Fazer Metal no Brasil é
complicado e se arriscar a trabalhar em uma Metal Opera triplica a complicação.
Mas, o paulista Marcelo Beckenkamp deixou a paixão falar mais alto e aos poucos
vem realizando um sonho de colocar seu projeto definitivamente em prática. Para
isso, em parceria com o guitarrista e produtor Vinicius Almeida, já juntou um
grande time de músicos nacionais e internacionais e lançou dois singles que têm
dado o que falar. Com muita paciência e perseverança, sem dar o passo maior que
as pernas as coisas têm caminhado no rumo certo. Falamos com o idealizador e os
músicos envolvidos (parece até uma ‘entrevista opera’) sobre esse ousado
processo e todo seu desenvolvimento.
Como
surgiu a ideia e vontade de montar um Metal Opera?
Marcelo
Beckenkamp (idealizador/fundador): Tudo começou em 2013,
quando notei que, dos projetos do gênero já existentes, além de soarem quase a
mesma coisa, poderiam ser feitos de forma diferente. Foi então que me reuni com
Vinícius Almeida, do DRK Studios e expus a minha ideia de fazer um novo Metal
opera diferente, sem que a essência fosse perdida. Ele gostou e, a partir de
então, começamos a gerar novas ideias, tirando tudo do papel e deixar o projeto
mais real, passar a dar vida ao Waterghost.
Marcelo Beckenkamp |
Acredito
que, no Brasil, montar um projeto desses moldes tenha a dificuldade
multiplicada. Quais os maiores desafios em se trabalhar em uma Metal Opera?
Marcelo
Beckenkamp: Não há dúvida alguma que as
dificuldades sejam multiplicadas quando o assunto é Metal no Brasil, ainda mais
um Metal opera. Nesse caso, acredito que a maior dificuldade esteja em
apresentar algo verdadeiramente novo para os fãs, sem perder a real essência.
Além do mais, fazer com que esses novos elementos comprovem que podem funcionar
muito bem, resultando em uma aquisição da confiança merecida do público, onde
as pessoas comecem a olhar com bons olhos isso tudo.
Vinicius Almeida |
Até
o momento, foram lançados dois singles: “Let's Carry On” e “The Four Elements”.
Como foi trabalhar nestas músicas?
André
A. Ferrari (vocal): Bem tranquilo, pois o Vinícius, além de
talentoso, é um cara fácil de trabalhar e aberto a ideias de pequenas mudanças
nos arranjos para criar as linhas vocais das duas. Na “Let’s Carry On”, como já
conhecia os trabalhos do Dantas e da Mischa, foi fácil imaginar linhas para
ambos, visando soar bem legal.
Ignacio
López (baixo): Eu tive a oportunidade de trabalhar de
forma simples, em “Let’s Carry On". Gravei em um estúdio de Buenos Aires e
depois enviei as linhas de baixo para o Brasil. No resultado final, fiquei
muito surpreso com o nível musical da canção, composta pelo produtor Vinicius
Almeida; Uma música rápida e técnica, contando, nessa gravação, com um time
grande. Além disso, eu gosto muito desses tipos de músicas, com força, técnica
e velocidade.
Raphael Dantas |
Raphael
Dantas (vocal): Para mim, foi muito fácil. Após terem
definido a música que eu iria gravar, só estudei um dia e, no outro, peguei a
linha guia que o André Anheiser fez e gravei com minhas características.
Nestes
singles se nota uma sonoridade voltada ao Prog e ao Power Metal. Estes estilos
serão o foco do futuro álbum ou vocês pretendem fazer algo mais abrangente?
Marcelo
Beckenkamp: Independente do estilo musical que venha a calhar
num possível álbum, no Waterghost, a prioridade é criarmos as músicas com
ênfase ao peso nas melodias e utilizarmos de poucos recursos sinfônicos, algo
sem exageros, ainda que esses elementos vão existir no novo Metal opera.
André
A. Ferrari: A veia progressiva, acredito, seja
comum para todos os envolvidos, então, ela estará sempre presente como a marca
do Waterghost, pendendo sempre para o lado mais pesado. Talvez surjam ideias
diferentes para enriquecer futuros trabalhos, o que não temos objeção alguma
quanto a isso, caso surja coisas realmente nada previsíveis.
Basak Ylva |
E
como tem sido a repercussão dos singles até então?
Raphael
Dantas: O retorno tem sido muito positivo e isso reflete
positivamente em nossas carreiras, principalmente a minha, que está apenas
começando (risos).
Ignacio
López: Na Argentina, as pessoas receberam muito bem o
Waterghost! Muitos estão ansiosos pelo primeiro CD. Particularmente, estou
muito feliz e animado pelos feedbacks do público!
Fabio Carito |
Até
o momento, o Waterghost conta com os vocalistas André Anheiser Ferrari (Mr.
