Com quase 30 anos de
carreira, o grupo porto-alegrense Spartacus é um dos pioneiros do Heavy Metal
gaúcho. Porém, em meio a mudanças de formação, a banda pouco pôde produzir
nessas três décadas, tendo lançado seu debut “Libertae” apenas em 2004. Mas a
banda nunca acabou de fato e agora lança seu segundo petardo, este encantador “Imperium
Legis”.
Com uma produção sonora
de muita qualidade (a cargo de Sebastian Carsin, no Hurricane Studios, que
também mixou o álbum), “Imperium Legis” se mostra um álbum de extrema qualidade
e possui uma desenvoltura pouco vista nos dias atuais. O álbum soa atual, mesmo
carregando influências oitentistas e a banda soando épica em vários momentos.
Um fator importante a
ser ressaltado é que a sonoridade demonstra a verdadeira essência a que deveria
pertencer o Metal brasileiro. Não, o Metal não foi inventado aqui, mas poderíamos
ter o nosso jeito de fazê-lo e adotar o nosso idioma de forma correta ficaria
muito interessante, e é isso que o Spartacus faz.
O instrumental não pode
fugir do alicerce que foi criado quando surgiu a NWOBHM no Reino Unido e ainda
adiciona elementos típicos do Speed Metal (bem de leve) e, com letras
inteligentes, a banda consegue se utilizar de metáforas interessantes que
pregam a liberdade, existencialismo e sentimentos pessoais.
Bem estruturadas e com
um timbre excelente, as guitarras de Victor Pertoscki destilam bases e solos de
ótimo bom gosto, enquanto o baixista, líder e principal compositor Marco Di
Martino coloca as seis cordas em seu devido lugar acompanhado pela bateria
certeira de Guilherme Oliveira.
M. Canto possui um
senso de melodia e interpretação preciso e ainda tem um vocal privilegiado pelo
seu timbre, além de não escorregar em nenhum momento. O Spartacus soa como um
verdadeiro conjunto, sem espaço para destaques individuais, de onde saem
músicas pegajosas e com fortes refrãos, com destaque para Encontro de Almas, Na Rota da Colisão, Nas Trevas da Insanidade, Noite
Sem Lua e Sob a Sentença, Um Carrasco.
Formidável.
9,0
Vitor
Franceschini
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