Caramba, que material impressionante esse daqui, lançado no Brasil pela Laser Company (http://www.lasercompanymusicstore.com.br/), empresa que há 20 anos lida com o rock e suas vertentes de maneira excepcional!
Um DVD duplo acompanhado de um CD de uma das bandas que mais conquistou espaço no cenário black metal nos últimos anos, a Dimmu Borgir. O primeiro disco conta com apresentações da turnê “The Invaliable Darkness” em três países europeus, além de cenas dos bastidores e um material especial interativo que, curiosamente, está com o texto em português. Yeah!
O segundo vem com um show realizado no Wacken Open Air 2007, que, obrigação de todos saberem, é o maior e mais respeitado festival de metal do planeta. E o CD traz uma gravação chamada “P3 Sessions”, realizada no NRK Studio 19, em sua terra natal, a Noruega.
Comecemos pela arte do box de papelão mega caprichado que envolve os três discos: IMPECÁVEL! A ilustração da capa, logicamente lindíssima (que cores e detalhes!), é reproduzida na caixinha dos discos propriamente dita, de modo que, se você abri-la de costas, perceberá que se estende por sua capa e contracapa.
Como se não bastasse tanta beleza, está incluído também no pacote um senhor livreto luxuoso, coberto de informações técnicas, letras de música e fotos maravilhosas (não há nenhuma do baterista na ocasião, o mago Tony Laureano). Resumindo: a caixa deixou ótima primeira impressão, e olha só falei do material impresso até aqui. Vejamos se os vídeos honram tudo isso.
DVD 1
Pois bem, analisando o primeiro DVD, já vem outro sinal de qualidade: um menu animado muito elegante que merece ser apreciado. Depois da expectativa, hora do “play”.
O primeiro show ocorre em solo norueguês. O palco, mesmo pequeno, está lindo, e o jogo de luzes é excepcional. O grupo é visualmente belo com seus trajes obscuros, e dá mais força ao aspecto teatral e performático dos integrantes. Entretanto, apesar do pessoal agitar no palco, faltou mais “interpretação”, como fazem em seus videoclipes.
Agora, para quem está mais ligado na execução das músicas, podem ficar sossegados, porque a experiência da Dimmu Borgir se reflete na perfeição e qualidade com que apresentam cada composição, características típicas do sexteto.
Quanto ao aspecto estético, em diversos trechos, as imagens aparecem com um filtro bonito, que remete a antigos televisores, um contraste bastante interessante com a modernidade do grupo. A edição é tradicional, com cortes secos e só. Aqui, talvez tenha faltado uma certa ousadia em sair do comum, mas é outro detalhe perdoável.
Já a qualidade do som é boa, mas não excepcional. Impressão minha ou a caixa da bateria ficou alta demais? Ou seriam também as guitarras que ficaram muito baixas? Assistam e opinem.
Como já dito, a banda não parece estar dando 100% de si no palco, mas vale dizer que o baixista ICS Vortex manda muito bem, e é interessante notar as cordas de seu instrumento, que parecem estar bastante soltas. Dá a impressão de que elas arrebentarão a qualquer momento.
Finalizando essa primeira parte, deixo um protesto: as câmeras praticamente não filmaram Laureano espancando sua batera nos momentos mais extremos, os blast beats. Ô, produção, como deixaram isso passar?
Ok, concentração agora no segundo show, acontecido na Alemanha. Opa, aqui a coisa melhora, já que as imagens são ainda melhores e o som, mais equilibrado. Uma pena essa apresentação não ter tantas músicas quanto no show da Noruega.
E o terceiro show é na Inglaterra, mas apresenta somente duas canções. A qualidade de vídeo e de som se mantém em relação à apresentação da Alemanha. Ótimo! Aqui, o palco é mais largo, e os membros da banda parecem estar mais empolgados do que no início do disco. Na humilde opinião deste redator, esses dois são os melhores shows do pacotão.
