Se analisarmos
rapidamente este segundo trabalho dos gaúchos do Brutal Morticínio a definição
seria a seguinte: uma evolução natural e uma grande aproximação de sua
identidade própria. Afinal, a banda mantém os elementos do primeiro disco “Despertar
dos Chacais... O Outono dos Povos” (2008), mas adiciona mais personalidade à
sua música.
Outro fator
preponderante em “Obsessores Espíritos das Florestas Austrais” é o fato de a
banda estar investindo ainda mais no Black Metal visceral, deixando outras
influências de lado. Além do mais, o novo álbum mostra mais versatilidade em
questão rítmica e de melodia.
Mantendo a essência
ríspida nos riffs e variando no andamento das composições, o Brutal Morticínio
consegue despertar vários sentimentos com seu som extremo e obscuro. Letras
inteligentes que resistem ao cristianismo e mostram a essência pagã dos povos
nativos da América são mais um atrativo.
Incluindo passagens em
algumas quebradas e elementos acústicos na dose certa (sem nenhum exagero, a
conta gotas, aliás), a banda se sai bem em praticamente todas as composições.
De qualquer forma Não Darei a Outra Face,
a melancólica Evocando os Espíritos
Obsessores das Florestas Austrais e a melódica Vingança Ancestral chamam bastante atenção, além de uma das duas bônus
Estúpido e Podre Homem Branco Cristão.
Os vocais cantados em
português bem inteligíveis e a ideia de traduzir as letras para o inglês no
encarte são louváveis. “Obsessores Espíritos das Florestas Austrais” ainda
conta com uma produção que se encaixa perfeitamente à sonoridade proposta. Mais
um clássico do Metal negro brasileiro.
9,0
Vitor
Franceschini
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