Ego); Basak Ylva (Dream Ocean / Turquia); Germán Pascual (Ex-Nárnia / Suécia);
Gui Antonioli (Tierramystica); Helyton Camargo (Shadow of Mercy); Mischa
Marmade (Zaltana); Raphael Dantas (Perc3ption), com os baixistas Fábio Carito
(Shadowside, Instincted e SupreMa); Ignacio López (Skilltron/Argentina), com os
guitarristas Stefan Lindholm (Vindictiv / Suécia) e Vinícius Almeida
(Legendary), além do tecladista Flávio Sallin e o baterista Otávio Nuñez
(Vandroya). Como você chegou até esses músicos e por que os escolheu?
Marcelo
Beckenkamp: Todos esses músicos são pessoas que eu
admiro, tanto pessoal, quanto profissionalmente, as quais possuem uma grande
carreira musical, mesmo com as bandas por onde passaram, até mesmo pelo enorme
sucesso que fazem atualmente. Então, acredito que foi algo natural o processo
de escolha, sem contar que, poder convidar artistas que você admira seus
trabalhos e tê-los em seu time, é algo fantástico!
Sou muito grato a cada
um dos nomes citados pelo esforço de todos e, juntos, realizarmos um trabalho
de altíssimo nível no Waterghost.
Flávio Sallin |
O
projeto conta também com músicos estrangeiros, como foi mencionado, como Basak
Ylva da Turquia, os suecos Germán Pascual e Stefan Lindhom, além do argentino
Ignacio López. Como foi contatá-los e qual o interesse que eles tiveram quando
receberam o convite e também em relação ao projeto?
Basak
Ylva (vocal): Eu realmente não me recordo como foi a
primeira vez. Eu acho que o Marcelo me enviou os projetos e a primeira faixa, a
qual eu realmente gostei do resultado! Quando eu vi que ele estava reunindo uma
banda internacional, eu não sabia que ele poderia se interessar por uma cantora
de ópera lírica, mas ainda eu lhe disse que gostaria de saber se ele estava
interessado com a minha voz e, caso a resposta fosse positiva, eu poderia
cantar com o Waterghost. Então, ele disse que seria perfeito e foi quando tudo
começou para mim.
Mischa
Marmade (vocal): Me senti muito honrada ao receber o
convite, pois é um projeto com excelentes músicos que já vinha recebendo ótimas
críticas. É um projeto bem executado e ambicioso, a qual eu fiquei feliz em
poder contribuir, além de ter a chance de conhecer pessoas criativas e
talentosas.
Germán Pachoal |
E
como está o trabalho com todos os músicos até então?
Vinícius
Almeida (guitarra/produtor): Está muito bom! Todos
compreendem a necessidade de cada som, além dos aspectos com responsabilidades
e prazos. Os músicos atuam de forma incrível e matadora, timbres, ideias,
pegadas, agressividade e muito feeling... É tudo que o Waterghost precisa!
Ignacio López |
Tem
mais convidados que você poderia nos revelar?
Marcelo
Beckenkamp: Bem, essa é uma das perguntas típicas
em que ainda precisamos manter um mistério no ar! (risos). Tudo que eu posso
adiantar é que, no mês de maio, o novo Metal opera, Waterghost, completa um ano
de existência e, coincidentemente, vem a calhar com a produção do quarto single
que ainda iremos lançar. Dessa forma, estamos a formular uma surpresa bem legal
para os fãs e, espero eu, que venham todos a gostar!
E
a quanto a produção do full-lenght, há algo que você possa nos adiantar?
Fábio
Carito (baixo): Ainda não pensamos em um full-length,
nesse momento. A prioridade agora é nos concentrarmos no próximo trabalho, que
será o terceiro single e também fechar a formação, pois como se trata de um
Metal Opera, são muitos músicos envolvidos.
Flávio
Sallin (teclado): Antes de iniciarmos o full-lenght,
ainda faremos o lançamento de alguns singles, que contarão com participações
especiais. Já estamos trabalhando no CD, mas ainda no sentido da parte conceitual
e letras, com apenas algumas ideias musicais, tudo muito vago. Como se trata de
um metal ópera há detalhes a serem considerados e absolutamente tudo vem deste
conceito principal.
Otavio Nuñes |
E
após o lançamento do álbum completo, você pretende realizar concertos ao vivo?
Marcelo
Beckenkamp: Esse é o nosso principal objetivo!
Damos total prioridade na elaboração de um CD físico e, logo depois que
conseguirmos esse feito, adquirirmos uma gravadora/selo e o nosso material
circular no mercado musical, aí sim iremos focar no agendamento das primeiras
datas para as apresentações ao vivo do Waterghost. Ainda há muito trabalho pela
frente, mas, com muito empenho e esforço, espero que ainda possamos ‘chegar
lá’! (risos).
Mischa Marmade |
Muito
obrigado, sucesso! Podem deixar uma mensagem aos leitores.
Fábio
Carito: Agradeço a Arte Metal pelo espaço concedido e,
fiquem ligados, pois virá muita coisa legal do Waterghost. Valeu!
Marcelo
Beckenkamp: Muito obrigado a toda equipe por essa
entrevista fantástica e, não menos importante, gostaria de ressaltar sobre o
trabalho que vocês realizam; É simplesmente fantástico! Além do mais, a
camiseta do Waterghost já está a venda na loja online da OBSKULL. Quem quiser
adquirir, é só acessar o site www.obskull.com.br
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