O Metal ainda pode ser
machista, mas não chega nem perto de um passado recente que era dominado pelos
‘marmanjos’. Hoje, a mulherada pegou de vez seu espaço e, além de não dever
nada aos homens, criaram uma identidade própria, um jeito delas mesmo de se
fazer Heavy Metal, algo consolidado, afinal algumas artistas como Doro, Lita
Ford e Joan Jett já haviam semeado esse ‘jeito’ há algumas décadas.
O Melyra é formado só
por mulheres e traz um Heavy Metal de alto calibre neste primeiro EP, inspirado
nos anos 80, mas que não chega a soar datado. As estruturas das músicas nos
remetem à década, porém temos uma roupagem e execução que casam com os dias
atuais e soam até atemporais.
O primeiro destaque
individual vai para o ótimo trabalho de guitarras a cargo de Fernanda Schenker
e Maria Fernanda Cals (que já não faz mais parte do grupo). A dupla destila
riffs versáteis que ora são bem pesados (vide Silence) ora mais Hard Rock (Nightmare
#1), além de solos bem encaixados.
A cantora Mariana
Figueiredo possui um ótimo timbre e o explora de forma natural, demonstrando
boa técnica. A cozinha de Helena Accioly (baixo) e Ana de Ferreira (bateria) só
fica atrás se for no palco, já que ditam o ritmo e ajudam a exaltar o peso das
composições.
Difícil destacar uma ou
outra composição (além das já citadas), afinal temos músicas distintas que
transitam entre o Heavy Metal e o Hard Rock, mas que se completam no conjunto
final da obra. Portanto, já que se trata de um EP com a introdução mais cinco
músicas, o negócio é ouvir o disco inteiro. E que venha o debut.
8,0
Vitor
Franceschini
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