sexta-feira, 8 de junho de 2018

Axes Connection: Conexões além do Metal




Por Vitor Franceschini

O Axes Connection abrilhantou o underground nacional com o álbum de estreia “A Glimpse of Illumination” (2018). Um disco a principio que traz um autêntico Heavy Metal com letras inspiradoras, reflexivas e espirituais, além de uma capa que nos leva a diversos mundos temáticos e musicais. Porém, mesmo sendo um debut, não se trata de uma banda formada por novatos, muito pelo contrário. Integram o grupo os irmãos Marcio Machado (vocal, ex-Holyfire) e Marcos Machado (guitarra, ex-Distraught), além de Cristiano Hulk (bateria, ex-Vômitos e Náuseas, Grosseria) e Magoo Wise (baixo, ex-Distraught, Apocalypse). Quem conversou com o ARTE METAL foi Marcos que falou de todos os aspectos que envolvem o disco e contou um pouco da história da banda.

Primeiramente gostaria de saber do surgimento do Axes Connection, que é uma banda relativamente nova, formada em 2015. Qual a ideia e proposta da banda?
Marcos Machado – A coisa toda surgiu no início de 2013 logo após o falecimento de nosso irmão e baterista Vitor Machado. Até conseguirmos transformar isso em banda realmente já era 2015 mesmo. A proposta da banda é fazer música com qualidade expressando nossos gostos musicais. Levar música de qualidade para um mundo cada vez menos preocupado com isso.


Quando a banda foi formada “A Glimpse of Illumination” (2017) já tinha começado a ser composto? Aliás, como foi o processo de composição do disco?
Marcos – Sim. Já tínhamos músicas em sua maioria com todo o esqueleto quase pronto, mas músicas que igualmente precisavam ser postas em um metrônomo e precisavam arranjos, riffs novos e solos. O vocal teve que ser colocado do zero já que as músicas sempre foram instrumentais. Era um projeto que precisava ser delapidado com cuidado e atenção.


O trabalho presta uma homenagem ao irmão de Marcos e Marcio Machado, o baterista Vitor que faleceu em 2013. O disco não transparece tristeza e lamento, ao menos sonoramente. Como foi trabalhar nele nesse sentido, de certa forma de luto?
Marcos – O Vitor sempre foi um cara super pra frente apesar da doença e das dificuldades que tinha. Então no início foi um pouco difícil, mas depois que as músicas começaram a tomar forma ficou tudo mais fácil e empolgante.


Foto: Suzy dos Santos

Aliás, o nome da banda é inspirado na conexão dos irmãos Machado (Axe em inglês), assim como a capa de “A Glimpse of Illumination”. Como surgiu e foi trabalhar essas ideias?
Marcos – Eu falei para meu irmão Márcio sobre como era compor as músicas com o Vitor porque tínhamos uma espécie de “Conexão” musical muito forte. Ele muitas vezes adivinhava o que eu queria para a bateria da música, daí o Márcio criou o nome que representa a Conexão dos irmãos Machado, pois mesmo sem estar presente acreditamos que o Vitor continua nos influenciando nas músicas.

Aliás, a capa sai um pouco fora do conceito de Heavy Metal, principal estilo que a banda foca... ela nos remete ao Southern Rock, AOR e até Progressivo. Concordam? (risos)
Marcos – A pouco estava falando disso em outra entrevista. Sabíamos que a capa poderia não ser muito bem aceita, mas era a capa que representava melhor o sentimento com relação a tudo que passamos para chegar até aqui. Somente sabendo de nossa história as pessoas vão entender a capa. Não tivemos medo de parecer “progressivos” ou qualquer outro estilo porque sabemos bem quem somos e acreditamos que essa era a capa que melhor nos representava. Fugimos do padrão de verdade, mas ficamos felizes por fazer isso. Fugir do padrão as vezes é legal, às vezes não é, mas estávamos convictos que essa era a capa quando a vimos. De qualquer forma como temos muita influência dos anos 70 optamos por um estilo da “Hignosis” como modelo. Ela fez capas para bandas como Pink Floyd, Scorpions entre outras. Capas que sempre admiramos.

Gostaria que vocês falassem na temática do álbum. O disco soa como uma memória póstuma o tempo todo ou as letras se desconectam e abordam vários assuntos?
Marcos – Acredito que o tema principal seria a busca pessoal pela espiritualidade. Claro que tem letras claramente criadas por causa de nosso irmão, mas no geral são mensagens otimistas. Cada um tem que buscar a sua verdade e as letras dão algumas instruções sobre o assunto.


Agora falando da sonoridade. Vocês têm escola e vêm de bandas como Distraught, Apocalypse e Holyfire. Até que ponto as bandas influenciaram vocês na composição da sonoridade do Axes Connection e onde vocês acham que os grupos se assemelham?
Marcos – Eu tocava boa parte dessas músicas antes de entrar na Distraught, portanto tem uma pegada totalmente Heavy, mas admito que após rearranjar as músicas acredito que elas ficaram mais pesadas e diretas. Tudo que sei de arranjo aprendi em companhia do pessoal da Distraught que são músicos excelentes e após 15 anos de convivência seria difícil não ter alguma influência deles e aprendizado. Mas quem escutar nosso som vai ver que não há semelhanças. São estilos bem diferentes.


Aliás, é difícil se desvencilhar dessas influências de experiências passadas?
Marcos – Não precisamos nos desvencilhar do que é bom, pois seria como renegar o que somos e aprendemos. Precisamos apenas canalizar o que é legal e o que interessa e importa de uma sonoridade ou estilo. Interpretar e adicionar isso a música.


A sonoridade de “A Glimpse of Illumination” mostra uma banda versátil, com um Metal potente que segue seu caminho numa variação rítmica bem encaixada, com o peso na medida certa. Esses elementos surgem naturalmente ou vocês buscaram atingir uma meta?
Marcos – (Risos) Surgem naturalmente sim. A meta sempre foi o de fazer uma música bem composta e com qualidade, colocando nosso toque pessoal e influências de longos anos.


E como vocês definiriam o disco hoje em dia, já que se vai um ano de seu lançamento?
Marcos – Estamos ainda trabalhando em sua divulgação mas ele representa tudo que somos e pensamos. Não sei se era essa a resposta à pergunta, mas para nós continua sendo atual em sua proposta musical.

Há algo em que a banda venha trabalhando e possa nos adiantar? Vocês já têm composições e previsão de lançamento de um segundo disco?
Marcos – Já temos algumas composições em andamento sim, mas ainda bem no início. Previsão de lançamento ainda não temos.


Por fim, quais os planos para estes dois terços de 2018 que ainda faltam?
Marcos – Continuar na divulgação do nosso trabalho e conseguir mais shows relevantes para fazer. Tem sido difícil de conseguir realizar.


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