quinta-feira, 4 de agosto de 2011

RATAMAHATTA – De Pernambuco Para o Mundo: um tributo ao Sepultura – 2011 – Independente


Tributos há tempos saíram moda e agora são vistos como oportunistas, caça níqueis. Portanto este trabalho, idealizado por Emanuel Júnior, tem todo o verdadeiro sentido que um tributo deveria ter, ou seja, homenagear honestamente o (s) artista (s) propostas.

Este tributo reúne bandas de Metal oriundas de Pernambuco e mostra a força do som pesado que o estado possui. São 15 bandas fazendo releituras dos clássicos da maior banda de Rock/Metal da história do Brasil.

A oscilação de qualidade tanto na execução, quanto na produção das faixas existem, como em qualquer outra compilação ou tributo, mas o resultado é, na maior parte, positivo.

Abrindo o trabalho temos a maior banda pernambucana da atualidade, o Cangaço, que manteve a essência de “Attitude”, mas adicionou elementos de seu som, dando uma nova roupagem à composição e mostrando todo seu potencial. O Cruor seguiu a mesma linha e também aliou elementos de seu som em “Escape To The Void”, portanto a produção não soou das melhores, tirando um pouco do peso da faixa.

Já o Desalma foi mais fiel a versão original e deu mais peso ainda à “Propaganda”. Doleo Aeternus sofreu com a produção baixíssima e muito inferior às outras bandas, portanto a execução é de muita competência e bom gosto.

Aí é a vez do caso curioso do trabalho. A banda Eternal Oblivion faz um estilo que alia Gothic/Doom Metal com vocais líricos femininos. A banda executa “Territory” com todas as características que o estilo pede e até que não estragaram a música, portanto, ficou uma coisa um tanto quanto engraçada. Ver um vocal lírico feminino contrastando com um gutural em “Territory” é surreal.

Infested Blood com “Beneth The Remains”, Insurrection Down com “Apes Of God” e Lethal Virus com “Desperate Cry” fazem a trinca arregaçadora, executando suas faixas com muita brutalidade, peso e honestidade.

A tradicional banda de Black Metal Malkuth foi muito feliz em escolher o mega clássico “Troops of Doom” que caiu muito bem para o estilo da banda. Também fazendo um som mais obscuro, o Moria se deu bem com “Dead Embryonic Cells” executando-a com muita técnica.

A banda Nobb detona com muita fidelidade “Roots Bloody Roots”, pois faze um estilo bem parecido com o de Sepultura da época. Apesar de a produção ter ficado um pouco suja, “Convicted In Life” ficou interessante com o Pandemmy, que faz um Death/Thrash de primeira.

O outro episódio curioso do tributo ficou por conta do grupo de Jazz Sonoris Fábrica que executou a belíssima instrumental “Valtio” com muita competência. O TrueViolence, que talvez tenha a melhor produção do disco, arregaça com “Arise” e seus riffs e solos maravilhosos. Fechando, o Unscarred mostra sua força com a não menos maravilhosa “Slave New World”.

Enfim, um belíssimo trabalho, honesto, gostoso de ouvir e muito bem executado. Merece atenção, pois tem tributo aí que só quer o seu dinheiro e tem qualidade muito inferior a esse.

Você pode baixar este trabalho aqui: http://sepultura.uol.com.br/?news=9

NOTA 8,5

Vitor Franceschini

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