(2017
– Nacional)
Independente
Ser independente no
meio underground não tem nada demais, mas é injusto que uma banda como o Dark
Avenger não tenha seu novo e quarto disco de estúdio lançado por um bom selo.
Até porque se trata de um dos principais nomes do Metal tradicional do país e
de nome consolidado no cenário nacional e mundial.
Pois bem, recado dado,
vamos ao que interessa, afinal de contas temos em mãos um material de qualidade
ímpar e que traz inovações pro estilo do grupo ‘candango’, que já não soa
apenas tradicional e hoje flerta com outros subgêneros do Metal. Nada demais,
afinal, quem não se transforma com o tempo, fica pra trás.
Musicalmente temos o
disco mais diverso e emotivo da banda, afinal, trata-se de um trabalho
conceitual que aborda um tema profundo e as músicas caracterizam o que é dito
nas letras. Porém, “The Beloved Bones: Hell” é um trabalho que brilha, mesmo contornado
por tantas sombras (tematicamente falando).
O estilo da banda se
mantém característico, com seu foco no Metal tradicional e Power Metal, mas o
que ouvimos aqui é algo mais abrangente que ganha contornos do Progressivo e a
grandiosidade do Symphonic Metal. Antes que julguem mal, tudo está dosado na
medida certa e em momento algum soa exagerado.
A produção a cargo do
guitarrista Glauber Oliveira trouxe a música da banda para os tempos atuais com
a ajuda da masterização de Tony Lindgren (Kreator) no estúdio Fascination
Street. Isto é, soa moderna, mas consistente e de acordo com que a sonoridade
da banda pede.
Em meio aos belos
arranjos que sempre permearam a sonoridade do Dark Avenger, há solos que
perceptivelmente foram feitos com extremo cuidado e bem encaixados, uma cozinha
versátil, peso necessário e algo que jamais uma banda brasileira de Metal se
arriscou a incluir em sua música: efeitos cinematográficos, que dão ainda mais
teor ao conceito! Sim, uma audição cuidadosa e detalhada irá permitir ao
ouvinte sacar isso.
Tudo isso como trilha
de um tema complexo no trabalho, onde o eu confronta, aborda e explora o
próprio eu, que se resume basicamente nas fases ruins da vida e os conflitos
internos que qualquer ser deve passar, talvez diferenciando-se somente os níveis
de tensão e em como lidar de cada indivíduo.
Tudo ‘narrado’ pelos vocais
de Mário Linhares, um dos melhores cantores de Metal do Brasil, que aqui mostra
sua mais versátil e madura performance. O disco, que ainda conta com uma arte
de capa belíssima (mérito do francês Bernard Bittler), deve ser ouvido e
compreendido pela eternidade.
9,0
Vitor Franceschini
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