quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Resenha de Demos


ANTI MÁCULA – Unindo Rock e Metal, com pitadas de Thrash Metal, essa banda goiana faz um som honesto e cativante. O peso do instrumental, levado a cabo pelas ótimas linhas de baixo, faz com que o som soe aquele Metalzão na linha de bandas como Carro Bomba e Baranga. A diferença são as letras mais sérias e o timbre vocal de Sandroka (também baixista) que lembra mais Pompeu do Korzus. As melodias por parte das bases e solos de guitarras também dão um ar diferenciado às composições da banda. São 4 ótimas composições, com letras em português (fator que a banda faz questão de anunciar em seu release e que muito se orgulha: “letras honestas voltadas a temas sociais, a banda não abre mão de cantar em português”). A produção, apesar de nítida e todos instrumentos estarem audíveis, soa um pouco suja, nada que atrapalhe, mas ficaria melhor um pouquinho mais limpa. De resto, tudo em ordem. Bom trabalho! Completam a banda Brioche Matiolle na bateria, Andres Sardinha e Ronaldo Montalvão nas guitarras. http://www.myspace.com/antimacula

URAEUS – SUPREMO LÚCIFER – RÁ – O Black Metal feito por essa banda pernambucana foge do comum do estilo, principalmente o praticado ao redor do mundo. O som bebe mais na fonte do Metal negro fabricado por aqui, mais precisamente em nomes como Amen Corner, Malkuth e Lord Blasphemate. As características próprias da banda existem e a principal dela é a mistura de vocais rasgados com vocais limpos, que dão um clima mais épico. Não que isso seja original, mas a banda faz do seu jeito, o que já é algum mérito. Outra coisa legal, é que eles cantam em português e as letras, algumas vezes, podem ser compreendidas. Das três composições eu destacaria “Hail Metal Negro Tupi” que tem um bom refrão e pegada forte. A produção ficou um pouco abafada e tirou o peso da guitarra, nada que não possa ser consertado num futuro próximo. http://www.myspace.com/230951726

ANTROPOFAGIA – EXCREMENTS OF TORTURE – O Grindcore feito pelo Antropofagia foge da mesmice por aliar técnica à podridão. O som possui características do gênero, mas também mostra muita competência na execução das faixas. Os riffs são bem elaborados, a cozinha varia bastante, onde o batera arrisca até algumas batidas tribais (e se sai bem) e acaba dando levadas interessantes às composições. O vocal de Leo Montana vomita palavras que “variam de sociais a pornográficos e escrotices em geral”, como a própria banda diz. São 4 faixas que não se pode bobear, pois passam voando – a mais longa tem 2 minutos e meio – sendo que os destaques não poderiam deixar de ser “I´m Single” e sua introdução a lá Sepultura (já falei da bateria tribal, né?) e suas características ratoniana. Além da faixa título que mostra toda a técnica citada, com variações da cozinha e ótimos riffs. Ressalto que quando digo ‘técnica’ é a coesão na execução das faixas como todo limite que o Grindcore possui, portanto não é nada exacerbado. Ótimo trabalho! http://www.myspace.com/antropofagiagrind

TEST – M’BOI MIRIM – O Test ficou famoso por montar seu equipamento em frente à casas de shows e mandar ver ali mesmo o seu som que varia do Thrash, passando pelo Hardcore e Grind. O trabalho ganhou um pouco mais de peso, devido à produção, portanto continua com aquela pegada Crossover, só que os vocais estão bem melhor e mais rasgados. São cinco composições diretas, que não ultrapassam os 3 minutos. “Antes do Fim” abre o trabalho muito bem é uma das melhores faixas do disco. Seu clima tenso no início caiu como uma luva, e os riffs ficaram excelentes, simples e eficientes. A insana “Mão de Ferro” também se destaca, principalmente pelos vocais guturais se revezando com os rasgados. Um trabalho feito para pogar, sem frescura e direto! http://www.myspace.com/testdeath

ANCESTRAL MALEDICTION – DETERIORATING – Depois de vários trabalhos lançados, incluindo aí 2 trabalhos oficiais, e dividir o palco com nomes com Morbid Angel, Deicide, Krisiun e Incantation, a tradicional banda de Death Metal, Ancestral Malediction retorna em 2011 depois de um hiato de 5 anos. Contando com Ronaldo William (bateria/vocal), Eduardo Claro (vocal/guitarra) e Fernanda Lessa (baixo) a banda continua firme e forte em seu Death Metal com influências que vão do ‘old school’, passando pelo Metal extremo nacional e o Brutal Death Metal. A produção do trabalho ficou um pouco embolada, mas nada que fizesse as composições perderem totalmente sua qualidade. São 5 composições, sendo uma intro e uma instrumental, que mostram toda a competência e malícia da banda em executar este estilo tão conservador. Ouça “ECOnsume” com sua pegada direta, “Does It Still Time?” com sua levada óld school’. Um trabalho digno, que honra o nome da banda e promete.

