Estes porto-alegrenses
causaram furor com seu primeiro EP “Obliterate” lançado ano passado. Afinal
traziam um Technical Death Metal levado ao pé da letra, com boa produção e
execução primorosa de suas músicas, aliando a brutalidade com muita técnica
(obviamente).
“Divine Vermifuge” é o
primeiro full-lenght é traz exatamente a essência do primeiro trabalho, mesmo
não trazendo nenhuma das composições do EP antecessor. Tudo está mantido,
características, pegada e a técnica incontestável, tendo uma evolução natural
como diferencial, além de uma produção levemente de mais qualidade.
As guitarras com cordas
sem fim de Igor Dornelles continuam ali, com sua técnica fora do comum,
mesclando habilidade, agressividade e velocidade, tendo bases/solos nas maiores
partes, se intercalando com riffs pesadíssimos, mesmo que discretos.
O baixo de Israel
Savaris, mesmo servindo de alicerce ao peso, segue suas linhas independentes,
também abusando da técnica, tendo ao fundo a bateria de Eduardo Polidori que
explora seu kit de forma monstruosa. Tudo tendo à frente os vocais versáteis de
Cantídio Fontes que alterna urros pra dentro e fora, tornando o som ainda mais
brutal.
A aura da banda ainda
parece seca, e mesmo com músicas de tempos médios, o disco não soa cansativo. O
problema fica para um fato: a banda poderia tirar um pouco o pé do excesso de
técnica e investir mais no feeling, principalmente as guitarras, que quando
investem mais nos riffs fazem com que a música da banda soe mais interessante,
como em Lethal Nuclear Evil [Dyatlov
Pass] e Mother of the Dying.
Em relação ao primeiro
EP a coisa parecia fluir mais, pois eram apenas três composições. Aqui se
tratam de oito que em algum momento podem cansar ouvidos menos acostumados ao
estilo. Isso não é um defeito, longe disso, mas algo que pode ser acrescentado
(ou diminuído?) em um trabalho futuro.
O fato é que o Bloody
Violence já é uma banda diferenciada em seu estilo, com músicos de
primeiríssima linha e fazem um Death Metal aquém dos clichês do estilo.
Destaque ainda para Colares UFO Flap e
a excelente Sky Burial, onde o vocalista Cantídio dá uma aula de gutural,
mostrando que está no posto certo e na banda certa. Ótimo trabalho!
8,5
Vitor
Franceschini
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