terça-feira, 1 de novembro de 2011

SACRIFICED - Desvencilhando-se de rótulos




A Sacrificed é uma das principais expoentes bandas da atual cena de Belo Horizonte/MG que conta com vocais femininos. O mais interessante dessa nova cena é que as bandas, ou pelo menos a maioria, praticam Heavy Metal sem se enveredar muito para o lado Gothic Metal, que já está saturado. Divulgando seu debut “The Path Of Reflections”, a banda falou, através de seu guitarrista Diego Oliveira, com o Arte Metal sobre seu trabalho, a atual cena mineira, entre outras coisas.
Conte-nos um pouco sobre a história da Sacrificed?
DIEGO OLIVEIRA: A Sacrificed surgiu em 2006 de um projeto chamado “Metalbreath” que eu, meu primo Gustavo e o Gabriel, respectivos ex-baterista e ex-baixista, criamos para executar covers do Metallica. Sempre tivemos um amor muito grande pela música e uma amizade forte, isso acabou naturalmente nos empurrando para as composições próprias. Quando conhecemos o Fabrício e o Vítor nasceu o Sacrifice. Nesse período entramos no cenário musical e fizemos muitos shows na grande BH e interior de Minas, gravamos o EP – “Streets of Fear” – e participamos de algumas coletâneas. Foi um período de muito trabalho e diversão. Por fim as coisas começaram a ficar maiores e o pessoal foi deixando a banda. Sabemos que no Brasil é difícil conciliar a vida de músico, ainda mais de Metal, com a vida pessoal e profissional, e ao mesmo tempo querer alcançar algo mais expressivo. Sempre tratamos a banda com muita seriedade, pois realmente queremos que esse sonho se torne realidade. Quando a Kell entrou no lugar do Fabrício, nasceu a Sacrificed. Atualmente a banda conta comigo na formação (Guitarra), Raquel (Vocal), Bruno (Baixo), Thales (Bateria) e Leo (Guitarra).
Como foi o processo de composição de “The Path of Reflections” e qual a principal evolução do primeiro EP auto-intitulado para o álbum?
DIEGO: O processo foi bem peculiar (risos). Começamos a pré-produção das músicas em novembro de 2009. Inicialmente eu e o Vitor trazíamos as ideias e todos trabalhavam em cima. Começamos a gravar efetivamente no começo de 2010, porém, devido à distância do estúdio, trabalhos regulares e shows que mantivemos, a gravação foi bem lenta. Para agravar a situação, o nosso produtor teve um problema de saúde e tivemos que parar por meses. No final ainda houve a mudança de baterista. Bem conturbado (risos). Durante esse mais de um ano ocorreram muitas idéias, inclusive do Renato Kojima (produtor) no estúdio que acabaram deixando o CD com essa cara. Amadurecemos muito durante o processo de gravação. Acredito que esse processo longo é a grande diferença entre o álbum e o EP: o cuidado com as músicas excessivo! Ouvimos tudo várias vezes e existem muitos detalhes em “The Path of Reflections” que você realmente tem que parar para ouvir.
Quais composições em comum tem recebido mais críticas positivas tanto por parte da imprensa quanto por parte dos fãs?
DIEGO: Uma faixa que está nos surpreendendo muito é “Before a Dream”. Ela cresceu muito com o tempo. Quando você está compondo enxerga a música de uma maneira diferente e estamos felizes com o resultado que ela está causando tanto nas resenhas quanto ao vivo. Outra que ganha muito destaque é “Red Garden”, a única música da formação antiga presente no álbum. Ela tem muitas passagens diferentes e resume bem a proposta da Sacrificed. Tínhamos receio que a ideia dela não fosse compreendida muito bem, mas foi o contrário no fim das contas. Destaco também “Soulitude”, minha predileta, e que também tem surtido um ótimo efeito nos fãs. O peso dela é muito bom.

