O Omfalos é fruto da parceria do guitarrista Thormianak (Miasthenia) e Misanthrope (Cabrunco). Confesso que me animei pelo projeto ao saber que derivava de algo do grande Miasthenia, talvez uma das maiores bandas de Black Metal do país.
E meu ânimo só aumentou depois que coloquei o álbum para rodar. A única surpresa ficou por conta da sonoridade do grupo fugir do Black Metal vanguardista feito pelo Miasthenia e focar mais seu trabalho em elementos mais contemporâneos do estilo mais malvado do Metal.
“Idiots Savants” já acerta de cara com o trabalho gráfico, que é simples, mas muito bem feito e fora dos padrões normais do estilo. O som pode ser definido como uma mistura de Anaal Nathrakh, principalmente pela leve acentuação Grind, e Dimmu Borgir, pelas melodias, arranjos e teclados, vide “Bipolar Affective Disorder Suite”, o grande destaque do disco.
Outras características são as inclusões de elementos industriais que só contribuíram para a música do duo. Depois da tragicômica intro “Que Bonito Es Um Entierro”, o massacre sonoro se inicia com a rápida e brutal “Drain The Air Out Of My Lungs”, que ainda possui ótimos solos e uma pequena dose de melodia que não a deixa soar cansativa. Outro grande trunfo são que as faixas são diretas, até mesmo as mais trabalhadas, não deixando a coisa desandar e sem chances de irritar o ouvinte, o que é muito comum em bandas que mesclam diversas influências distintas.
“The Naked Lunch” parte para o Black Metal mais tradicional, com seus riffs gélidos e ríspidos de guitarras, mostrando as raízes de seus integrantes. A alternância de vocais rasgados com vozes agonizantes limpas (mais ou menos na linha de ICS Vortex, ex- Dimmu Borgir e Borknagar) também ficou muito boa.
“A Funeral Dirge For My Sanity” é outro destaque e a mais longa do trabalho. Seu clima agonizante se transformando em raiva em um ritmo cadenciado do meio pra frente só contribuiu para a temática da banda que foca, principalmente, perturbações humanas.
O Omfalos tem tudo para deixar de ser um projeto e é pioneiro no estilo no Brasil. Uma parceria que deu certo e mostra uma sonoridade inteligente, bem executada e principalmente perturbadora.
NOTA 9
Vitor Franceschini
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