O coração pulsante do Lacerated and Carbonized, uma
das principais bandas de Death Metal do Brasil, não seria nada sem o baixista
Paulo Sans, também conhecido como Paulo Doc. Há mais de dez anos segurando a bronca
na cozinha do LAC, o músico já contribuiu no cenário metálico nacional com uma
boa discografia, onde trabalhos memoráveis ajudaram a fincar ainda mais a bandeira
brasileira no cenário do Metal extremo mundial. Paulo é o nosso convidado da
seção Killing Yourself.
“Weakness Sows Its Seeds” –
Reckoning (2004 – EP):
Você realmente foi longe! (risos) Essa foi minha primeira experiência em estúdio e já me ensinou bastante. Me lembro dessa época com uma nostalgia muito grande, pois eu era bem jovem e estava iniciando de fato minha trajetória como músico. Lembro da excitação de ter caras como o Gustavo Silveira do Nordheim e Sidney Sohn do Thoten envolvidos no trabalho, pois ambas as bandas eram referências no Rio na época e me motivavam bastante. O Reckoning era um projeto capitaneado pelo Carlos Saione o Guilherme Sevens, grandes amigos meus até hoje, de forma que minha participação na banda não era tão ativa. Os caras seguiram em frente após minha saída, mudaram o nome para Painside e estão na ativa lançando trabalhos matadores.
Você realmente foi longe! (risos) Essa foi minha primeira experiência em estúdio e já me ensinou bastante. Me lembro dessa época com uma nostalgia muito grande, pois eu era bem jovem e estava iniciando de fato minha trajetória como músico. Lembro da excitação de ter caras como o Gustavo Silveira do Nordheim e Sidney Sohn do Thoten envolvidos no trabalho, pois ambas as bandas eram referências no Rio na época e me motivavam bastante. O Reckoning era um projeto capitaneado pelo Carlos Saione o Guilherme Sevens, grandes amigos meus até hoje, de forma que minha participação na banda não era tão ativa. Os caras seguiram em frente após minha saída, mudaram o nome para Painside e estão na ativa lançando trabalhos matadores.
“Chainsaw Deflesher” –
Lacerated and Carbonized (2007 – demo): Outro trabalho que está na minha memória afetiva! Era
o início do Lacerated And Carbonized e nessa época nossa única preocupação era
gravar as músicas e mostrar para o maior número de pessoas possível para ver
até onde o nome da banda poderia chegar, sem muitas pretensões. O processo de
gravação foi muito rápido e enxuto, porém honesto. A resposta que tivemos foi
muito maior do que esperávamos! O material teve um impacto forte aqui no Rio e
logo em seguida diversas distros de outros estados distribuíram a demo por todo
o Brasil, o que nos levou a girar bastante pelo país já no início da carreira. É incrível pensar
como o metal e a cena underground mudaram radicalmente desde então. As redes
sociais, embora já tivessem sua importância, não tinham ainda essa relevância
na carreira de uma banda e a troca de material físico ainda era mais intensa.
“Homicidal Rapture” - Lacerated
and Carbonized (2011): Este trabalho é aquele que posso genuinamente
considerar um divisor de águas para mim e para o Lacerated And Carbonized. O
primeiro full length é um marco no trabalho de qualquer artista e lá fomos nós
botar a cara para bater. Apesar de ter saído em 2011, ele foi finalizado cerca
de dois anos antes. Assinamos com uma gravadora muito problemática que à época
teve problemas com diversas outras bandas e levou um tempão até que
conseguíssemos resolver as questões contratuais e buscar outro selo que
realmente pudesse trabalhar de forma profissional. No fim, ele acabou saindo
pela Mutilation Records, que fez um trabalho de promoção muito bom. O disco foi
gravado no Da Tribo em São Paulo, comandado pelo grande Trek (que muita gente
conhece pelo trampo de estrada feito com o Krisiun e com o Nervochaos) e
produzido pelo Felipe Eregion (à época, vocalista do Unearthly). Aliás,
aproveito a oportunidade aqui para enaltecer o Eregion e afirmar que, além de
nosso amigo pessoal de longa data, ele foi como um quinto membro do LAC ao
longo de toda nossa carreira. Sempre esteve envolvido como produtor, técnico de
som nas gigs, empresário e tudo mais que você possa imaginar (risos). Parte do
que a banda é hoje se deve sem sombra de dúvidas a ele.
Aprendemos demais no processo
de gravação desse play. O disco mostra a banda em seu início, mas com muita
garra e vontade de fincar nosso nome no underground brasileiro. No fim, tivemos
um bom resultado, que nos levou inclusive a fazer nossa primeira tour internacional.
A roda tinha começado a girar de verdade.
“The Core of Disruption” -
Lacerated and Carbonized (2013): Quando começamos a conceber esse play já tínhamos uma
certa estrada. Conseguimos ver mais claramente o caminho que tínhamos que
trilhar para conseguir um resultado ainda melhor. Fizemos uma pré-produção
cuidadosa, o que fez com que a gravação em si (que rolou no HR Estúdio aqui no
Rio) corresse de forma muito tranquila. Esse foi nosso primeiro trampo mixado e masterizado
pelo Andy Classen, produtor que já trabalhou com Krisiun, Tankard, Destruction,
entre outros. Sabíamos que ele elevaria a qualidade do trabalho, mas o nível de
sintonia que tivemos foi muito impressionante. Andy captou o espírito do que
esperávamos e finalizou o álbum rapidamente. O “The Core of Disruption” teve uma repercussão muito
forte aqui no Brasil e também apareceu bem no exterior, inclusive
proporcionando duas turnês europeias bastante produtivas. A gente sempre gosta
de frisar o quanto julgamos importante estar na estrada, por isso considero que
tivemos um enorme salto na carreira com este trabalho. Também marcou um
direcionamento mais contundente do LAC ao tratar da temática da violência aqui
do Rio de Janeiro. Isso trouxe uma identificação marcante pra gente.
“Narcohell” - Lacerated and
Carbonized (2016): O
‘Narcohell’ é uma evolução natural do ‘The Core Of Disruption’. Repetimos a
dobradinha que deu certo, que foi gravar no HR Estúdio, com produção do Felipe
Eregion, e finalizar na Europa com a mix e a master conduzidas pelo Andy
Classen. Sei que é um cliché dizer que o último trabalho é o melhor da banda,
mas não tem como ser diferente (risos). Vejo em ‘Narcohell’ o peso e os riffs
marcantes dos primeiros trabalhos, mas uma maturidade musical mais aparente.
Arranjos mais trabalhados, camadas de guitarra bem interessantes e,
principalmente, o trabalho do Victor Mendonça na bateria que foi incrível.
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