(2015
– Nacional)
Voice
Music
O Distraught chega ao
seu sexto disco de estúdio e o que podemos dizer é que tudo aqui até então
soma. Afinal, “Locked Forever” é o trabalho mais pesado, agressivo, melódico,
bem estruturado, enfim... o melhor disco da carreira destes gaúchos que têm uma
discografia respeitável.
Mesmo dono de clássicos
como o debut “Nervous System” (1998) e do poderoso antecessor “The Human Negligence
Is Repugnant” (2013), a banda nunca parou de crescer tanto no âmbito profissional
quanto musicalmente, e o novo disco talvez seja o ápice quase que impossível de
ser superado futuramente (vão ralar pra isso).
Afinal, temos um disco
completo e abrangente aqui. Continuando com o foco no Thrash Metal, é
impressionante como o grupo consegue se manter atual e adicionar novos
elementos às suas composições, sendo que o mais forte aqui é a dose de melodia
que contrasta com uma fúria agressiva nunca vista nos trabalhos da banda.
As guitarras estão
primorosas, soando como uma verdadeira fábrica de riffs e solos beirando a
perfeição, mérito de Ricardo Silveira e Everton Acosta que mostram um
entrosamento impressionante. O baixista Nelson Casagrande impõe linhas sólidas
de seu instrumento dando suporte ao peso, sendo que o estreante Marcio Weimar
demonstra uma técnica e precisão admiráveis em sua bateria com viradas
sensacionais. Apesar de menos versátil, o vocalista André Meyer está com seu
timbre rasgado melhor do que nunca.
A produção de “Locked
Forever” é outro ponto alto (altíssimo, diga-se), pois atende os padrões
atuais, mas foge dos vícios da pasteurização que as sonoridades de hoje vêm
acometendo. Mérito de Renato Osório (Hibria) que produziu o disco, que teve
mixagem de Benhur Lima (Hibria) e masterização do mestre Adair Daufembach
(Project 46, Semblant).
Destaque para a faixa
título (clássico imediato), Brazilian
Holocaust e Black Trade, mas a
cada ouvida mais músicas entram no ‘hall de melhores’, enfim ouça o álbum todo.
Não bastasse a qualidade sonora, o disco vem numa linda digipack com uma arte
estupenda de, nada mais nada menos, Marcelo Vasco (Slayer, Machine Head,
Soufly). De olhos fechados.
10
Vitor
Franceschini
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