Por Vitor Franceschini
São dois anos de
formação e com o lançamento do primeiro EP “Obliteration Has Come”, os
paulistanos do Apophanous já conseguiram abalar as estruturas do underground nacional.
Porém, a banda não investe em nada simples, sendo que seu som é uma mescla
entre o Thrash e o Death Metal com nuances de Progressivo. Para falar sobre o
EP, a banda em si, conceitos do disco e o futuro, quem conversou com o ARTE
METAL foi o vocalista Vitor Alcantara. Completam o time Tiago Lima (guitarra), Álvaro
Albuq (baixo) e Fábio Trevisan (bateria)
Primeiramente
gostaria que você apresentasse a banda pros leitores, já que o Apophanous
surgiu recentemente, mais precisamente em 2015. Enfim, qual a escola ‘metálica’
de vocês, experiências anteriores...?
Vitor:
A banda é formada por Álvaro Albuq (Baixo), Fabio Trevisan (Bateria), Tiago
Lima (Guitarra) e eu (Vitor) nos vocais. O Fábio e eu já tocávamos juntos em
outras bandas, sem muita pretensão e sem desenvolver trabalhos autorais. O
Álvaro já tocou em algumas bandas na cidade de Bertioga e é ativo na cena
local. Já o Tiago é o mais escolado de todos nós, passou pelas bandas Cimeries,
Everhate e outras bandas em Juazeiro do Norte/CE, cidade onde morou antes de
vir pra São Paulo.
E
como foi compor o EP “Obliteration Has Come”? Por se tratar de um material de
estreia sentiram mais responsabilidade, pressão e/ou apreensão na hora de
compor e gravar o material?
Vitor:
O
processo de composição ocorreu de forma bem natural, sintetizando nosso ímpeto
por fazer um som de qualidade, pesado autoral e que carregasse a essência de
tudo que nós gostamos de ouvir e tocar. Sempre procuramos levar a banda e o
processo de composição da forma mais profissional possível, ainda que nossa
experiência fosse pouca. A gravação do material foi um grande momento, pois
para a grande maioria dos integrantes da banda, este era o primeiro contato com
um processo de gravação profissional em estúdio. O EP foi gravado no IMF
Estúdio com o Tito Falaschi encarregado das capturas e da mixagem, o que também
serviu para elevar nosso nível de responsabilidade.
Aliás,
a proposta da banda é complexa e gira em torno do Thrash e Death Metal com o
Progressivo. Essa sonoridade sempre foi a proposta inicial ou fluiu de forma
natural?
Vitor:
A proposta da banda foi sendo criada conforme a gente progrediu com as
composições. Nossas primeiras composições são grandes experimentações nossas,
navegando entre vários elementos que gostamos e isso ajudou para construirmos
nossa identidade e definirmos a proposta da banda como está hoje.
Vocês
conseguem aliar peso e agressividade às quebradas, mudanças de andamentos e
variações, e ao mesmo tempo serem objetivos. Houve uma preocupação maior com
isso? É muito comum bandas se perderem com esses elementos...
Vitor:
Desde o início, como tivemos todo o trabalho de experimentar as diversas
essências e influências de cada integrante, houve uma grande preocupação em
aliar todos esses elementos sem que parecesse uma colcha de retalhos de várias
influências ou uma virtuosidade jogada e sem sentido, trabalhamos para que as
variações não se perdessem ou comprometessem a “vida” da música.
Outro
fator importante fica por conta de vocês conseguirem ter criado certa
identidade já no primeiro trabalho. Vocês notaram isso?
Vitor:
Esse
foi o resultado de toda a nossa experimentação. O fato de termos as mesmas
vontades e termos influências semelhantes e derivativas ajudou na soma de tudo
e o resultado final foi essa identidade. Nosso processo de composição é
demorado e algumas músicas levaram bons meses até que estivéssemos satisfeitos.
Algumas inclusive não estamos satisfeitos até hoje (risos).
Por
fim, na questão sonora de “Obliteration Has Come”, o disco possui uma produção
natural que foge um pouco da artificialidade encontrada nos dias atuais. Como
foi trabalhar nisso? O resultado final agradou?
Vitor:
Nós gostamos bastante do resultado e da qualidade final do EP. A produção foi
feita por nós e queríamos que soasse moderno, porém sem exageros que deixassem
o som artificial demais.
Falando
agora das temáticas. O que vocês procuram abordar em suas composições?
Vitor:
A temática da banda gira principalmente em torno da psique humana. Distúrbios
psicológicos, conflitos internos, etc. Algumas letras buscam expor esses temas
de maneira metafórica e até usando algumas referências e inspirações de filmes
ou séries. A música Bright Evil Eyes,
por exemplo, faz uma referência à Game of Thrones logo no primeiro verso, mas
trata de maneira metafórica sobre a questão das consequências e responsabilidades
de nossos atos. Death Drive, última
faixa do EP e que possui um Lyric Video no YouTube fala sobre ‘pulsão de morte’,
um termo usado pelo psicanalista Freud para explicar, basicamente, a razão pela
qual às vezes somos impulsionados à cometer os mesmos erros mesmo sabendo do
resultado ruim.
Por
sinal a capa do EP é bem legal e traz uma cena interessante, que pode ser
analisada por horas (imagina isso num vinil!?). Como foi o processo de escolha
e concepção da mesma?
Vitor:
A
capa foi feita pelo Bruno Guia, da Tesgui Publicidade e grande amigo da banda.
Segundo as palavras do próprio: “Quando ouvi o som da banda pela primeira vez,
foi como se um lutador de boxe me acertasse com o melhor braço bem no meio da
orelha. O impacto foi imediato, sem exagero. No momento em que surgiu a
oportunidade de trabalhar na arte do EP, foi como se eu transferisse todo o
sentimento daquele ‘soco’ para o palco daquele editor de imagens. A música não
saiu do fone de ouvido enquanto eu não acabei o projeto. Refleti todo o sentimento
de angústia, revolta e adrenalina que sentia naquele momento.” O Bruno também
trabalhou no logotipo da banda e no Lyric Video da música Death Drive.
Como
tem sido a recepção de “Obliteration Has Come”, tanto por parte de púbico
nacional e estrangeiro, além da mídia especializada?
Vitor:
A recepção tem sido ótima, tivemos diversas resenhas positivas em sites aqui no
Brasil e em alguns sites lá fora. O que nos rendeu a participação em duas
coletâneas internacionais (uma em Portugal com a revista Ultraje e outra com a
Imperative Music, que deve sair ainda este ano). Por parte de público a
recepção também foi muito boa. Nós tínhamos certo receio devido ao som ser
bastante variado, mas no final isso acabou resultando em um público diverso
gostando do nosso trabalho.
O
trabalho saiu no ano passado, então provavelmente vocês já devem estar
trabalhando em novo material. O que podem nos adiantar em relação a isso?
Vitor:
Nós estamos trabalhando nas composições de nosso debut álbum. Temos algumas
músicas prontas. Uma delas inclusive já foi tocada ao vivo em alguns shows e
trata-se da Born With The Evil One
que é inspirada na história do Serial Killer Ted Bundy. As demais estamos
naquele processo de ajustar as variações e buscar ir além do nosso limite.
Temos com o disco uma responsabilidade enorme de superar os resultados do EP,
uma vez que a comparação será natural. Em breve teremos mais novidades sobre o
novo álbum!
Top demaia essa banda!
ResponderExcluirTop demais essa banda!!
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