A banda conta com uma vocalista mulher o que faz com que isso logo se associe ao rótulo Gothic Metal. Portanto, vocês conseguem fugir desta sonoridade e soa como uma banda de Heavy Metal. Fale-nos, em sua opinião, a que se deve este fato?
DIEGO: Temos pouquíssima influência de Gothic Metal, até escutamos, mas isso não acabou passando para o nosso som, talvez nossa influência mais próxima disso é o Lacuna Coil. Nossa vocalista tem muita influência de Hard Rock e musica POP, ela ama a Doro (risos), mas escutamos de tudo. Quando compus as músicas escutava muito Arch Enemy, Lamb of God, Killswitch Engage e Dream Theater. Se a Raquel tivesse bolas, provavelmente seriamos a mesma banda (risos).
O som de vocês tem como forte característica os riffs. Conte-nos como é o processo de criação das linhas de guitarra e se isso é proposital?
DIEGO: Amo riffs, cresci escutando Megadeth e Metallica, o Vítor também. Muitas vezes aparecem ideias inspiradas em outras bandas, ideias “do nada”, estou deitado na cama sem conseguir dormir, pensando em uma música, ai surge aquele riff e na mesma hora tenho que levantar e transcreve-lo (risos). Geralmente trabalhamos muito em um riff, fazemos várias camadas, gostamos dos detalhes.
Belo Horizonte conta, atualmente, com bandas de qualidade que contam com vocalistas mulheres, como vocês, Rosa Ígnea e Nostoi. O que você pode nos falar sobre isso?
DIEGO: A cena de Belo Horizonte tem sido bastante receptiva com as bandas de vocal feminino. Não por coincidência, essa abertura está colocando em evidência bandas novas e trazendo de volta algumas com mais tempo de estrada. Além das que você citou, BH conta com bandas como Pleiades, Noturna, Vorticis, dentre outras que estão fazendo um excelente trabalho com vocal feminino.Todas elas possuem uma sonoridade única que deixa o nosso cenário bem atraente.
Como está a agenda de shows de vocês e como é a recepção dos fãs?
DIEGO: Estamos trabalhando muito para tocar no máximo de lugares possíveis. Praticamente todo final de semana estamos em um lugar diferente. Em novembro faremos mais algumas datas no interior de Minas e São Paulo. Em dezembro continuaremos assim até as festividades do final do mês. A receptividade tem sido a melhor possível. Estamos vendendo bem os CDs e o público é sempre muito receptivo ao nosso trabalho. Esforçamos-nos ao máximo no palco e as pessoas que assistem ao show estão devolvendo essa energia. Para ficar ligado em nossas datas, confiram a nossa agenda no www.sacrificed.com.br.
Quais músicas têm soado melhor ao vivo?
DIEGO: “Soulitude” e “Endless Sin” são as que soam melhor. Elas possuem uma intensidade muito grande, isso ajuda a puxar o público pra frente do palco e os manter ali (risos). Porém, até agora não tivemos problemas com nenhuma das canções, todas foram feitas para serem tocadas no show.
Quais os planos da Sacrificed?
DIEGO: Além dos shows de divulgação do “The Path of Reflections” no Brasil, estamos preparando um clipe, ainda sem previsão de lançamento. Ano que vem pretendemos voltar com mais força ainda participando de vários festivais e fazendo shows no Sul e Nordeste do país. Para o 2º semestre de 2012 estamos com alguns planos, em breve daremos mais informações. Fiquem atentos ao nosso site para mais novidades, estamos criando muitas coisas bacanas para o público.
Podem deixar uma mensagem.
DIEGO: Apoiem o Metal nacional. Vão aos shows, comprem CDs ou camisas das bandas, comentem sobre as bandas, espalhem a palavra. Bang your head with us! Nós precisamos de vocês! Obrigado Vitor e todo o pessoal do Arte Metal por ceder o espaço para compartilharmos um pouco da Sacrificed. Vejo vocês no palco!!!

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