quinta-feira, 9 de abril de 2015

Entrevista



Uma cartada certeira da gravadora Shinigami Records lançou de uma vez neste ano os dois últimos lançamentos completos da banda britânica M-Pire of Evil, “Crucified” (2013, que aqui saiu como ‘Crucified In South America’) e “Live Forum Fest VI” (2014). Pra quem não sabe, o M-Pire of Evil é formado por Tony "Demolition Man" Dolan (vocal/baixo, ex-Venom), Mantas (guitarra), além do baterista Francesco "Frullo" La Rosa, recém contratado para shows. Tony Dola, o ‘Demolition Man’, falou sobre os lançamentos por aqui, além dos dois álbuns em si, de seu amor pelo Brasil, além do fiasco do Zoombie Ritual, festival do qual iriam participar no ano passado, nesta entrevista.


]Como surgiu a oportunidade de lançar “Crucified” na América do Sul e como foi pra vocês terem esse trabalho lançado por aqui?
Tony Dolan 'The Demolition Man': Tommy Moriello, manager do Torture Squad, Girlschool, etc… é um velho amigo e nos gerenciou quando começamos com o M-Pire of Evil. Então, ele veio com um acordo que tinha na América do Sul com um selo e ficamos muito felizes de poder trabalhar nisso. O Brasil é um lugar que eu queria muito conhecer e pude estar lá com a banda, desde então sonho em voltar. É claro que apenas com nossos lançamentos aqui não poderia ser feito isso, sendo que estava difícil expandir a base de fãs. Mas agora, com a parceria com uma grande gravadora brasileira (Shinigami Records) foi perfeito, dando acesso aos fãs aos trabalhos diretamente, sem ter que contar com serviços postais e os preços caros de trabalhos vindos da Europa ou dos EUA.


“Crucified” traz apenas duas músicas inéditas, sendo todas as outras versões para faixas de sua ex-banda, o Venom. Mesmo assim vocês o consideram um ‘full-lenght’. Por que decidiram lançá-lo como um álbum oficial?
Demolition Man: Bem, nós estávamos trabalhando no novo álbum, mas quando tocávamos ao vivo as pessoas pediam essa ou aquela música do Venom. O Fato é que, apesar de sermos o M-Pire of Evil e termos nossas próprias composições, algumas pessoas nunca nos viram com o Venom ou não tiveram a oportunidade de assistir o Venom ao vivo. Acho que agora eles sentem que têm essa oportunidade, nos pedem e nós damos, até porque no final das contas os fãs são a razão de tudo que compartilhamos. Algumas músicas inclusas no “Crucified”, como Blackened Are The Priests e Carnivorous, nós já tínhamos no set list e outras foram inclusas a pedidos de fãs como Temples Of Ice, Parasite etc... Para isso fizemos uma lista para que os fãs escolhessem as faixas, isso durou um mês. Para a América do Sul foram acrescentadas mais faixas bônus, ao vivo... O fato é também que a Universal tem as fitas masters das gravações originais do Venom e se recusam a liberar algumas faixas, sendo que os fãs só a encontram em plataformas como Ebay por preços ridículos. Então decidimos gravar algumas músicas do Venom e disponibilizar por um preço bem mais acessível. Quando as tocamos ao vivo, não as vemos como covers, afinal são músicas que escrevemos e qual o problema disso? Na hora de ouvir as pessoas devem esquecer o passado e curtir o momento atual.


Ainda sobre “Crucified”, incluir as músicas do Venom não faz com que o M-Pire of Evil não se desvencilhe do rótulo de ex-integrantes do grupo?
Demolition Man: Não, como eu expliquei, as músicas que tocamos são músicas que compomos, os fãs querem ouvir e nós gostamos de tocá-las. Então por que não tocar o que gostamos de tocar? Então mesclamos todas as músicas em um set interessantes e tocamos, como ex-membros ou não, esse é o ponto, tá ligado? Foda-se o resto, é uma relação entre banda e fãs.


Agora partindo para “Live Forum Fest VI”, que também foi lançado no Brasil, por que decidiram lançar um álbum ao vivo mesmo tendo apenas 2 trabalhos de estúdio lançados?
Demolition Man: Isso aconteceu por dois motivos. Primeiro porque fomos tocar neste festival pela segunda vez na França e o organizador disse que teria que registrar aquilo e se ficasse bom poderíamos usar. Dissemos ok. Nossa ideia era catalogar quase todas nossas apresentações ao vivo, mas quando ouvimos a gravação decidimos, por que não lançá-la? Um álbum ao vivo tão cedo? Sim, não há uma fórmula para nós, o M-Pire of Evil faz o que quer, na hora que quer. O segundo ponto é que somos uma banda de palco, fazemos ao vivo. Lançamos nosso show ao vivo, sem overdubs como outras bandas fazem. O que você ouve é o que tocamos. Como estávamos no meio do processo de composição do novo álbum, vimos uma maneira de sanar a ansiedade dos fãs, sem deixar eles sem nada nesse tempo.




