sexta-feira, 24 de abril de 2015

Entrevista



São 30 anos de carreira e, apesar de várias paradas, o clássico grupo carioca Necromancer ainda não tinha um debut. Até que em 2014, com a formação estabilizada com Marcelo Coutinho (vocal), Luiz Magalhães e Eduardo Lopes (guitarras), Gustavo Fernandez (baixo) e Alex Käfer (bateria), a banda regravou faixas de suas antigas demos e soltou o tão sonhado primeiro álbum. Conversamos com Luiz, um dos fundadores da banda, que deu mais detalhes.

Mesmo com as paradas, se contabilizam aí 30 anos de carreira praticamente. Como é ter finalmente lançado o debut em 2014 após todos esses anos?
Luiz Fernando: Foi muito gratificante lançar o CD “Forbidden Art”. Sempre acreditamos na força do material que entrou no CD, e consideramos que, embora compostas há décadas, essas músicas mantêm seu peso e brutalidade até hoje. Quem ouvir o CD, seguramente poderá confirmar isso. Aliás, o CD está disponível para audição na íntegra no Soudcloud da banda (https://soundcloud.com/necromancerbr).

E como surgiu o interesse da Heavy Metal Rock em lançar “Forbidden Art”
Luiz: Fizemos sondagens para conseguir um selo que se dispusesse a lançar o CD, e nesse processo, o Wilton da Heavy Metal Rock mostrou interesse e apresentou uma proposta de trabalho e divulgação que nos agradou bastante. Estamos muito satisfeitos com o trabalho e o apoio do Wilton e da HM Rock.

Por que optaram por regravar a maioria das faixas antigas para o primeiro álbum?
Luiz: Primeiro, porque, como dissemos, por acreditarmos na atualidade da força do material, entendemos que ele merecia um registro oficial, para além das antigas demos. Segundo, porque por ter sido uma ideia que surgiu muito rapidamente, levaria algum tempo até que houvesse material suficiente para um full-length. Terceiro, por estarmos sem a banda completa, seria inadequado compor material novo de início, pois o ingresso de novos integrantes sempre altera a personalidade de qualquer banda, e aí viríamos a ter um material novo que não refletiria com fidelidade a personalidade da banda.

Interessante notar que as músicas soam atuais, mesmo sendo compostas há muito tempo. Como foi dar essa nova roupagem às composições?
Luiz: Nós tentamos manter o máximo possível das composições originais, fazendo poucas alterações. Fizemos apenas algumas atualizações nos timbres e afinações das guitarras e do baixo e na bateria alteramos os arranjos de algumas batidas.

Isso sem contar que a produção feita por Fernando Perazo não deixou o som artificial. Era esse o resultado que vocês queriam?
Luiz: Sim, nós realmente desejávamos que o som ficasse "o menos digital possível". Não foram utilizados na gravação quase quaisquer equipamentos que “mascarassem” o som. Ou seja, usamos bateria acústica mesmo, poucos pedais de efeitos nas guitarras e o baixo limpo, sem efeito. Tudo para tentar com que o som ficasse o mais original possível.



E como foi trabalhar com Fernando no Hanoi Studio?
Luiz: Foi realmente muito bom. Ele saca e curte muito Metal e nos ajudou bastante na tomada de decisões durante as gravações, mixagem e masterização

A arte da capa ficou a cargo de Marcelo Vasco (Soulfly, Machine Head, Borknagar, entre outras). Como foi desenvolvido este trabalho e por que optaram por trabalhar com Marcelo?
Luiz: O Marcelo já é amigo nosso há alguns anos, inclusive já tocou conosco, e como conhecemos e gostamos bastante do trabalho dele, pedimos que ele fizesse a capa. Inclusive, desejamos deixar aqui agredecimento a ele, pois a capa e a arte final ficaram excelentes e têm recebido vários elogios.

Como está a repercussão de “Forbidden Art”? O trabalho recebeu alguma resposta do exterior?
Luiz: Por enquanto, temos tido uma recepção ótima com o álbum, em especial aqui no Brasil, com boas resenhas publicadas pela mídia especializada e convites para participação em coletâneas. Estamos trabalhando a divulgação do álbum no exterior também, mas tudo é ainda muito recente e esse trabalho precisa de um tempo para render frutos. Contudo, ainda assim já recebemos o convite da Terrorizer (Inglaterra) para participar da próxima coletânea deles.

E os planos para 2015? Como está a agenda de shows?
Luiz: Para 2015, pretendemos tocar ao vivo o máximo possível para divulgar o álbum. Produtores interessados em shows podem entrar em contato conosco através da página da banda no facebook (https://www.facebook.com/necromancerbr). Além disso, já estamos trabalhando em material novo para lançamento no mais tardar já no primeiro semestre de 2016. Já há algumas músicas prontas, mas esse material novo ainda é embrionário. Ainda nem decidimos quais formatos vamos adotar, tipo, podemos lançar um single promocional e depois um full-length ou podemos lançar um EP para streaming, com arte e encarte virtuais, e depois lançar um outro EP nas mesmas bases. Vamos ver. Tudo terá o seu tempo.
Foram 30 anos sem gravar um álbum oficial, mas o Necromancer conseguiu colocar seu nome no underground nacional com firmeza e é um dos principais nomes do Thrash Metal carioca. A que vocês acham que se deve isso?
Luiz: Antes de tudo, valeu pelo elogio! Nós acreditamos que tenha sido o fato de termos integrado a primeira geração de bandas de Thrash/Death Metal do RJ, de termos levado a sério nossas composições e de termos tido as influências certas: as grandes bandas do cenário Thrash/Death dos anos 80 e início dos 90. Isso tudo somado contribuiu para o reconhecimento do nosso trabalho, mesmo tendo levado tanto tempo (risos) para esse primeiro lançamento oficial.


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