Até agora não entendi o
porquê deste trabalho não ter me chamado atenção na primeira audição. Talvez eu
não tenha me empolgado com o nome nada original da banda e isso tenha tirado um
pouco da minha expectativa perante o som da mesma. Mas, como não sou do tipo
que se deixa levar por esses pormenores, continuei a ouvir várias e várias
vezes o trabalho e percebi o quanto estava distraído.
Oriunda de Juiz de
Fora/MG, a banda Hard Desire consegue mesclar tudo que envolve Classic Rock,
Hard Rock, NWOBH, Prog Metal e outros estilos similares de forma peculiar e com
uma áurea de Blues Rock. Lendo aqui fica difícil imaginar o que isso pode
resultar, alguns podem achar que não passa de um emaranhado de influências, mas
o resultado é tão bom, que faz com que o ouvinte procure por mais e mais vezes
tentar algo com que se comparar.
Influências? Claro que
existem. Iron Maiden, Pretty Maids, U.F.O. , Fates Warning e até Motley Crüe
são algumas que podemos citar. O problema é que elas só aparecem em algumas
facetas do som da banda e não no conjunto da obra toda. As guitarras possuem
bases muito bem sacadas com riffs e solos bem elaborados, o baixo é versátil,
assim como a bateria variada e o ótimo vocal, que não se deixa levar ao ridículo
de agudos desafinados e possui um ótimo timbre.
Não é possível
acreditar que a banda que abre o álbum com New
Star, um puta Power Metal é a mesma que executa Bring All The Life, um Rock Blues de tirar o chapéu, que possui até
um clima meio Southern Rock. Isso tudo sem perder a característica e muito
menos a essência. Algo quase impossível!
A levada de Up & Down empolga e mostra, mais uma
vez, a versatilidade da banda. Fire é
o momento mais emocional do disco, com arranjos e solos de tirar o fôlego, além
de um dueto vocal com a cantora Natalie Mendes (que voz!) de chorar. Ouça
também Hidden Truth, uma semi balada
de quase onze minutos, e prove todo o talento que a banda possui (tanto que
você nem irá perceber a duração da faixa), onde momentos épicos ajudam a fechar
o trabalho de forma magistral.
A ressalva fica por conta
das vinhetas desnecessárias, mas que passam despercebidas a partir da terceira
ouvida em diante. De lambuja a capa do trabalho é belíssima e a produção muito
boa, como todos os instrumentos muito bem encaixados e nítidos. É muito bom
saber que no Brasil exista bandas como essa, mas também é triste saber que
poucos dão valor a isso. Se for o sucesso que eles desejam (como consta no
release), isso já é merecido, basta o reconhecimento. Formam a banda Dê
Monteiro (vocal), Pedro Fialho e Felipe Rosa (guitarras), Thiago Fernandes
(baixo/vocal) e Douglas Gomes (bateria) http://www.myspace.com/harddesire
9,0
Vitor
Franceschini
Muito legal a resenha! Parabéns Vitor!
ResponderExcluir