quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Entrevista: Contempty



Por Vitor Franceschini
Fotos (integrantes avulsos): Rogério Bezerra

Oriunda de Rio Pomba/MG, a banda Contempty chega em seu segundo EP “Trauma” (2015) para consolidar seu nome no cenário Doom Metal nacional. Com música de qualidade e conhecimento de causa, Anderson (vocal/teclado), Tony Reys (guitarra), Joe (bateria) e Cleyton (baixo) têm conquistado seu espaço e podem ser considerados umas das grandes revelações do estilo. O baterista Joe falou ao Arte Metal e contou um pouco mais sobre o novo álbum e outros assuntos que envolvem o grupo.

Em “Gaping Deception in Guiltless Eyes” (2013), o Contempty já mostrou a que veio e trouxe um trabalho de qualidade. Porém, “Trauma” mostra uma evolução natural da banda. Como foi o processo de composição do novo EP? Houve uma preocupação em soar melhor que o trabalho anterior?
Joe: O processo foi bem natural, basicamente escolhemos as canções de uma forma que todo o EP soasse coeso e uniforme, em relação à sonoridade e temas abordados. Em relação a soar melhor (fico orgulhoso em saber disso) Kiko (produtor) nos ajudou muito, ele contribuiu bastante para tal resultado.


E quais as principais diferenças entre os dois EP´s?
Joe: Acho que a voz sem dúvidas é a principal diferença, fora a evolução natural devido aos ensaios contínuos, o que trouxe mais confiança e entrosamento para a banda.


“Trauma” também mostra a banda com uma cara mais própria, concorda? A que acha que deve este fato?
Joe: Quando entramos no estúdio nós já sabíamos como o “Trauma” deveria soar; isso contribuiu bastante para resultado final. Melhorar um pouquinho a cada álbum é o que pretendemos fazer (apesar de ser muito difícil).


A banda pratica um som que prima pela obscuridade e climas mais densos. Porém, algo atípico acontece logo na abertura do disco. A faixa Woe Is Me, que abre o disco, traz uma energia que geralmente é mais contida no Doom Metal. Fale um pouco a respeito disso.
Joe: Essa canção é fantástica...(risos). Sei que isso não soa nada suspeito partindo de mim (gargalhadas). Sério essa canção fala das perdas inevitáveis e absurdas as quais somos forçados a sofrer ao longo da vida, e muitas vezes são irreparáveis e às vezes, só resta o sentimento passado naquela canção. Essa faixa tem uma dedicatória, não sei se ficou fácil de encontrá-la, mas está lá.


Aliás, temos quatro faixas que possuem suas próprias características, mas que mantém a essência da banda. Vocês se preocuparam em manter essa distinção entre elas ou isso fluiu naturalmente?
Joe: No “Trauma” há uma conexão entre todas as faixas apesar de serem canções distintas naturalmente, até os temas estão interligados de uma forma bem sutil. Eu poderia dizer que só existe um “eu poético” para todas as faixas do EP.


Woe Is Me virou vídeo oficial. Por que a escolheram e como foi trabalhar no vídeo?
Joe: Woe is me foi escolhida graças ao tema (desgraçado) abordado nesta canção. O vídeo foi produzido por nós quatro mesmos, todas as etapas. Foi algo memorável e muito engraçado também... Porém o resultado foi muito satisfatório, acho que o vídeo transmite algo muito forte e sincero.


E qual a importância a banda vê hoje em dia em lançar um vídeo?
Joe: Achamos que é uma importante forma de divulgação, e traz uma identidade para a faixa. Eu já escutei algo assim: “aaah sim..! conheço é aquela do vídeo triste”. Soa engraçado, mas dá para ver que o vídeo faz com que as pessoas se lembrem mais facilmente da música.


Como tem sido a repercussão de “Trauma” até então, tanto pela crítica quanto pelo público?
Joe: Até então o “Trauma” vem sendo muito bem aceito por ambos, o pessoal está divulgando sempre que possível (algo que ajuda muito). Estão surgindo alguns shows na região, ainda muito escassos, porém já é algo muito positivo para a banda.


O Brasil tem bandas de Doom Metal de qualidade e vocês já podem se considerar nesse hall. Mas parece que o cenário do estilo não engrena. A que vocês acham que deve este fato?
Joe: Obrigado... Ficamos honrados em saber disso. Bem “Doom Metal” é um braço do Metal extremo muito específico e direcional a meu ver. O público é pequeno, porém muito fiel (o que já faz valer muito à pena). Então é difícil falar de uma cena específica do estilo, acho que se houvesse uma cena considerável voltada ao Metal aqui, já seria algo muito grandioso. Nós (Contempty) estamos prontos para lutar por isso!


E quais os planos da banda agora antes e depois desse final de ano? Podem finalizar deixando uma mensagem.
Joe: Bem pretendemos realizar o máximo de apresentações ao vivo possível, pois é a forma mais efetiva de manter contato com o público (e isso é algo muito importante para nós) e também espalhar nosso som para todos os lugares possíveis. Então para finalizar gostaríamos de agradecer ao “Blog Arte Metal” pela oportunidade, foi uma honra pra nós. Aos amantes do Metal peço que ouçam o “Trauma”, compareçam aos eventos, divulguem e fortaleçam nossa promissora cena underground... Vejo vocês por aí!


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