terça-feira, 28 de junho de 2016

Nervosa - “Agony”

(2016 – Nacional)
                                
Shinigami Records

Ao iniciar a pesquisa para fazer a resenha da Nervosa (banda que acompanho há uns 4 anos) me assustei ao ver que o trio só tem 6 anos de fundação. Em minha mente o grupo hoje formado por Fernanda Lira (vocal/baixo), pela fundadora Prika Amaral (guitarra) e Pitchu Ferraz (bateria) já chegava a uns 10 anos de estrada.

O por quê? Bom, simplesmente pelo patamar que o grupo atingiu não só na cena, mas musicalmente e de amadurecimento. Afinal, a Nervosa é uma banda que cresceu dentro de sua própria jornada até então, tal amadurecimento foi crescendo sem a banda parar de andar pra frente, se é que o leitor me entende.

“Agony” prova tais fatos e já coloca a banda como uma das principais do Thrash Metal nacional na atualidade e isso sem discutir gênero masculino ou feminino, afinal, não dá pra se ter uma noção pra qual lado pende a sonoridade da banda, pois música não tem sexo. Fato é que as garotas estão tinindo e cada uma exerce sua função com maestria.

Fernanda continua segura, destilando suas linhas de baixo com simplicidade e precisão. O fato é que ela está cantando muito e encaixando seu rasgado perfeitamente às composições sem querer soar como homem, pelo contrário, mantendo sua essência e origem feminina, soando demoníaca e raivosa, como deve ser.

Enquanto Pitchu (ex-Ajna, Hellsakura) destrói seu kit, impondo pegada e velocidade com uma boa técnica, Prika realmente se mostra o destaque individual. Uma máquina de fazer riffs, a mulher consegue impor identidade às suas bases que carregam certo teor Punk e uma rispidez que mexe com os nervos do ouvinte.

O conjunto da obra mostra uma produção primorosa e no ponto, a cargo de Brendan Duffey, com mixagem e masterização de Andy Classen. Praticamente todas as músicas têm algo em especial, sendo que soam enérgicas, pesadas e com refrãos fortes, algo que faz com que destacar uma ou outra se torne torturante. Mas Arrogance, Failed System e Hostage são sensacionais, além de Guerra Santa, uma das melhores faixas em português já criadas no Metal e sua pegada quase Death Metal. Um soco na cara!


9,0

Vitor Franceschini


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