terça-feira, 26 de maio de 2015

Entrevista: Higher



O primeiro álbum auto intitulado da banda paulista Higher trouxe tanto peso e impacto que o ouvinte menos avisado nunca iria imaginar que seus músicos provêm do Jazz. Mas é exatamente esta a raiz de Cezar Girardi (vocal), Gustavo Scaranelo (guitarra), Andrés Zúńiga (baixo) e Pedro Rezende (bateria). Conversamos com o vocalista Cezar que, em respostas objetivas, falou um pouco mais sobre a banda, o disco e os frutos que o Higher vem colhendo até então.

Dois integrantes do Higher têm raízes no Jazz e na música instrumental. Como e por que surgiu a ideia de montar uma banda de Heavy Metal?
Cezar Girardi - Sim, na verdade são quatro integrantes (risos). O projeto começou, na verdade, há 20 anos quando o Gustavo e eu tínhamos um outro projeto chamado Second Heaven. Infelizmente nada foi gravado na época e decidimos voltar para registrarmos algo. E no meio disso tudo tivemos a idéia do Higher. Apesar de todos terem um pezinho no Jazz, o Metal sempre esteve presente em nossas vidas.

E desde que surgiu a ideia de montar o Higher o objetivo era investir em músicas próprias?
Cezar - Sim, o projeto sempre foi todo voltado exclusivamente para sons autorais. Desde o início esse foi o plano traçado.

Vocês são músicos profissionais com boa experiência. Compor o primeiro álbum foi algo fácil, presumo? Conte como foi esse processo e como vocês trabalharam no debut.
Cezar - Na verdade não foi nada fácil! Claro que a experiência ajuda, mas não queríamos soar parecidos com ninguém nas composições e também queríamos que todas nossas influências estivessem claras. Bem confuso, não? (risos) As músicas foram compostas, quase na totalidade, pelo Gustavo e por mim, e uma delas pelo irmão do Gustavo, o Daniel Scaranelo. E por se tratar de um álbum conceitual, isso também dá uma pequena dificultada na criação.

Interessante ao ouvir “Higher” que não há influências ou elementos de Jazz no disco. Fale um pouco a respeito disso.
Cezar - Na verdade, tudo que já ouvimos na vida nos serviu como influência, e como falei antes, não queríamos soar parecido com ninguém. Então você, não claramente, vai acabar sentindo um mix de influências dentro das músicas.



Outro detalhe. O peso das composições chega a surpreender quem ouve o disco. Isso foi algo que estava dentro dos planos da banda ou fluiu naturalmente?
Cezar - Nós tínhamos uma ideia montada, mas devo aqui dizer que nos surpreendeu muito o peso que disco ficou. Ou seja, fluiu naturalmente.


As composições também se mostram técnicas e intrincadas, mas ao mesmo tempo são objetivas. É raro ver uma banda unir esses elementos.
Cezar - Apesar de toda estrutura complexa, você ouve claramente uma canção por baixo disto tudo. E essa era a preocupação maior. Fazer músicas verdadeiras dentro de um conceito estabelecido sem perder o "punch" Metal.

E como vocês definiriam a sonoridade do Higher?
Cezar - Essa eu deixo pra vocês da imprensa e para os nossos fãs decidirem. (risos) O que eu sei é que fazemos Metal e amamos isso.

O álbum foi produzido pelo guitarrista Gustavo Scaranelo e lançado de forma independente. Por que optaram por trabalhar dessa forma totalmente independente?
Cezar - Para que pudéssemos ter a tão sonhada liberdade nas composições! Sem nos preocuparmos mercadologicamente. E apenas fazermos o que nossa alma pedia e sentia. Além disso, sabemos o quão difícil é lançar um álbum no país, principalmente de Metal, então não queríamos amarras nenhuma.

Lie foi a música escolhida para o videoclipe. Por que escolheram esta composição e como foi trabalhar no vídeo?
Cezar - Escolhemos “Lie” porque ela resume bem do que o trabalho se trata e também pela repercussão que ela causa. Fazer o clipe foi uma experiência muito bacana e estamos terminando o próximo para lançarmos no segundo semestre.

Aliás, como vocês vêem a importância de se lançar um vídeo hoje em dia com a internet como meio de divulgação?
Cezar - Extremamente importante. Hoje a internet consegue ditar umas regras. E temos que aproveitar essa ferramenta para fortalecer o Metal nacional.

Como está a repercussão do debute até então?
Cezar - Estamos muito felizes com a repercussão.  Ótimas resenhas, ótimas notas, ótimas críticas, ou seja, até agora o debut vem nos trazendo muito orgulho. E uma coisa que também nos orgulha é a repercussão dos shows. Muita gente nos dizendo que ao vivo o Higher cresce muito e isso pra nós não tem preço.

Muito obrigado, podem deixar uma mensagem.
Cezar - Quero agradecer ao Arte Metal pelo espaço e pedir a todos que amam o Metal para que apoiem e fortaleçam a cena do Metal Nacional. Obrigado a todos.

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