Este segundo disco do
Black Oil, banda californiana que conta com o guitarrista brasileiro Adassi
Addasi, é detalhista. Apesar de se enveredar pelos caminhos do Groove, Thrash e
Death Metal, o que encontramos aqui é uma sonoridade que não se contenta em
fechar o leque.
A princípio, temos
guitarras nervosas, com riffs agressivos e solos bem encaixados, deixando que a
bateria dê a variação de ritmo e que o baixo adicione o ‘groove’ necessário às
composições. Tudo tendo a frente os vocais insanos de Mike Black que alterna
guturais sinistros com rasgados mais raivosos.
Mas, como dito no
primeiro parágrafo, a banda ainda incrementa em sua música elementos e levadas
que vão desde o mangue beat até influências da música latino-americana, sem
demasia, mas de uma forma que transpareça e faça com que o ouvinte consiga
sacar a proposta.
As letras com cunho
revolucionário alternam idiomas, dando prioridade ao inglês, mas com passagens
em espanhol e um pouco de português. Interessante que em alguns refrãos (outro
elemento forte da banda) as letras são cantadas em duas línguas tendo o mesmo
significado nas palavras. Essa foi uma sacada interessante que merece destaque.
Rise
Up,
que abre o disco, chega a ser uma música direta, mesmo com uma boa quebrada. Callate é outro destaque e conta com a
participação de Tony Campos (Fear Factory, Ministry), sendo que a
‘abrasileirada’ Combustion (com
participação de Silverio Pessoa) bebe na fonte de Sepultura (‘Roots’) e Soufly
(de início). Destaque também para a nervosa Revolution
(com participação de Raymond Herrera, ex-Fear Factory, Brujeria) e Stand Against Everything (que conta
Hector Guerra, Zero el Vuh e Ricardo Vignini) e seu flerte com a música
latino-americana.
Além destas
participações, vale lembrar “Resist To Exist” foi gravado e produzido por Cristian
Machado (do Ill Nino), Logan Mader (ex-Soulfly, Machine Head) e Erik Reichers.
O que Black Oil apresenta neste álbum pode ser semelhante a várias coisas,
porém é algo de extremo bom gosto e possui uma aura única. Apesar da
agressividade do disco, é um trabalho que deve ser degustado aos poucos. Muito
bom!
9,0
Vitor
Franceschini
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