quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Distraught – “Locked Forever”

(2015 – Nacional)

Voice Music



O Distraught chega ao seu sexto disco de estúdio e o que podemos dizer é que tudo aqui até então soma. Afinal, “Locked Forever” é o trabalho mais pesado, agressivo, melódico, bem estruturado, enfim... o melhor disco da carreira destes gaúchos que têm uma discografia respeitável.

Mesmo dono de clássicos como o debut “Nervous System” (1998) e do poderoso antecessor “The Human Negligence Is Repugnant” (2013), a banda nunca parou de crescer tanto no âmbito profissional quanto musicalmente, e o novo disco talvez seja o ápice quase que impossível de ser superado futuramente (vão ralar pra isso).

Afinal, temos um disco completo e abrangente aqui. Continuando com o foco no Thrash Metal, é impressionante como o grupo consegue se manter atual e adicionar novos elementos às suas composições, sendo que o mais forte aqui é a dose de melodia que contrasta com uma fúria agressiva nunca vista nos trabalhos da banda.

As guitarras estão primorosas, soando como uma verdadeira fábrica de riffs e solos beirando a perfeição, mérito de Ricardo Silveira e Everton Acosta que mostram um entrosamento impressionante. O baixista Nelson Casagrande impõe linhas sólidas de seu instrumento dando suporte ao peso, sendo que o estreante Marcio Weimar demonstra uma técnica e precisão admiráveis em sua bateria com viradas sensacionais. Apesar de menos versátil, o vocalista André Meyer está com seu timbre rasgado melhor do que nunca.

A produção de “Locked Forever” é outro ponto alto (altíssimo, diga-se), pois atende os padrões atuais, mas foge dos vícios da pasteurização que as sonoridades de hoje vêm acometendo. Mérito de Renato Osório (Hibria) que produziu o disco, que teve mixagem de Benhur Lima (Hibria) e masterização do mestre Adair Daufembach (Project 46, Semblant).

Destaque para a faixa título (clássico imediato), Brazilian Holocaust e Black Trade, mas a cada ouvida mais músicas entram no ‘hall de melhores’, enfim ouça o álbum todo. Não bastasse a qualidade sonora, o disco vem numa linda digipack com uma arte estupenda de, nada mais nada menos, Marcelo Vasco (Slayer, Machine Head, Soufly). De olhos fechados.


10

Vitor Franceschini


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