcho. Porém, em meio a mudanças de formação, a banda pouco pôde produzir nessas três décadas, tendo lançado seu debut “Libertae” apenas em 2004. Mas a banda nunca acabou de fato e agora lança seu segundo petardo, este encantador “Imperium Legis”.

Com uma produção sonora de muita qualidade (a cargo de Sebastian Carsin, no Hurricane Studios, que também mixou o álbum), “Imperium Legis” se mostra um álbum de extrema qualidade e possui uma desenvoltura pouco vista nos dias atuais. O álbum soa atual, mesmo carregando influências oitentistas e a banda soando épica em vários momentos.

Um fator importante a ser ressaltado é que a sonoridade demonstra a verdadeira essência a que deveria pertencer o Metal brasileiro. Não, o Metal não foi inventado aqui, mas poderíamos ter o nosso jeito de fazê-lo e adotar o nosso idioma de forma correta ficaria muito interessante, e é isso que o Spartacus faz.

O instrumental não pode fugir do alicerce que foi criado quando surgiu a NWOBHM no Reino Unido e ainda adiciona elementos típicos do Speed Metal (bem de leve) e, com letras inteligentes, a banda consegue se utilizar de metáforas interessantes que pregam a liberdade, existencialismo e sentimentos pessoais.

Bem estruturadas e com um timbre excelente, as guitarras de Victor Pertoscki destilam bases e solos de ótimo bom gosto, enquanto o baixista, líder e principal compositor Marco Di Martino coloca as seis cordas em seu devido lugar acompanhado pela bateria certeira de Guilherme Oliveira.

M. Canto possui um senso de melodia e interpretação preciso e ainda tem um vocal privilegiado pelo seu timbre, além de não escorregar em nenhum momento. O Spartacus soa como um verdadeiro conjunto, sem espaço para destaques individuais, de onde saem músicas pegajosas e com fortes refrãos, com destaque para Encontro de Almas, Na Rota da Colisão, Nas Trevas da Insanidade, Noite Sem Lua e Sob a Sentença, Um Carrasco. Formidável.

9,0

Vitor Franceschini


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