terça-feira, 29 de setembro de 2020

Filosofia Freestyle: Sobre sotaques, polidez e grindcore (como se fosse possível coexistirem)


 

Por Vitor Caricati

 

Essa semana devo ter visto umas 5 ou 6 entrevistas com o vocalista do Napalm Death, o magnífico Mark 'Barney' Greenway.

Caso você não saiba, o gritador oficial do Napalm é britânico da gema, nascido em Birmingham, polo industrial da terra da rainha Elizabeth e, assim sendo, possui um notório e forte sotaque oriundo da classe operária de sua cidade. Em outras palavras: ele fala com um ovo cozido dentro da boca.

No entanto, ciente das dificuldades de outros povos em entender esse dialeto peculiar, o Barney invariavelmente é sangue bão demais da conta ao facilitar a vida dos entrevistadores, falando sempre pausadamente e articulando cada palavra de forma mais clara possível. Fora que o cara não perde a linha de raciocínio em nenhum momento e não titubeia muito na hora de responder mesmo dentro de assuntos mais "complicados". Um gentleman do grindcore!


 

Bem ao contrário dos manos Gallagher do finado Oasis que possuem aquele que eu talvez considere o sotaque mais LAZARENTO do idioma inglês que é o da cidade de Manchester.

Os caras falam usando mais a glote do que a boca em si. Parece que os caras têm um ano de catarro preso na garganta. Não obstante o fato da regionalidade dificultar o entendimento do que os caras falam, Noel e Liam faziam questão de não acentuar a pronúncia de nenhuma palavra. Liam tinha ainda o agravante de ser acometido de uma "dislexia por conveniência" já que dificilmente conseguia manter qualquer solidez (e lucidez) ao responder perguntas relativamente simples.

Trocando em miúdos: os caras falavam como se tivessem uma bola de tênis presa na garganta. Isso sem falar que a onipresente cara de cu de ambos tornava um martírio ainda maior entender o que eles falavam.

[Muita atenção ao fato de eu me referir aos Oasis no tempo verbal passado. Isso não se deve ao fato de eu achar que os caras morreram artisticamente e sim pela atual mudança de atitude dos caras em se fazerem entender hoje em dia nas entrevistas. Pois é. Quando a coisa aperta, não existe mais essa ladainha de 'semi deus do rock'.]

O foda é que depois de ouvir essa saraivada de inglês britânico em doses nada homeopáticas, eu acabo ficando suscetível a copiar algumas coisas desse 'accent' xarope.

"GRAIT OPÔ-TUNITEY BEIN' HEAH TÔKIN TO YA. IT'S MY PLEAJAH"

Falem inglês!

Fodam-se os sotaques!

Crie seu sotaque!

Seja seu próprio sotaque! (Coach quântico falido feelings)

Piracicaba é a Manchester brasileira.

Ouçam Napalm Death!

Prestem atenção no Barney! Links abaixo.

Ouçam Oasis. Até o terceiro disco só.

Mas não precisa prestar muita atenção no que eles falam. Eles não fazem questão disso.

Namastê!



 

Vitor Caricati é professor de inglês, guitarrista barulhento e as vezes gosta de fingir que sabe muito sobre pouca coisa.

2 comentários:

  1. SALUDOS DESDE LA CIUDAD DE MONTERREY MEXICO..MUY BUENA ENTREVISTA DE BARNEY DE NEPALM DEATH
    SIEMPRE MUY ECUANIME EN SUS RESPUESTAS .
    QUIERO FELIZITAR AL CANAL ARTE METAL POR SU BUENOS CONTENIDOS.. LONG LIVE METAL !!

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  2. Nehêiphálm Daéfth ( com a língua nos den de cima)

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