terça-feira, 18 de maio de 2021

In Lo(u)co: NEBULA (18/10/2001) – São Carlos/SP

 


Por Adalberto Belgamo

 

São Carlos, no interior de São Paulo, recebeu inúmeras bandas “gringas” do cenário alternativo (independente e/ou underground), além do apoio constante à cena brasileira. Talvez tal fenômeno acontecia (e ainda acontece) pelo fato de a cidade ter duas grandes universidades públicas (além de particulares), que fomentam a cultura em todas as particularidades e gêneros possíveis.

No começo do século XXI, bandas independentes, que estavam em turnê pelo país, sempre passavam pela cidade, atraindo tanto o público local, como o de cidades vizinhas.


Uma delas foi o Nebula. E lá vamos nós para mais uma noite memorável em Sanca! Trinta minutinhos uma cidade da outra. Diversão garantida (risos).

Oriunda de Los Angeles, o trio já produzia um Stoner/Sludge de muita qualidade. Na realidade, o estilo existe desde o começo (senão antes) dos anos setenta. No entanto, não estava tanto na mídia (especializada ou não), como acontece atualmente, devido a força de bandas como Kyuss e depois o Queens Of The Stone Age. Outra história.

O local do show foi o Studio Z. Lugar perfeito para shows underground/alternativos. Ficava na principal avenida da cidade, além de contar com uma decoração incrível. Havia a frente de um carro saindo de uma das paredes. Muito legal! Dava um clima diferente.

O trio entrou no horário, derrubando tudo! Som muito visceral. Foi a turnê do disco “Charged” (2001), segundo lançado pela Sub Pop. Eu tenho certo apreço por power trios, pois a criatividade tem de florescer para ocupar todos os espaços um uma canção, principalmente ao vivo. O guitarrista Eddie Glass e o baterista Ruben Roman fizeram parte do Fu Manchu, outra banda importante e seminal do cenário Stoner.


O setlist foi uma mescla perfeita entre “To The Center” (1999) e “Charged”, com ênfase ao segundo, que emprestava o nome à turnê. Fuzz, Wha-Wha e válvulas queimando e explodindo os ouvidos dos desavisados e/ou não-iniciados (risos). Destaques para Do It Now, Giant, Ignition, Freedom, To The Center e Antigone.

Se alguém saiu do Studio Z com alguma crítica ou reclamando de algo, é porque não entendeu coisa alguma. Impossível não sentir o impacto, a musicalidade e o peso do trio.

Depois da aula de “música do deserto”, aquele “gorduroso” esperto antes de voltar para Texascoara e acordar cedo para trabalhar no outro dia. Mais ou menos... (risos).

 

Inté!

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