Gravado em 1995 no Studio 2 em Portugal e produzido pelo próprio Moonspell, “Wolfheart” mostrou ao mundo que o Metal lusitano existia e estava muito bem, obrigado.
O álbum apresentou ao mundo cinco portugueses criativos liderados pelo emblemático Langsuyar (sim, esse era o pseudônimo de Fernando Ribeiro) vocalista versátil e com um sotaque impagável em seu inglês. Completando o line-up estavam Mantus (Duarte Picoto, guitarras), Ares (baixo), Passionis (Pedro Paixão, teclados, hoje guitarrista da banda) e Mike (Miguel Gaspar, baterista, que também continua com o Moonspell).
Em “Wolfheart” a banda conseguiu unir elementos de forma preciosa do Black Metal com o Gothic Metal, resultando em uma sonoridade obscura e viajante. “Wolfshade (A Werewolf Masquerade)” dá início ao álbum com sua introdução dedilhada para logo depois entrar em uma levada cadenciada cheia de riffs cortantes e já intercalando os vocais rasgados com graves limpos de Fernando. “Love Crimes”, apesar de manter a levada, já mostra as influências Gothic da banda e a versatilidade dos vocais que soam guturais em certos momentos. Destaque também para os teclados viajantes antes do final da música.
Nem mesmo termina a anterior e, mantendo a linha, “...Of Dream And Drama (Midnight Ride)” vem com sua inusitada toada e passagens de piano que chegam a soar até Rock and Roll. Depois da instrumental “Lua d’Inverno” com seu dedilhado acompanhado por um som de flauta vem “Trebaruna” com seu ritmo folk dançante e letra em português homenageando a deusa da casa, das batalhas e da morte na mitologia lusitana e que dá nome à canção.
Com “Vampiria” o lado Gothic Metal é extremamente exposto e com um clima bem tenso. “An Erotic Alchemy” dá continuidade ao Gothic e soa mais influenciada por nomes antigos como Sisters of Mercy e Type O Negative. Por fim o hino maior da banda “Alma Mater” mostra a fúria do Moonspell com seu refrão cantado em português e o lado mais maldoso do instrumental da banda.
O interessante é o fato das músicas serem emendadas umas nas outras dando ar de que o álbum seria conceitual e oriundo de uma peça com diversos atos. O disco foi relançado várias vezes e contou com uma capa diferente da original e com algumas faixas bônus, sendo que no Brasil essas faixas foram “Opium” e “Awake”, ambas ao vivo e oriundas do magistral “Irreligious” (1996).
“Wolfheart” é considerado um dos discos mais importantes gravados em Portugal, tanto que sua capa foi homenageada e virou selo em uma série limitada lançada pelo CTT – Correios de Portugal, em julho de 2010. Simplesmente um marco que ergueu a bandeira do Metal lusitano para o mundo.
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