STELLA CAN – Esse power trio feminine é formado por Mariana Corbellini (Voz e Bateria), Juliana Nólibos (Baixo) e Luiza Gressler (Guitarra) e faz um Rock ‘n’ roll básico com certa acentuação pop e influências punk. Algo na linha do The Runaways no início de carreira, portanto menos rebelde. Talvez essa característica se dê devido ao fato dos vocais de Mariana não serem agressivos e sim um tanto alegre. As composições são simples e muito bem executadas, com linhas de guitarras bem interessantes (com um quê de Sleaze), cozinha reta e eficiente. São 6 ótimas faixas onde eu destacaria “Breaking The Law” (não confunda com a do Judas Priest) e “Time To Leave” com seu estilo bem rocker. http://www.myspace.com/stellacan

ASHES – ZERO – Essa banda faz um misto de som extremo que irá agradar muita gente. O carro chefe é o Death Metal, mas a banda não se faz rogada ao aliar a isso elementos do Grindcore, Hardcore e melodia na medida certa. Logo em que “After Death” se inicia o ouvinte acha que irá ouvir mais uma banda comum de Death/Grind, de tão brutal e pesada que é, sem contar os vocais ultra guturais se aliando a timbres rasgados. “Evil Is Back” mantém o nível de peso, mas já com partes mais cadenciadas e bons solos de guitarra. A melodia aparece bem encaixada em “Choices” que possui até influência de Thrash noventista (principalmente nas levadas) e tem ótimo trabalho instrumental. Curiosamente “I´ve Been Angry”, que fecha o trabalho, une todos os elementos das faixas anteriores e ainda conta com certo toque de modernidade. O trabalho não chega a ser inovador, mas é ousado e muito bem executado. Vale a pena conferir. http://www.myspace.com/officialashes

ULTRA – ROOM SERVICE TRAY – Muito interessante o que esta banda faz, ainda mais em se tratando de um estilo que atrai um público específico. O som do Ultra possui diversos elementos que vão desde o Rock básico passando pelo Progressivo e Doom Metal, com uma bela acentuação pop. Algo como o Anathema vem fazendo ultimamente, portanto não tão melancólico e mais viajante. O curioso é que em muitos casos este tipo de som costuma ser lapidado durante a carreira de uma banda e o Ultra já começa trabalhando com essa sonoridade e mostra muita maturidade nisso. Um trabalho de difícil digestão e indicado para que possui mente aberta. Aprovado. http://www.myspace.com/ultra_space

BEFORE CHRIST – O Black Metal praticado pelo Before Christ não foge do comum, mas soa muito bem aos ouvidos de quem aprecia um som maléfico e obscuro. Apesar da produção mediana as composições aqui presentes são de muito bom gosto e muito calcadas nos antigos guerreiros do estilo. São 3 faixas de extremo bom gosto, sendo que “Hunger Of Death” parece um versão para “Transilvanian Hunger” do Darkthrone, tão grande é a semelhança dos arranjos. “Iscarioth” possui uma tendência Doom com um início cadenciado, mas depois borbulha na brutalidade, ótima composição. “Blood In Fire” fecha o disco de maneira digna e possui grandes riffs, além de uma cozinha veloz. Não bastasse a qualidade, o som do Before Christ também prima pela essência que só as bandas de Black Metal do Brasil têm. Grande trabalho! http://www.myspace.com/567869043

SCREAM OF DEATH – O Thrash Metal apresentado pelo Scream of Death soa muito bem e é executado com muita competência. A banda segue as duas escolas, pois em seu som pode-se observar influências tanto do Thrash da Bay Area, quanto do europeu. Além de todos esses elementos a banda consegue soar atual sem ser moderninha. Influências de Metal tradicional também são visíveis, o que só contribui para as composições. O trabalho é composto por 1 intro e 4 faixas, e fica difícil destacar alguma pois o nível das composições são bons. Vale a pena conferir! http://www.myspace.com/screamofdeath

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