Se logo acima reclamei a falta de imagens do baterista esmerilhando, agora elogio a sacada que o pessoal responsável pela produção do DVD teve ao selecionar músicas que não se repetissem nos três shows. Parabéns!
Agora, a vez dos extras. As cenas dos bastidores são legaizinhas e legendadas. Documentam momentos curiosos do conjunto, piadas e brincadeiras do seu cotidiano. Mas durante os mais de 50 minutos de imagem, uma moldura acompanha o vídeo, que tem seu tamanho na tela reduzido. Seria isso realmente necessário? Quantas questões deixo no ar, não?
DVD 2
Novamente destaco o menu interativo maravilhoso do disco. E já partindo para o Wacken, informo que também tem ótimas imagens e também edição tradicional. O som está muito bom, mas novamente com a caixa alta demais.
Falando no som, outro fato que gera pequeno incômodo é que, em um festival de tamanha grandiosidade como é o Wacken, faltou mais barulho do público. Não estou falando da vibração, porque isso eles tiveram, mas sim do volume baixo da platéia que a edição deixou. Bem, um desconto, já que, em se tratando de Dimmu Borgir, a prioridade é a excelência na qualidade instrumental. Mas que faz falta, faz.
E outra: faltou mais agitação dos músicos aqui também. Estão como lá no show da Noruega. Posso estar sendo crítico demais, só que, como telespectador, é essa a impressão que estão passando.
Uma das características do Dimmu Borgir que sempre me incomodou são os teclados que se sobressaem às guitarras, e nesse evento, isso parece mais evidente do que nunca. É claro que respeito a proposta do conjunto, que a carrega desde o início da carreira, mas custava só abaixar um pouco o volume do instrumento?
Tudo bem, calma que isso não tira de maneira alguma o brilho da apresentação, podem relaxar. Aliás, destaques para as músicas do bis – "Mourning Palace" e "The Fallen Arises" - muito bem recebidas pelo público. Saldo positido por aqui!
Nos extras desse DVD estão galeria de fotos e de vídeos. Na primeira, são mais de nove minutos (caso tenha optado por assistir em slideshow) de fotos interessantes da banda na estrada. Quanto aos belos clipes, não há muito o que dizer. Afinal, eles mantêm a qualidade Dimmu Borgir, sinônimo de boa produção.
Outro material bônus é o registro audiovisual de três músicas da gravação do chamado “P3 Sessions” – "The Serpentine Offering", "Spellbound (By the Devil)" e "Mourning Palace". E mais uma vez, a iluminação é um espetáculo. Seu tom esverdeado deu um efeito lindíssimo na imagem. Agora vejam vocês, o som nessa gravação está mais equilibrado (mas não melhor) em relação ao volume dos instrumentos, se comparado às apresentações anteriores. Uma pena durarem apenas pouco mais de 15 minutos.
Esse segundo disco também está de parabéns, mesmo com os probleminhas aqui relatados.
CD
E já que foi falado no “P3 Sessions”, é hora de falar do CD que acompanha o pacote. De cara, fica a pergunta: por que não colocaram o show na íntegra no DVD, do jeito que está aqui na gravação de áudio? Três músicas filmadas foi muito pouco! Eu sei, melhor não reclamar, pois antes um registro audiovisual do evento do que nada.
Bem, e por ser um álbum ao vivo, ele não mantém o altíssimo nível das produções dos trabalhos de estúdio da Dimmu Borgir, mas nem por isso decepciona. Pelo contrário, é outro bom disco da banda, que mostra como se faz uma carnificina refinada.
Por fim, o material todo é um puta registro de uma das maiores bandas de black metal do planeta. Esse box é item obrigatório na coleção de fãs do gênero. O que mais posso dizer? Dimmu Borgir, uma banda cujo estilo atípico de fazer black metal fez uma tremenda escola. E eles continuam no topo!
NOTA 8
Christiano K.O.D.A.
http://somextremo.blogspot.com
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