(2017 – Nacional)
Nuclear Blast / Shinigami
Records
Se engana quem pensa
que quem escreve sobre música sabe tudo e/ou conhece tudo que rola no mercado,
longe disso. Aliás, isso nem é uma obrigação, desde que o crítico saiba o que
está falando e tenha argumentos pra defender sua opinião. Talvez em relação a
lançamentos os fãs sejam até mais atentos.
Bom, o primeiro
parágrafo é pra dizer que está é a primeira vez que este redator ouve o The
Night Flight Orchestra (antes só conhecia por nome) e ficou surpreso ao saber
que se trata do terceiro disco da banda. Mais surpreso ainda em saber que o
grupo é formado por nomes como Björn Strid (vocal, Soilwork), Sharlee D'Angelo
(baixo, Arch Enemy, Spiritual Beggars, Witchery, Mercyful Fate), Jonas
Källsbäck (bateria, Mean Streak), David Anderson (guitarra, Mean Streak,
Soilwork), Sebastian Forslund (guitarra) e Richard Larsson (teclado). Isto é,
ícones do Melodic Death Metal.
Porém, a melhor
surpresa foi a sonoridade, afinal de contas temos em mãos mais uma banda focada
no Rock dos anos 70 / 80, porém longe da onda ‘vintage’, Stoner, Blues Rock. O
que brilha aqui é o AOR e até influências da Disco Music e Motown. Que coisa
maravilhosa!
Surpreendentemente
(haja surpresa nesse disco!) a primeira faixa Midnight Flyer traz uma introdução falada em português (e com o
nosso sotaque abrasileirado) e soa como uma típica faixa de abertura mesclando
o AOR com o Space Rock, já mostrando um forte refrão e energia contagiante. As
seguintes faixas são divertidas, Star of
Rio e Gemini, e o álbum se mantém
intacto, pro alto a todo o momento com foco nos fortes refrãos.
Mais surpresa vem com a
excelente Domino, que nos leva a uma
viagem entre Toto e a Disco Music com um groove contagiante. O AOR volta com Josephine e mais um destaque fica por
conta de Saturn In Velvet que seria
um Survive mais encorpado e serve pra gente andar de carro se imaginando em uma
cena sem fala em um filme dos anos 80.
Com uma produção
atemporal e fiel ao estilo proposto (assim como os timbres dos instrumentos), o
The Night Flight Orchestra proporciona música boa do início ao fim em um disco
que pode ser considerado tranquilamente um dos melhores de 2017. Que a mente
aberta destes europeus contagie às mentes fechadas que ainda persistem na
América do Sul. A versão nacional ainda traz um cover para Just Another Night, da carreira solo de Mick Jagger.
10
Vitor
Franceschini
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