O cara quando resolve
fazer algo sozinho quase sempre o faz porque não quer impor limites à sua
criatividade, isso é fato. O Dödsvarg é um desses casos, e quem comanda a coisa
aqui é o sueco Jon Ekström, responsável por praticamente tudo, com exceção da
masterização que ficou por conta de Brad Boatright, no Audiosiege.
Este segundo petardo de
estúdio desta one-man-band traz em sua proposta um som focado no Industrial que
flerta com Black Metal, Punk, HC e até Groove Metal em certos momentos. E pela
descrição do perfil do projeto no Bandcamp, é essa mesmo a intenção do músico.
O mais interessante é
que o negócio dá certo. Não de primeira, mas conforme for ouvindo mais e mais,
coisas novas fluem e percebe-se muita qualidade no trabalho. Um ponto
característico é como Ekström conseguiu dar vários climas diferentes nas
composições.
Momentos mais
‘grooviados’ (com nítida influência de Nailbomb) aparecem e logo dão espaços
para climas mais densos, que chegam a incomodar (no bom sentido). Há momentos
mais agressivos e outros mais melancólicos, angustiantes também. Enfim, um nó
na cabeça do ouvinte.
Vários
vocalistas participam do trabalho e o grande destaque é Samuel Skoog que engata
um gutural na metalizada faixa Ångest och
vrede. Amantes do Sepultura da fase ‘Roots’ pra frente irão se deliciar com
Outhärdligt e sua pegada pesada cheia
de ‘groove’. Destaque também para Glädjens
paradise e toda sua fúria.
Muito
interessante é o tempo das composições que muitas vezes não passa de 2 minutos
e Ekström, mesmo assim, consegue explorar bastante as músicas. Algumas faixasc desnecessárias
como I kolgruvorna e Skall slås i spillror, essa última com
elementos hip hop, são dispensáveis. Mesmo assim, um trabalho bem interessante.
8,0
Vitor Franceschini
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