Enfim em mãos um dos
lançamentos mais esperados do underground nacional, afinal de contas o
Necromesis prometia muito com seus lançamentos anteriores que incluía uma demo
e dois EP´s, sendo o último “Echoes of a Memory” (2014) um dos grandes marcos
do quarteto do ABC paulista até então.
Quem já conhece a banda
sabe que seu principal foco sempre foi o Death Metal, mas o que é demonstrado
neste debut vai muito além do estilo. Sabiamente, a banda lançou seu primeiro
álbum no auge de sua criatividade e tudo fica exposto em “The Poet´s Paradox”,
onde a técnica se une à brutalidade e a agressividade se alia à melodia.
O que mais chama
atenção inicialmente sem dúvidas é a qualidade das 11 composições do álbum
(incluindo aí até a intro End of
Cloistered), pois todas possuem suas qualidades e se encaixam perfeitamente
à proposta da banda, que evoluiu e muito em relação aos seus lançamentos
anteriores.
Essa evolução fica
latente quando sentimos maior variação nos andamentos das composições, a
versatilidade dos vocais de Mayara Puertas e a inclusão de elementos oriundos
tanto do Black Metal, quanto do Metal Progressivo, além de arranjos e passagens
acústicas e de teclados (sem exagero). Tudo soando com uma produção de ótimo
bom gosto a cargo do guitarrista e vocalista Daniel Curtolo.
Não se pode deixar de
fora a cozinha, com o baixo de Gustavo Marabiza que mostra linhas que parecem
não ter limites e a bateria de Gil Oliveira com sua incansável pegada. Não
bastasse isso tudo, participações especiais de Fernanda Lira (Nervosa), Paolo
Bruno (Desdominus), Vitor Rodrigues (Voodoopriest) e Marcel Briani (In
Soulitary) apimentam ainda mais o conteúdo do álbum.
Faixas como Envolving a Paradox, Condemned by Themselves
e The Omission of Living são
memoráveis, mas o que dizer de uma composição como The Last Stage of A Mind? Uma música que com pouco mais de onze
minutos, mexe com os brios e resume um disco inteiro, sendo uma das melhores
composições da história do Metal extremo brasileiro. Agressiva, versátil, cheia
de quebradas e com vocalizações atípicas, encanta desde a primeira vez que é
ouvida e dificulta ser distinguida em palavras. Enfim, um trabalho memorável
que já merece atenção redobrada.
9,0
Vitor
Franceschini
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