A criatividade desta
dupla oriunda de Araraquara/SP é algo incomum. Quem um dia imaginou unir a
fúria do Grindcore (como o nome do debut já denuncia) com temáticas abrangendo
a vida na roça (rotina tão comum no interior paulista de onde o duo vem)? Não
bastasse isso eles ainda se apresentam caracterizados, como homens do campo
mesmo.
Mas, o que encontramos
aqui condiz muito mais com a fúria de uma cidade grande, do que com a calmaria
da roça. Afinal, é de lá que saem muitos trabalhadores que rumam pros alqueires
de terra para pegar na lida, no serviço bruto e pesado que se assemelha ao que
encontramos aqui.
Primeiro vamos destacar
o grande trunfo que foi dispensar um baixista e mesmo assim conseguir manter a
sonoridade carregada e encorpada, pois caso contrário não estariam sendo dignos
com o estilo que propõem. Esse mérito fica para os riffs de Dito (personagem de
Marcelo Tucci) que mostra influências do Hardcore e ainda estufa o peito pra
vomitar letras que só quem já morou no sítio saberá interpretar por completo.
Já Bento (Christiano
Koda, ex-Prey of Chaos) solta um pouco mais a mão do que de costume, pois
sempre foi um baterista discreto. Disso tudo sai composições de esfolarem a
cuca como Composteira, a já clássica Porco do Mato Eu Não Mato e Pulverização (essa até com uma acentuada
Punk/Crust).
Há um ótimo equilíbrio
entre as músicas, que são brutais a todo o momento e ainda não deixam espaços
pra respiro. Destaque para a sensacional versão com participação especial de Quando O Sol Mata A Sede que conta
praticamente com uma cena inteira abrangendo Brasil, Portugal e Costa Rica
(confira o vídeo abaixo). Há ainda covers das bandas Mediantes Imundes e
Horríssono, ex-bandas de Dito e Bento. Um trabalho honesto, que atingiu o
objetivo. Parece brincadeira, mas a coisa é séria, pode procurar sua cópia.
8,0
Vitor
Franceschini
kkk, linda matéria cara!!!!
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