quinta-feira, 19 de julho de 2018

Sacrificed – “Enraged”


(2018 – Nacional)

Shinigami Records

Foram sete anos de espera, desde que a banda mineira Sacrificed lançou o debut “The Path of Reflections” (2011), que é um bom trabalho, diga-se de passagem. Mas, “Enraged”, além de mostrar uma evolução monstruosa da banda, nos brinda como um disco que beira a perfeição.

Começar a resenha dessa forma enfática já dá pra se ter uma ideia do que se trata, afinal pode parecer empolgação pura (e o é), mas o novo disco da banda proporciona exatamente isso. E como é bom ver e ouvir uma banda de Heavy Metal não se preocupar em conservar o estilo, ser moderna, mas não ser tendenciosa.

Em primeira instância já é uma luta para uma banda com vocal feminino se desvencilhar de rótulos dentro do Metal, em segundo lugar quando isso acontece pode parecer que a banda caia num lugar comum (talvez o debut soe de tal forma). Porém, o quinteto de Belo Horizonte consegue superar tudo isso.

A primeira coisa que põe abaixo um dos obstáculos é a produção a cargo da banda com engenharia de som, mixagem e masterização a cargo de Lucas Guerra. A qualidade sonora de “Enraged” consegue atingir um nível de equilíbrio pouco visto, soando atual, porém orgânico e absolutamente em nada excessivo.

O instrumental traz versatilidade, criatividade, mas nada que queira saltar fora da casinha e se perder num mundo tão gigantesco como é o do Heavy Metal. Riffs de qualidade, preservando a identidade do estilo, com solos proporcionais e de acordo com o que a música pede, um baixo que soa essencial e a bateria seguindo essa versatilidade caracterizam o som.

E em meio a músicas com variações rítmicas, quebradas bem sacadas e uma melodia muito bem imposta, temos na vocalista Kell Reis a que mais evoluiu desde o primeiro trabalho até aqui. Sem exageros, impressiona a qualidade de sua voz, que soa natural, sem apelos líricos e uma interpretação cheia de gana.

Heavy Metal acima de tudo, Prog Metal às vezes e com influências até da música brasileira, “Enraged” traz em composições como Meet Your Fate, Shame, Oblivion, To Whon You Belong e Thick Skin (onde Kell duela com Lucas Guerra nas vozes). A versão nacional ainda traz uma bônus, Grudge Is My Middle Name. É pra glorificar em pé.


9,0

Vitor Franceschini 

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