quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Crookhead – “Modern Mayhem”

(2016 – EP – Nacional)
                                
Independente

É interessante quando bandas formadas atualmente buscam uma sonoridade própria, mas com isso não tentam reinventar nada. Principalmente quando a banda aposta em algo atual, sem medo de ser taxada de tendenciosa, pois confia no seu taco e sabe muito bem aonde pisa.

A Crookhead de Araraquara/SP surgiu em 2015 com uma proposta de mesclar estilos, muitos deles advindos das ex-bandas de seus integrantes. Sem medo de ousar, soltaram esse EP “Modern Mayhem” que traz uma sonoridade pesada, moderna e com melodia na medida certa, que foge das tendências apesar de incluir elementos atuais.

O acerto do sexteto foi realmente criar uma identidade, afinal nas três composições encontradas no EP (ainda há uma intro) encontramos distinções entre as mesmas, mas uma essência bem mantida. Tudo com uma produção excelente a cargo de Gabriel do Vale, no Nova Estúdio.

Destrinchando o que temos em mãos, a sonoridade da banda abrange do Thrash Metal passando pelo Progressivo e Death Metal, sendo que as poderosas linhas de guitarras, a cargo de Luiz Henrique Leite e Arnaldo Vieitez, despejam riffs técnicos e não dispensam solos melodiosos.

Enquanto isso, a cozinha desempenha seu papel enfatizando o peso e aderindo a viradas sensacionais com quebradas interessantes e oportunas, mérito de Amauri Soares (baixo) e Rafael Ferreira (bateria), este último com uma pegada cativante. O som ainda é abrilhantado com camadas de teclado perfeitamente encaixadas, dando um ar mais apocalíptico às músicas, feito do tecladista Matheus Botelho.

Contando com apoio de backings do guitarrista Luiz Henrique, o vocalista Luiz Grind mostra linhas interessantes variando desde sussurros a lá Marilyn Manson, passando por berros mais melódicos e um gutural de abalar as estruturas. Enfim, a Crookhead ousou, mesclou e tinha grandes chances de dar errado, mas a outra porcentagem mirava o certo e o alvo foi acertado bem no meio. Baita trampo que dispensa destaques, afinal o conjunto da obra aqui é o que manda.


9,0

Vitor Franceschini


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