E como foi todo o processo de produção de “Live Forum Fest VI”? Vocês chegaram a gravar outros shows...
Demolition Man: Temos quase todos os nossos shows gravados e toneladas de vídeos também. No caso do álbum ao vivo, eles simplesmente nos enviaram o material gravado, as faixas ao vivo. Mantas fez a engenharia e produziu o que você ouve ali.


É óbvio que a sonoridade do M-Pire of Evil possui influência da ex-banda de vocês (o que é algo inevitável). Mas, há características próprias e uma delas é manter uma sonoridade atual. Vocês se preocupam em fazer algo que mantém as raízes, mas não que não soe datado?
Demolition Man: Bem, quando começamos, todos os selos diziam que éramos muito ‘old school’. Em seguida, um ano depois, todos eles estavam contratando bandas de Thrash e NWOBHM (risos). Eles estavam abraçando o ‘old school’. Estávamos à frente do tempo? Sim. Reconhecemos nosso passado e nossas influências? Sim. É por isso que em nosso EP de estreia, “Creatures of The Black” (2011) incluímos sons de bandas que nos inspiraram a tocar (também lançamos sons próprios nele). Não podemos negar o que somos e se viéssemos para competir com bandas atuais, não seríamos verdadeiros, ou nós mesmos. Abraçamos quem somos e de onde viemos, e queremos dar isso aos nossos velhos e novos fãs, mostrar que a verdadeira essência vem do coração, de verdade, honesta, purista.


O M-Pire of Evil seria uma das atrações do conturbado festival Zoombie Ritual 2014, mas também acabou cancelando sua participação assim como outros grandes nomes que estariam no evento. O que realmente aconteceu e qual a visão da banda sobre este acontecimento?
Demolition Man: Nós iríamos para o Brasil pela segunda vez, mas nosso agente disse que estava tendo problemas e não havia comunicação decente. Conforme as datas foram se aproximando eu sentia que havia algo errado. Eu estava preocupado com o Zoombie Ritual, pois não tinha informação sobre o evento e o nosso agente reclamava da organização e a falta de comunicação. Depois nosso agente avisou que eles não tinham reservado as passagens do vôo e depois disse que não daria pra tocar do jeito combinado nos 2 shows que havíamos marcado (algo sobre projeto de lei, etc...) de modo que tudo desmoronou, uma grande vergonha! Eu avisei que cancelaria apenas o festival e seguiria, mas ninguém me ouviu. Eu sabia que o Venom tocaria, mas tinha cancelado, mas ninguém me ouviu. Avisei o Carcass, mas a banda e o selo deles disseram que estariam lá, mas cancelaram no último minuto, o que aconteceu com muitas bandas. Muitos cancelamentos podem ter sido por culpa da organização, mas o nosso foi mais pelo agente.


Aliás, o M-Pire of Evil tem uma grande legião de fãs por aqui. Como vocês vêem essa repercussão do grupo no Brasil e o que podem falar a respeito dos shows da banda no país?
Demolition Man: Aperta meu coração saber que os brasileiros abriram seus corações para nós e eu os amo por isso. Os shows foram incríveis, as pessoas são calorosas e te apoiam, mulheres incríveis, ótima comida, histórias, beleza, bebida, etc. É claro que o Brasil tem problemas como em todo lugar, menos que uns mais que outros, mas pra mim é como estar em casa, amo demais, não consigo expressar. Voltaremos em dezembro e não vejo a hora, nossos fãs são nossos amigos e o quanto eles nos mostram sua lealdade tentamos honrá-los com respeito.


Vocês devem estar trabalhando em material novo. O que podem nos adiantar a respeito dos planos da banda para este ano?
Demoliton Man: Estamos sim. Bem, fizemos uma turnê com Obituary por alguns meses na Europa no início do ano. Depois fomos para a Rússia, onde acabamos de terminar a tour. Em seguida, tocamos no Keep It True festival na Alemanha e em maio temos datas na França e Itália. Em julho iremos para China, Japão, Taiwan e Singapore. Em setembro outra turnê europeia, em seguida os EUA e, finalmente, toda a América do Sul. Em algum lugar finalizaremos o novo álbum (que se chamará “Unleashed”, por enquanto) além de outro álbum “Crucified II”, com canções recuperadas do M-Pire of Evil. Um tipo de documentário está sendo planejado e Mantas vai lançar um livro sobre o Venom. Neste mês teremos um novo projeto com um amigo também... É por isso que mantemos isso, compondo, lançando, tocando...


Muito obrigado pela entrevista, deixem uma mensagem aos fãs brasileiros.
Demolition Man: Obrigado por esta entrevista! A todos nossos fãs brasileiros: Nós te amamos! Sejam verdadeiros, mantenham a fé e sejam fortes, vocês têm um país incrível, cheio de coisas e pessoas incríveis. Nos veremos em breve! Todos por um! All for ONE!! ALL HAIL the M:PIRE of BRAZIL!!


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